A Metafísica de Kant – Alma, Universo e Deus. Primeira Parte
Na obra Crítica da Razão Pura, Immanuel Kant trata de encontrar o alcance e as possibilidades do conhecimento racional. Neste processo, depara-se com a necessidade de estabelecer quais são os limites da razão pura, afirmando que esta apenas pode gerar conhecimento em contacto com a experiência.
Isto não significa, no entanto, que todos os conhecimentos racionais venham da experiência. Existem certas intuições puras da sensibilidade (o espaço e o tempo) e categorias do entendimento (de qualidade, quantidade, relação e modo) que são dados à priori no contacto com toda a experiência. Para além destes conceitos puros, todos os outros conceitos que nos são possíveis pensar e, portanto, todo o conhecimento, advém de uma análise da experiência possível.
Vamos dar um exemplo:
Quando olhamos o Sol, o que vemos? Uma luz, um brilho, uma esfera radiante.
Sabemos, entretanto, que a luz que vemos foi emanada do Sol oito minutos antes de chegar aos nossos olhos. O que vemos, então, não é o Sol, mas apenas a sua luz que chegou aos nossos olhos. O Sol, em si mesmo, é invisível, está oculto aos nossos sentidos. Aquilo que chamamos Sol é à causa daquilo que produziu o efeito na nossa sensibilidade.