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Seth

Egito e o Nilo

Luis F. Ayala 0 623

A civilização egípcia desenvolveu-se dentro de um duplo quadro geográfico. Por um lado, os grandes desertos do sul, que confinavam com a Núbia, eram áridos e obrigavam os homens ao trabalho constante e à preocupação por manter uma agricultura florescente. Não era tarefa simples. Era necessário prever o abastecimento de água, canalizá-la e construir tanques, para garantir colheitas florescentes. As cidades estavam relativamente isoladas, como ilhas num mar de areia reverberante, cujas ondas de dunas cobriam e descobriam gradualmente vestígios já antigos do período médio. Pelo contrário, o Delta, ao norte, formava as terras baixas, com territórios férteis, capazes de dar várias colheitas num ano. O viajante Nilo abria-se em várias bocas, algumas naturais e outras criadas pela mão do homem, e ia desaguar no Mediterrâneo, formando uma grande porta de comunicação entre o Egito e as grandes culturas mediterrâneas produzindo assim um intercâmbio de valores culturais e materiais entre os povos. O Nilo, além de dar água a todo o território e fornecer o limo fertilizante nas cheias anuais, era a principal via de comunicação. Era a grande estrada fluvial, a coluna vertebral civilizatória. Através dele, os barcos cruzaram territórios durante a após o Período Pré-dinástico, e alcançou-se a unificação política que historicamente personificamos em Narmer, o primeiro rei do alto e baixo Egito.

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O Mito de Osíris e o Rei Leão: as Personagens e o seu Simbolismo

Álvaro Soffietti 0 2495

Estudar a mitologia e o simbolismo por trás do Mito de Osíris é entender o lugar natural do ser humano no Cosmos. Os mitos e ensinamentos arquetípicos fazem-nos refletir e ajudam-nos a explicar como agir no mundo manifestado, do qual falava Platão. Neste mundo, onde as coisas existem, não temos a capacidade de captar o bem ou o mal absolutos, mas podemos nos aproximar e nos afastar relativamente, tanto para um quanto para o outro. Neste mundo, ambos os extremos fazem parte da ilusão da Deusa Maia. E embora estejamos sempre entre os extremos, o filósofo procura descobrir o real neste mundo ilusório. A sabedoria oculta no mito de Osíris permite aproximar-nos do sagrado, usando a inteligência para ver nas entrelinhas os seus ensinamentos. Através das personagens e seus simbolismos, é possível ligar-se com o atemporal, aqueles ensinamentos deixados por outras civilizações para nos mostrar a forma em que o ser humano deve estar ligado à natureza e assim começar a caminhar retamente.

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