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Sobrevivência

Suporte Básico de Vida: Uma Abordagem Filosófica

Ricardo Martins 0 636

Um dos mais graves e comprometedores acontecimentos que podem ocorrer nas nossas vidas é o chamado incidente arrítmico, fibrilhação ventricular ou, mais genericamente, paragem cardiorrespiratória. Ultrapassando os limites estritamente físicos dos ventrículos do coração, e fazendo uso da arte das correspondências, compreendemos que a vida, em todos os seus aspetos, depende de uma cadência cardíaca, que é seriamente ameaçada perante quaisquer formas de contração descoordenada, ineficaz ou caótica. Para tudo aquilo que fazemos na vida é necessário um ritmo que nos garanta que estamos vivos, que estamos a aprender e que caminhamos em direção a alguma coisa, é necessário sentirmo-nos parte de um Todo e que caminhamos com ele, dele e para ele. Se, por alguma circunstância, nos falta a constância, se as dificuldades nos fazem parar ou caminhar de forma irregular, se perdemos tempo e nos perdemos a nós mesmos no caminho, é necessária uma resposta rápida e relativamente fácil, que permita, ao menos, uma estabilização e um mantimento da vida interior até termos acesso a uma resposta mais eficaz e diferenciada, colhida dos ecos da sabedoria de todas as eras.

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Dunquerque. Viver ou Sobreviver?

Gilad Sommer 0 630

À medida que os custos de produção sobem, tanto na televisão como no cinema, parece que menos profundos vão ficando os conteúdos. Muitos filmes e programas televisivos são acerca de nada, tecnicamente excelentes, mas olvidáveis. Não é o caso de Dunkirk, o filme histórico de Christopher Nolan de 2017, que faz pensar sobre a condição humana. A sua abordagem minimalista, com uma técnica quase perfeita, dá significado a cada som, cada palavra, cada gesto, tal como na escuridão cada pequena luz faz a diferença.

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Estação Onze, Um Duro Futuro Apocalíptico, mas Esperançado

Quando lemos o Apocalipse (o de São João, que é o mais conhecido, pois há outros apócrifos) a nossa imaginação fica vivamente impressionada pelas cenas de devastação, como a dos quatro cavaleiros da fome, da peste, da guerra e da morte. Não sabemos, tal é a nossa pequenez, se nos chega a consolar a descrição de Jerusalém Celeste e da pedrinha branca com o nome secreto de cada um, entregue aos vencedores. Pois sem entender que nas grandes tragédias da natureza ou das sociedades vive o grande poder renovador da mesma vida, deixamo-nos atordoar apenas pela visão da dor, do terrível, sem capacidade de ver mais além.

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