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A Busca Espiritual e as suas Falsas Portas

José Ramos 1 1457

Atualmente, vivenciamos uma busca espiritual, desvinculada de aspetos religiosos, mas orientada para o contato com diversas disciplinas e técnicas focadas no desenvolvimento pessoal, exemplificado pela abundância de livros que exploram o poder do pensamento para alcançar sucesso profissional, conquistar relacionamentos desejados, ganhar a lotaria e satisfazer uma infinidade de desejos. É fácil iludir-nos, acreditando que estamos evoluindo espiritualmente, quando na verdade estamos utilizando apenas técnicas recolhidas de sistemas espirituais que se colocam ao serviço do fortalecimento do nosso ego. A busca espiritual atual tende a concentrar-se no bem-estar e na busca pela serenidade, enquanto o verdadeiro caminho espiritual envolve renúncia, esforço e lutas internas, sendo tudo, menos um caminho de comodidade.

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Uma Arqueologia da Noite. Segunda Parte

Ricardo Martins 0 912

O nosso laboratório, ou melhor, o nosso museu interior deve ser um museu tendencialmente vazio de peças, que se aprofunda na noite e se engrandece para o dia, mas vazio, digno da presença de Deus apenas. Mas para isso, temos de aproveitar este tempo nocturno e não ter medo de fazer perguntas ao seu interior, não temer cair pela frágil escada do crescimento hipócrita, e não temer arrancar a mais identitária das máscaras. Mais vale espreitar-se timidamente por uma cara de pecador que se deseja arrancar do que fechar os olhos dentro de uma máscara de virtudes que se quer manter, por maiores que sejam estas virtudes, porque, por não serem nossas, quando se forem, arrancar-nos-ão a insubstituível face, e o peso que sentiremos depois não desaparece. Com a experiência, a noite interior há-de converter-se numa metodologia, num conjunto de técnicas para a prospecção, escavação e análise, no mais real e brutal dos métodos invasivos, doloroso, é certo, porque pressupõe sempre a destruição do sítio arqueológico. O próprio frio da noite congela-nos, endurece-nos, só para nos estilhaçar depois, mas faz parte do processo de identificação e de levantamento de dados, se somos feitos disto ou daquilo, quantos pisos temos, o que o habita, onde e há quanto tempo, o que é passivo, organizado, perturbado, resoluto e até divino.

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Manifestação ao “Horror Vacui” e Necessidade

João Porto 0 697

Ao contrário da suposição de Isaac Newton, a natureza tem horror ao vazio ou ao ”horror vacui” postulado por Aristóteles.
Se entendermos por vazio o que está para além do Universo conhecido, revelado de forma ténue pela Constante Cosmológica de Einstein, poderíamos considerar que a criação de Universos corresponderia no micro cosmos às flutuações quânticas do vazio e as partículas aos sóis, planetas e outros corpos celestes.

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Rumo a uma Nova Educação

Álvaro Ruiz 0 505

Dizer que a vida é uma grande luta não é descobrir um grande mistério. Podemos afirmar que toda a nossa existência decorre num constante estado de guerra que se realiza num verdadeiro campo de guerra.
Existem uns anos na vida, os do desenvolvimento, que esta batalha piora mas, noutros parece mitigar-se. Porém, a luta nunca cessa.

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As Formas Mentais e como se Dominam

Jorge Ángel Livraga 0 1714

Com a popularização do “Esoterismo” (Falácia: o Esotérico, ao vulgarizar-se e dar-se a conhecer a muitos não suficientemente provados, passa a ser “Exotérico”; o Esoterismo Real jamais será divulgado “aos sete ventos”) criou muitos conceitos e opiniões evidentemente deformadas e carentes de fundamento sólido, o que, com o tempo, beneficia somente o materialismo e ceticismo histórico e produz um crescente número de pessoas destroçadas psíquica e fisicamente pelos “aficionados” das chamadas Ciências Ocultas. Por isso vamos esclarecer alguns pontos fundamentais com uma intencionalidade puramente profilática.

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Borges e os Kenningar da Poesia da Islândia

José Carlos Fernández 0 1009

O que é a poesia? Quantas vezes se definiu como sinónimo de magia, mistério, encantamento. Se Pitágoras estabeleceu o par de opostos limitado–ilimitado, e o próprio Anaximandro, outro dos chamados filósofos Pré-Socráticos, mostra que o apeiron (o indefinido, o ilimitado) é princípio (arkhé), causa, fim e indefinível essência, bem poderíamos afirmar que só o limitado e racional é o prosaico, e o seu oposto, o poético, seria o maravilhoso, o admirável, o milagre portanto, o mundo da imaginação que sustém e dá sentido ao que chamamos “realidade”, o prosaico e quotidiano.

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Triunfar na vida

Henrique Cachetas 2 983

Ao passar os olhos pelo mostruário do mundo, onde vemos perfilar os tipos e os percursos de vida, não se mostra fácil decidir sobre quais serão os melhores exemplos de quem triunfou na vida.

Talvez o futebolista que ganhou o maior número de troféus, talvez o de baixa origem social que soube criar grande riqueza, talvez o estudante dedicado que conseguiu a melhor nota do curso, talvez o político que ganhou muitas eleições, talvez o cientista que descobriu mais um mistério da natureza… Talvez todos estes tenham tido algum tipo de êxito, mas podemos dizer com segurança que triunfaram na vida?

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O Labirinto

Delia Steinberg Guzmán 0 3230

Muitas vezes, expõem-se as diferenças que existem entre o que é Mito e o que é História. Aceitamos facilmente como História todos aqueles factos que têm uma data, que aconteceram em algum lugar determinado da Terra e que se referem a personagens conhecidos; enfim, factos relevantes nos quais podemos crer porque provêm de historiadores dignos de fé. Por outro lado, falamos de Mitos como de relatos muito mais fantásticos, imprecisos no tempo, difíceis de definir e atribuídos não mais a personagens históricos e reais, mas a personagens fabulosos que, geralmente, não se sabe sequer se existiram.

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A Procrastinação – Um Esclarecimento Sobre o Sentido das Nossas Ações

Audrey EG 1 1697

O procrastinador retarda a execução daquilo a que se tinha proposto. A ação em vista, se tinha um valor simbólico ou emocional, transformou-se num fardo de poucos benefícios! Assim, o “procrastinador” ou “especialista em adiar” prefere orientar primeiro a sua ação para aquilo de que gosta, para aquilo que lhe parece mais “lúdico”. Fica indiferente ao que acontecerá no futuro, sendo mais forte a gratificação instantânea do que a justa ação a longo prazo. Imagem: Relógio astronómico situado na Praça da Cidade Velha de Praga. Creative Commons

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