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Walt Disney

Mary Poppins: Alimenta os Pássaros, Vive os Teus Ideais

José Carlos Fernandez 0 118

Na Disney World, na Flórida, por ocasião do primeiro centenário do nascimento de Walt Disney, foi-lhe erigida uma estátua em bronze, com o braço direito estendido e erguido, como se abrisse passo entre as brumas ou chamando e saudando todos os visitantes. Richard Sherman, um dos dois irmãos músicos que criaram muitas das canções da Disney, foi convidado para a comemoração, para interpretar a canção preferida deste mago e artista do século XX. O músico não hesitou nem um momento; segundo ele, a canção preferida de Walt Disney é a que começa com Feed the birds (Alimenta os pássaros) e que mais tarde se chamou Tuppence, abreviatura de Two Pence, dois cêntimos, o humilde pedido para dar pão aos pássaros de Mary Poppins.

Enquanto ele tocava piano e cantava esta maravilhosa oração, um pássaro desceu do céu, pairou mesmo por cima do músico e depois voltou a subir e perdeu-se no azul infinito. Na filmagem que foi feita deste acontecimento, podemos ver claramente a sombra de um pássaro a esvoaçar e depois a sair do alcance da câmara.

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O Mito de Pigmalião

José Carlos Fernández 0 520

Que mãe não tem orgulho dos seus filhos? Quem não se enamora das suas próprias obras? Shakespeare disse: “Não são lícitos os versos que não são banhados pelas próprias lágrimas”, e estas são lágrimas de amor e emoção. Mas, como podem comover-nos aqueles que nada mais são do que uma projeção de nós mesmos? Será que nos conhecemos? Eis aqui uma das chaves de uma verdadeira obra artística, o que faz por exemplo que o músico derrame lágrimas perante uma partitura que ele mesmo está criando. O que inspira o verdadeiro artista é o mais luminoso que de si, é uma corrente de “eletricidade divina”, que desce do mundo da beleza perpétua, onde vive a sua alma mais elevada. Todos conhecemos a acusação que foi feita a Leonardo da Vinci, quando ao comparar as caraterísticas de Gioconda com as suas, foram encontradas tantas semelhanças. Ele, como Pigmalião, estava enamorado pela melhor das suas obras, porque nela tinha fixado sua própria alma, e seguro de que para ele, tinha mais vida do que a sua vida. E, não é lícito moralmente enamorar-se por aquilo que se faz, se isso reflete o seu quotidiano, o vulgar e o medíocre que o tempo se encarregará de fazer desgastar. Isto leva a acreditar que somos o centro do mundo e ao culto do eu pessoal e, portanto, à congelação da capacidade de resposta à nossa volta. E, este é o primeiro passo de um caminho descendente que faz do incauto uma estátua de pedra ou de sal.

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