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Vida

Quando a Natureza nos Confunde e Maravilha

João Porto 0 526

Quando o biólogo Michael Levin (www.drmichaellevin.org) demonstrou que uma planária (1) que havia sido submetida previamente a treinos de localização sensorial na procura de recursos alimentares, após ter sido decepada, regenerava novamente um “cérebro” e mantinha este as memórias da outra parte original, fez-nos pensar que as memórias e as ideias se situariam num outro plano, também defendido por outro biologista inglês, Rupert Sheldrake, e designado por Campo do Espaço Morfogenético ou Campo M, considerado por ele como uma variedade de um outro campo de natureza similar ao campo electromagnético. O experimento confirmava que se dividirmos uma planária em diversas porções, todas elas irão acabar por regenerar uma planária integral que manifestará cada uma as memórias da planaria original.

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A Vila dos Mistérios de Pompeia, uma Nova Leitura da Grande Sala

Visitar Pompeia é como retroceder no tempo, quase como entrar numa cena congelada do passado, pois as garras deste, que desmoronam e reduzem a pó tudo o que cai sob o seu poder, foram misericordiosas e trataram com delicadeza feminina o tesouro de uma cidade que foi consagrada à Deusa do Amor. O terramoto em 62 d.C. destruiu parte da cidade, e foi um presságio da sua destruição total, em 79 d.C, após a violenta erupção do vulcão Vesúvio, a cujos pés estava confiada. Pompeia foi coberta de cinzas e pedras a altas temperaturas (fluxo piroclástico), extraindo a vida e água de todos os organismos (criando moldes deles, as “estátuas” humanas agonizantes que vemos ao visitar a cidade), mas evitando assim toda a putrefação (inexistente sem água e ar). Como nos lembra o professor Livraga, “a pintura pompeiana nada mais é do que aquela daquela cidade na época do Império Romano”. Com a nota de que aqui se conservaram milhares de frescos murais quase intactos, o que é em si um prodígio museológico se pensarmos numa distância temporal de quase dois mil anos.

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Sobre o Universo Parte II

Anton Musulin 0 293

Sabemos que a vida na Terra não se desenvolve linearmente. Uma vez que surgiu, criou as formas necessárias para a sua existência, alcançou um certo nível de desenvolvimento e imediatamente, em virtude de certas catástrofes cósmicas, quase desapareceu para renascer em formas novas e mais perfeitas. Nos últimos 500 milhões de anos, houve cinco extinções massivas de seres vivos e cerca de vinte menores. Nestas extinções desaparecem sem descendência de 10% a 80% de todas as espécies existentes. Como vemos, a vida é inventiva e criativa e, apesar de todo o tipo de dificuldades, sempre encontra soluções para superar os obstáculos. Transforma a matéria, cria novas formas e adquire novas habilidades, permitindo-lhe estabelecer relações harmoniosas com o meio ambiente e integrar-se no campo unificado da Vida. Esta superação e desenvolvimento é inerente aos seres vivos e faz parte do processo evolutivo.

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Sangue Azteca

José Carlos Fernández 0 207

Lia e tomava notas do livro «O Universo de Quetzalcoatl», da genial Laurette Sejourné, sobre o pensamento e o simbolismo dos aztecas. Entretinha-me com as imagens que aparecem nele, quando uma delas me chamou particularmente a atenção.

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Ética na Medicina

Antonio Alzina 0 471

O médico em exercício deve tomar decisões que possam influenciar a liberdade ou a vida humana. Deverá resolver problemas que não dependem apenas dos seus conhecimentos científicos, mas das suas crenças e convicções humanistas. A consciência dos nossos próprios limites, o respeito pela dignidade humana, a capacidade de se colocar no lugar do paciente, por exemplo, influenciarão claramente na assistência médica. Assim sensibilizado com o aspeto humano da doença, o médico pode compreender que está na presença de um ser completo que sofre e que precisa da ciência. Há uma ética geral e uma ética específica da medicina cujas origens se confundem. A história da ética médica é a história dos ideais profissionais e dos valores associados que influenciam a função do médico. Esses ideais éticos foram desenvolvidos e codificados em cada época pelos médicos mais renomados, e constituíram as normas que os praticantes impuseram a si mesmos. Desde o início da Humanidade, tem havido uma sobreposição entre religião e medicina. Não é de surpreender, então, que a ética religiosa tenha um lugar particular na deontologia médica. Da mesma forma, noutras épocas, os médicos descobriram a aplicação médica e social dos ideais ensinados por filósofos e pensadores: os pitagóricos, os estoicos e outros.

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Os Mil Reflexos da Água

Françoise Terseur 0 467

Mãe de todas as mães, fonte inesgotável do plasma universal, a água é o berço da vida. Em cada ser humano permanece uma memória oceânica, tão profunda e misteriosa como a nossa alma, sempre em suspenso entre dois mundos: o consciente e o inconsciente, o visível e o invisível. Nas profundezas do Oceano permanecem os vestígios do passado e os sonhos do amanhã. Entre a Terra sólida que nos sustém e o mistério do Além está o Oceano, espelho movediço de todos os horizontes possíveis da alma peregrina. O passado e o futuro dormem nas suas águas ainda intocadas pela luz solar da plena consciência e, em cada travessia por essas águas insondáveis, ansiamos pela terra firme, onde vamos poder construir futuras plataformas para novas experiências.

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Coisas Minhas. O Conflito que Dá Origem ao Projeto Bélico

Ana Fernandes 0 229

Esta é a história de 2 personagens que se manifestam no interior de uma forma qualquer, raramente se separam e vivem em aparente harmonia. A história começa na descoberta de que, na língua dos Índios Kogis (Colômbia) não existe a palavra inimigo nem adversário. Uma ideia muito interessante, pensar que num momento conturbado em que as ideologias se confrontam, poder percecionar com clareza de que não nos deparamos com um inimigo, mas sim com um “outro sistema de pensamento”, que na verdade não há um adversário, mas alguém com valores diferentes.

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A Água

É um elemento tão fundamental no nosso planeta, como a parte sólida que denominamos de terra. É mais: há maior proporção de matéria líquida que de sólida na Terra, e não há parte sólida que, de certa maneira, não esteja embebida, trespassada – ou precise estar – de líquido. O protótipo do aquoso é, para nós, o mar. O mar é como o sangue do planeta, vital, salgado, cheio de energia e dador de força ao mesmo tempo. No mar estão resumidas todas as formas da água: o sal que o compõe, o doce dos rios que nele vão entrar e as chuvas verticais que nascem pela subida do vapor e a descida das gotas líquidas… Por isso os antigos falaram do mar como do sangue, e eles souberam que os seus muitos sais não eram motivo para fazer dele um ser inerte, pesado e quase denso nas profundezas do seu leito. Eles sabiam deste sangue vivo que, dentro dele, transportava várias correntes, frias e quentes, num e noutro sentido, para que essa enorme massa líquida não estivesse nunca em repouso, distribuindo sempre o seu rico caudal energético. Tal como o sangue que circula pelo corpo, usando canais, e dependendo muito das correntes de temperatura…

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O Caos

Isabel Areias 0 543

Os livros e textos sagrados que vamos conhecendo e estudando retratam sempre um momento inicial sobre o qual não existia nenhuma identificação concreta da matéria ou de uma existência em movimento. Esta ideia do “nada” ou de um “oceano primordial” assemelha-se a um estado que podemos definir como sendo o caos, um equilíbrio imóvel ou uma inércia em potência. Uma espécie de estado adormecido ou de Pralaya, tal como o útero de uma mãe aguarda algo que desperte vida no seu interior. Tesla referia que a dimensão obscura no universo está apenas adormecida, ou seja, à espera de algo que a desperte. Também o mesmo acontece no Ser Humano. No seu interior residem inúmeras zonas de matéria negra numa potência inerte à espera de algo que a torne consciente, viva e desperta.

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O Dia e a Noite

São outra forma de ciclo, embora repetido num breve tempo que nós, humanos, calculamos como sendo de 24 horas. Este ciclo produz muito menos medo do que o outro maior das estações. Este é notado com mais assiduidade, e embora a nossa memória seja débil, pode recordar de um dia para o outro, de uma noite para a outra. Esta possibilidade de memória retira o medo.

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A Tirania da Felicidade

José Ramos 1 655

Desejar a felicidade soa-nos tão natural nos nossos dias, que questionar esse desejo parece-nos uma coisa estranha, para não dizer absurda. No entanto, é precisamente quando nos deixamos de questionar que abrimos espaço à possibilidade de algum tipo de tirania sobre nós e a nossa vida. Não se trata, pois, de nos opormos à felicidade, mas sim de procurarmos entender como se desenvolveu uma visão redutora, simplista e egoísta da felicidade, que nos foi tirando a liberdade de viver.

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A Natureza

Delia Steinberg Guzmán 0 623

Nada é mais natural para o Homem que a Natureza. Mas não natural no sentido filosófico da questão, como respondendo tudo a um plano ordenado da evolução e da lei divina. Natural no sentido humano, ou seja, que tudo está ao serviço do homem. Tudo existe simplesmente para o beneficiar, ou para que ele extraia benefício das coisas

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As Pedras

Delia Steinberg Guzmán 0 567

Desde a pedra que serve para construir casas e templos até à pedra que forma os caminhos, desde a pedra que se converte num utensílio prático para a vida até à pedra que, bem-talhada, é um adorno bonito e eficaz no corpo, todas elas foram consideradas frias e mortas, e dispomos delas como se a vida no-las devesse em vista dos nossos múltiplos trabalhos.

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A Vida e a Morte

Delia Steinberg Guzmán 0 891

– Alvíssaras, felicidade! Acaba de nascer um menino! O nosso filho chegou à vida!
Assim festejam os homens a aparição de um novo ser sobre a terra. Tudo parece pouco para este pequeno corpito que necessita da proteção mais absoluta e dos cuidados mais carinhosos. Beijos, presentes, lágrimas de alegria e emoção marcam o acontecimento da vida.

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A Solidão

Delia Steinberg Guzmán 0 732

Na sinusoide da existência, há momentos que sobressaem da linha média, aos quais chamamos momentos de vida; e há outros que ficam abaixo do horizonte: são os que chamamos morte. Na realidade, tudo é existência, seja de um ou do outro lado da linha divisória. O fundamental é a passagem dessa linha, seja para nascer ou para morrer.

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O Jogo

Delia Steinerg Guzmán 0 848

Era uma vez uma criança muito séria, tão séria que sentia uma profunda pena das outras crianças que passavam os seus dias a brincar. Esta criança tinha notado que as bonecas, carrinhos, máscaras e outros brinquedos não tinham realidade e valor para os adultos. E assim, ele não quis ser menos e decidiu dispensar estes enganos.

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O Caminho do Guerreiro Pacífico

José Carlos Fernández 0 1892

Os romanos disseram que “se você quer paz, prepare-se para a guerra” (Vix pacis para bellum), e filósofos de todos os tempos enfatizaram que a condição natural do ser humano é a paz, a cooperação, a ajuda mútua, a busca de compreensão, a paciência um com o outro e a concordância. No entanto, as escórias da mente animal tornam impossível essa “conduta correta”, de modo que, em vez de natural, ela torna-se ideal e dificilmente alcançável. Imagem: Dois mestres de Templos de Shaolin. Creative Commons

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Reflexões sobre Videojogos e o Mais Além da Morte

José Carlos Fernández 0 1128

Há uns dias vi um documentário da BBC que me impressionou muito . É a história de uma família com um filho, que tem uma doença degenerativa que o impede progressivamente de fazer uso dos músculos, e que vive quase confinado em casa até que morre com 25 anos. Salvo umas amizades familiares que o visitavam de muito em muito tempo, a sua vida social era quase nula. Imagem: Fantasia. Pixabay

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Estação Onze, Um Duro Futuro Apocalíptico, mas Esperançado

Quando lemos o Apocalipse (o de São João, que é o mais conhecido, pois há outros apócrifos) a nossa imaginação fica vivamente impressionada pelas cenas de devastação, como a dos quatro cavaleiros da fome, da peste, da guerra e da morte. Não sabemos, tal é a nossa pequenez, se nos chega a consolar a descrição de Jerusalém Celeste e da pedrinha branca com o nome secreto de cada um, entregue aos vencedores. Pois sem entender que nas grandes tragédias da natureza ou das sociedades vive o grande poder renovador da mesma vida, deixamo-nos atordoar apenas pela visão da dor, do terrível, sem capacidade de ver mais além.

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O Sentido Oculto da Vida

Jorge Angel Livraga 1 2339

Desperta-me muito a atenção, como filósofo e como homem, que não haja uma preocupação mais profunda sobre o que é a vida e qual o seu sentido. Há coisas que afectam a uns e não afectam a outros, como os problemas políticos, económicos, mas há um problema comum que é o facto de que todos vamos morrer. Por isso surpreende-me, como filósofo e como homem, que haja tantos milhões de pessoas que não se preocupem seriamente em perguntar-se a si próprias e em perguntar aos grandes focos de Sabedoria da Antiguidade e aos grandes pensadores actuais o que é que tudo isto significa e que há por detrás disto.

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