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Estudios Teosóficos, nº22, 1963

O Caminho do Estoico

Há vários séculos atrás que as correntes filosóficas atribuídas aos problemas éticos vinham a desenvolver-se na velha Grécia, porém não chegaram a surgir com tanta apoteose senão durante o esplendor do Império Romano. Estamos a referimo-nos, sobretudo ao estoicismo. Esta escola, fundada por Zenão de Sitium, foi destinada a fazer maravilhas de realizações empíricas dentro do espírito humano. Ela não fez filósofos especulativos; fez homens que sabiam como viver com a Vida da alma. Mesmo no nosso mundo atual quando nos queremos referir com admiração a alguém, exclamamos: “parece-se com um estoico”… quanta verdade, nesta simples afirmação!

Borges e os Kenningar da Poesia da Islândia

O que é a poesia? Quantas vezes se definiu como sinónimo de magia, mistério, encantamento. Se Pitágoras estabeleceu o par de opostos limitado–ilimitado, e o próprio Anaximandro, outro dos chamados filósofos Pré-Socráticos, mostra que o apeiron (o indefinido, o ilimitado) é princípio (arkhé), causa, fim e indefinível essência, bem poderíamos afirmar que só o limitado e racional é o prosaico, e o seu oposto, o poético, seria o maravilhoso, o admirável, o milagre portanto, o mundo da imaginação que sustém e dá sentido ao que chamamos “realidade”, o prosaico e quotidiano.

Um Novo Modelo de Civilização

Uma das coisas mais surpreendentes sobre civilizações antigas é a unidade do seu modo de vida. No Instituto de Artes de Chicago, por exemplo, há uma bela estela das ruínas maias de Calakmul, no México. Essa estela apresenta um governante na sua tarefa como sumo sacerdote, vestido com trajes cerimoniais, segurando objetos rituais e executando claramente um ritual importante. O ritual em questão, nós acreditamos que está relacionado com o fecho de um ciclo de dez anos no calendário maia, que foi medido com tal precisão, que hoje podemos determinar a data exata do ritual.

A Kalevala

Um épico finlandês verdadeiramente belo, no qual as palavras tecem histórias antigas do mundo, os seus ciclos de vida e os seus heróis. Cantada e transmitida de boca em boca durante séculos, foi gravada apenas no século XIX por Elias Lönnrot.

Constituição do Homem no Antigo Egipto. O Ka

Imaginemos uma grande central elétrica numa cidade, capaz de fornecer energia a qualquer casa, na forma de quilovolts de eletricidade. Essa energia seria equivalente ao conceito de “Prana” dos hindus, ou o “Ki” dos japoneses, ou o “Chi” dos chineses: a energia vital de origem solar que circunda toda a terra.

Isabel de Portugal, Rainha de Espanha

No imaginário de todos os povos, há personagens que perduram através do tempo deixando atrás de si um rastro luminoso de respeito e admiração. Entre as rainhas espanholas dos últimos séculos, há uma que se destaca pela simpatia que desperta, mais de 400 anos depois da sua morte. Referimo-nos a Isabel de Portugal, esposa de Carlos I de Espanha e V da Alemanha, rainha e imperatriz e governadora de Castela e Aragão nos momentos de regência.

A Criança Enquanto Mistério Espiritual

Parece existir hoje alguma compreensão, se bem que parcial, sobre a importância da educação da criança para o futuro e para a saúde de uma sociedade. No entanto, não parece haver uma compreensão generalizada e clara sobre o que é a criança, a sua natureza profunda e o mais valoroso e legítimo contributo que pode dar ao mundo. Imagem: Detalhe da obra de Murillo “San Buenaventura e San Leandro”. Domínio Público

Alquimia e Imortalidade Chinesa

A alquimia chinesa tem dois ramos principais: “alquimia externa” (Waidan) e “alquimia interna” (Naidan). Ambas as palavras estão relacionadas à palavra dan (elixir), que evolui de um significado-raiz de “essência” (a verdadeira natureza e qualidade de uma entidade). Nesta breve introdução, vou-me concentrar na tradição da alquimia externa ou Waidan. Imagem: Parte do I Ching gravada em pedra, no Museu Beilin, em Xian, China. Creative Commons

Filosofia do Povo do Sol

Com as palavras deste título, Miguel Ángel Portillo refere-se à profundidade e complexidade do pensamento asteca. Na sua excepcional obra (que já é um clássico sobre este assunto), “Los Antiguos Mexicanos”, através das crónicas e canções mexicanas, mostra que há toda uma filosofia nos seus códices, tradições orais e construções sagradas. Imagem: Huitzilopochtli. Domínio Público

História da Saúde. A “Estranha e Pouco Conhecida” Epidemia da Dança

Ao longo da História, várias pandemias e epidemias ocorreram, sendo a Gripe Espanhola, a Varíola, a Tuberculose, a Cólera ou a Peste Negra algumas das mais notórias. No entanto, outras epidemias, quer pelas suas consequências não terem sido tão devastadoras como também por terem tido um período de ação mais curto, foram quase esquecidas com o decorrer das séculos. Imagem: “Dança em Molenbeek” de Pieter Brueghel, o Jovem. Domínio Público

O Tempo – a Aliança com Cronos-Saturno

Os dicionários dizem do tempo que é “a duração das coisas sujeitas à mutação”. É evidente, portanto, que o que está sujeito à mudança é influenciado pelo Tempo, ao qual se deve adicionar que a partir da sua manifestação, ou seja, desde o seu ponto de partida, as coisas existentes estão sujeitas a uma permanente mutação. Imagem: Relevo que representa o trono velado de Saturno, Louvre. Obra romana do século I dC ou uma cópia renascentista. Creative Commons

Fronteiras no Século XXI

No imaginário do ser humano, as montanhas, vales, mares e oceanos sempre constituíram um limite ou fronteira. Para a sociedade do século XXI, não há fronteiras geográficas que dificultem profundamente a nossa capacidade para viajar pelo mundo. O barco, e especialmente o avião, permite-nos circum-navegar a Terra em pouco tempo. Hoje em dia, apenas o espaço exterior constitui um limite físico, como o que os antigos exploradores encontraram nas suas viagens. Imagem: Fronteira entre a Bélgica e a Holanda. Creative Commons

Ensinamentos Esotéricos de Platão

Platão é tipicamente considerado um filósofo grego “respeitável”, que é amplamente ensinado em universidades de renome em todo o mundo e admirado por seu pensamento filosófico original. No entanto, há um outro lado de Platão que só é explorado por uma minoria de estudiosos, começando com Heinrich Gomperz na década de 1930 e continuando com a ‘Escola de Tübingen’ de hoje. Em muitas das obras de Platão, o filósofo faz referência a tradições orais que remontam a Pitágoras e aos Mistérios Órficos, e para alguns pesquisadores, como Savvas Pattakos (Plato’s Secret Doctrine, 1998), esses ensinamentos constituem o elemento principal na vida e obra de Platão. Neste artigo, gostaria de destacar alguns desses elementos esotéricos, principalmente como se encontram nos mitos e alegorias que pontuam seus diálogos. Imagem: Platão. Museu Capitolino. Roma. Creative Commons

Hidalgo ou a Grande Corrida do Deserto

Hidalgo é o título original de um filme – que em Espanha chamaram de Oceanos de Fogo, talvez para evitar confundi-lo com outro filme sobre o famoso padre Hidalgo da história do México – mas também é o nome de um cavalo de raça mustang que ganhou muitas corridas de longa distância, no final do século XIX, montando por Frank T. Hopkins. Este lendário cavaleiro, pelos padrões do oeste americano, não apenas venceu corridas de 800 quilómetros ou mais, mas fê-lo com um cavalo mestiço em vez de com um puro-sangue, ou cavalo de raça, como a maioria dos corredores tinha feito. Imagem: Hidalgo

Inteligência Estética. Um Fator de Equilíbrio.

Quando falamos de equilíbrio ou de harmonia, do que falamos? Quando falamos de estética, a que no referimos? Estética, beleza, harmonia, equilíbrio, arte. São palavras que de alguma forma estão relacionadas, unidas, guardadas uma dentro da outra como numa boneca russa (matrioshka) que guarda dentro de si outra mais pequena, e, assim, até chegar à de menor tamanho, mas a mais importante, porque cria o modelo ou molde para todas as outras. Imagem: Apolo e as nove musas. Domínio Público

Idadismo ou Geração 20/21

Quando o escritor americano Cormac McCarthy publicou em 2005 o seu romance “Este país não é para velhos” (No country for old men), que logo seria levado ao cinema em 2007 pelos irmãos Coen, estava assinalando, talvez sem desejá-lo, uma premonitória frase que recorda a discriminação por causa da idade. Imagem: Casal idoso. Creative Commons

Aristóteles

Durante dois mil anos valia tudo aquilo que Aristóteles (384-322 a.C.) afirmou como dogma incontestável – escreve o autor italiano Luciano de Crescenzo. Mesmo que isto não seja totalmente correcto é difícil desvalorizar o significado científico de Aristóteles. Ainda no início da idade moderna cada tentativa séria de obter um progresso científico tinha de começar com um ataque às doutrinas individuais de Aristóteles. Imagem: Aristóteles, Ceuta (Espanha). Creative Commons

O que se esconde detrás do Santo Sudário? (Parte II)

Neste ponto, a história substitui a mitologia, como é o caso, por exemplo, da fundação de Roma ou da Guerra de Tróia. Os resultados das investigações tornam-se mais precisos e tendem a ser contemporâneos dos factos, e tanto é assim que várias figuras importantes da época, como Calvino, gozavam com a aparente capacidade da Igreja Católica de repor o que foi perdido ou queimado. Imagem: Fotografia do Sudário em duas versões à esquerda, em positivo; e à direita, negativo. Domínio Público

O que se esconde detrás do Santo Sudário? (Parte I)

Estamos no século XIX. Das centenas de lenços de diferentes tamanhos que existem no mundo representando todo o corpo ou apenas o rosto de um homem, – presumivelmente Jesus Cristo – o mais impressionante e venerado é o que se conserva em Turim. O Papa Pio VII, um grande devoto desta relíquia, a caminho de Paris, pediu para a ver e a urna foi-lhe aberta. Corre o ano de 1804. Imagem: Fotografia do Sudário em duas versões à esquerda, em positivo; e à direita, negativo. Domínio Público

A Música em “Casablanca”

Numa manhã de sábado, enquanto eu assistia e ouvia um concerto na televisão, uma das músicas chamou a minha atenção. Tratava-se da suite “Casablanca” de Max Steiner, que fazia parte de um programa de temas norte-americanos, ou sobre a América do Norte, como a “Rapsódia Azul” de Gershwin ou o Quarto Movimento da “Sinfonia do Novo Mundo”, de Dvorak, entre outros. Esta suite chamou a minha atenção porque é, em essência, a música que identifica aquele filme, englobando os diferentes momentos pelos quais passa o seu enredo, desde os de maior tensão aos mais íntimos ou românticos. Como é o caso da Marselhesa, que todos já identificamos com “Casablanca”. Imagem: O músico Dooley Wilson e o ator Humphrey Bogart em “Casablanca”. Domínio Público

O Destino

Imersos nas atrações dos jogos da Vida (os jogos de Maya), o Destino apresenta-se-nos como uma forma de sorte, uma espécie de roleta ou lotaria, onde a casualidade é a que impõe uma maior ou menor felicidade dos homens. Imagem: Caminho. Creative Commons

O Aspeto Esotérico da Cavalaria

O termo “cavalaria” vem do francês “chevalier”, que significa “cavaleiro”. Simbolicamente, o cavalo representa o corpo com suas energias e emoções associadas, enquanto, o cavaleiro, representa o eu superior do ser humano, a melhor e a mais nobre parte de nós mesmos. O cavaleiro não é perfeito, mas está no caminho para a perfeição. Imagem: Lancelot e Guinevere, pintura de Herbert James Draper (1890). Public Domain

O Misterioso Sol Central da Doutrina Secreta – O Coração da Nossa Galáxia

Nos livros “Isis sem Véu” de 1877 e “Doutrina Secreta” de 1888 de H.P. Blavatsky (1831-1891) encontramos referências a um misterioso Sol Central e Obscuro de enorme importância na economia do Universo. Imagem: A National Science Foundation e o Event Horizon Telescope contribuem para as primeiras observações do buraco negro no coração da distante galáxia Messier 87. Creative Commons

Joana d’Arc

Nos anos de juventude muitos temos uma etapa que eu chamaria épica, na qual há um desejo de viver aventuras que apenas alguns conseguem realmente. Os que não conseguem, buscam-nas em outras formas: por um lado, ao assumir riscos desnecessários que vão desde a ingestão de álcool em grandes quantidades até à condução de uma forma imprudente sem necessidade de fazê-lo, o que supõe uma autêntica deformação do espírito de aventura e uma busca de riscos irracionais sem razão de ser; a outra vertente tem a ver com o conceito de Homem “espectador” surgido no século XX, como consequência, primeiro, de habituar-se a ver a vida em filmes, depois na televisão e que termina talvez, a sua culminação, com a era da internet. Imagem: Jeanne d’Arc, Jules Bastien-Lepage. Public Domain

A Procrastinação – Um Esclarecimento Sobre o Sentido das Nossas Ações

O procrastinador retarda a execução daquilo a que se tinha proposto. A ação em vista, se tinha um valor simbólico ou emocional, transformou-se num fardo de poucos benefícios! Assim, o “procrastinador” ou “especialista em adiar” prefere orientar primeiro a sua ação para aquilo de que gosta, para aquilo que lhe parece mais “lúdico”. Fica indiferente ao que acontecerá no futuro, sendo mais forte a gratificação instantânea do que a justa ação a longo prazo. Imagem: Relógio astronómico situado na Praça da Cidade Velha de Praga. Creative Commons

Vamos Conversar sobre Colapsologia?

A História ensina-nos que as civilizações se erguem e caem; desde que nascem, acabam eventualmente também por morrer. Algumas morrem de forma dramática, outras simplesmente desvanecem-se e são gradualmente substituídas por outras. Faz sentido estudar como as culturas e civilizações do passado morreram e ver o que podemos aprender com elas.

Sobre a sanidade

Entre tantos valores que se sentem falta, a sanidade ocupa um lugar muito especial. Se estar lúcido é o contrário de estar louco, hoje existem características variadas de loucura em todos os níveis humanos, ao ponto que é difícil reconhecer quem é quem e de onde se encontra o subtil limite que diferencia uns dos outros. Imagem: Alegoria da Prudência. Girolamo Macchietti. Dominio Púlico

China, uma Amálgama de Povos

A China, com quase 1400 milhões de habitantes, é um país onde as pessoas mantêm o vínculo à sua história e às suas tradições. O seu legado, tão estranho aos nossos costumes, é fruto de uma história ininterrupta de três milénios e meio, e que chegou até nós através de uma quantidade enorme de documentos escritos. Imagem: Pessoas de Naxi carregando os cestos típicos da região. (Lijiang, Yunnan, China). Creative Commons