Na sua eterna busca, virada agora para a vertente científica, o Homem redescobriu os chamados «Relógios Biológicos».
Suspeitou-se da sua existência desde há mais de um século, quando se relacionou a Ontogenia com a Filogenia. E dizemos que se redescobriram porque na medicina dos antigos egípcios já se sabia que cada parte do corpo, da psique e da Alma, era regida por um Génio diferente ou raças de Génios diferentes que, como é lógico, actuavam de maneira diferente e tinham ritmos vitais dissimiles.
Na prática é fácil constatá-lo quando vemos que uma pessoa que morre por insuficiência hepática tem o coração em excelente estado, ou em tantos outros exemplos que deram lugar à formação de bancos de órgãos aptos para a transplantação para outros corpos, pois continuam com capacidade de funcionar apesar dos seus companheiros terem provocado a morte desse bio-robot que chamamos «corpo». E não falamos dos casos de morte por acidente, mas dos de morte «natural».
Referirmo-nos ao tema sob um ponto de vista estritamente materialista entraríamos em contradição com a realidade, pois na formação fetal, as primeiras diferenciações celulares, ou seja, os primeiros relógios que começam a funcionar de forma independente, são os relativos ao sistema nervoso alto e central. Se todos os relógios biológicos estivessem ajustados da mesma maneira, é evidente que todos morreríamos de velhice e da falha desses elementos, e não por outros elementos mais «novos» como o estômago, as estruturas ósseas ou as vias respiratórias.
A única coisa que poderíamos mencionar como igual em todos os seres humanos é, precisamente, a sua desigualdade.
Pode-se pensar também, que as diferentes formas de vida desajustam certos relógios e isso pode estar certo, pode ser verdade… mas não toda a verdade. Irmãos que nasceram do mesmo casal, em circunstâncias quase idênticas, e que cresceram no mesmo ambiente, costumam ser física, psicológica e espiritualmente muito diferentes e apresentam características de maturidade biológica parcial ou total, próprias de cada um.
A única coisa que poderíamos mencionar como igual em todos os seres humanos é, precisamente, a sua desigualdade.
Dizem que Hipócrates, há dois milénios e meio, tinha como princípio fundamental: «Não existem doenças, e sim doentes».
Na verdade, existem as doenças e também elas estão regidas por uma espécie de Elemental ou Génio, mas nas suas manifestações, ao serem aplicadas a pessoas diferentes, com karmas diferentes, não podem ser iguais.
Assim, salvo nos casos de grandes epidemias, nas quais a força da doença quebra toda a resistência e abate grande número de afectados dando a sensação de igualar o castigo, não podemos afirmar que todos os humanos e mesmo todas as suas partes constitutivas, sejam regidas por «tempos» iguais… ou melhor dizendo… por «idades» iguais.
Haverá jovens de 20 anos com o coração já velho, ou anciãos de 75 anos com este órgão em condições tais como se fosse uma pessoa de 30 ou 40 anos.
Estas diferenças que assinalam distintas idades dos órgãos físicos, também se dão em planos mais subtis, como o vital, o emocional e o mental.