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Santo Agostinho

Bernardo de Claraval e Pedro Abelardo: o Conflito Ideológico que Dividiu a Idade Média

Ana Paula Pereira 0 489

O intuito inicial deste trabalho era explorar a vida e obra de grandes nomes da dialética e abordar ao menos um momento em que o uso dessa contraposição de ideias e argumentos tenha sido determinante no pensamento humano. Intuito inicial vencido, quando já nos primeiros momentos de pesquisa nos deparamos com uma contenda mal contada, mal-acabada e que tanto gera debate e suposições até hoje. O embate entre Bernardo de Claraval, São Bernardo, e Pedro Abelardo. São tantas as versões e tantas as opiniões que se chega à dedução que foi o encontro divisor de águas e ideias que dividiu uma era, e quiçá ainda não se definiu. As biografias dos oponentes são tão duras quanto fabulosas. Trata-se de dois gigantes. Cada um no seu modo, contexto e filosofia, que com algum cuidado, será abordado. Há quem diga que o debate estratosférico entre São Bernardo e Pedro Abelardo foi o confronto entre o mosteiro e a academia. Em que pese a simplicidade da metáfora, algum fumo de verdade há nessa afirmação.

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Mãe e Filho: Um só Corpo.

Michelangelo e os Mistérios da Maternidade Divina

É uma discussão que atravessa três milênios, aquela sobre a real natureza da concepção virginal de Maria de Nazaré, e em até que ponto a existência carnal de Jesus a deva o mérito da genética. Uma das mais aceitas visões cristãs sobre o fenômeno entende que coubera apenas à Maria a transmissão do elemento corpóreo a seu filho, Jesus. Em sendo assim, ele seria, cromossomicamente, a versão biologicamente masculina de sua mãe. Sobre esta questão, eu cheguei a desenvolver em 2021 um projeto envolvendo inteligência artificial a reproduzir como seria o rosto da Virgem a partir da reconstrução do de seu filho, segundo as marcas do Santo Sudário de Turim.

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A filosofia do Infinito no Pensamento Bruniano

Carlos Paiva Neves 0 733

Quando meditamos profundamente sobre o conceito de infinito, parece que nos move um impulso angustiante, que constringe e imobiliza a nossa própria natureza, fazendo-nos reconhecer a finitude da inteligência humana, quando comparada com a infinidade de Deus. A inteligência de Deus é infinita, porque é suprema, perfeita, eterna, absoluta, inumerável. A semântica e a filosofia devem caminhar de mãos dadas, procurando exercitar uma correspondência plena entre a significação das palavras e a modelação dos conceitos. As três primeiras perguntas de «O Livro dos Espíritos» são a esse propósito profundamente elucidativas, porque estabelecem uma relação entre Deus e o infinito, motivando um exercício de reflexão que nos fixa e suspende o pensamento, intemporalmente. É próprio da imperfeição do ser humano que, em face da sua natureza, busque uma linguagem compatível e, não renegando a sua emanação de Deus, se resigne em silêncio, rendido à grandiosidade do seu Criador. Como pode uma inteligência finita compreender uma inteligência infinita? Como compreender que uma inteligência finita exercite uma definição para Deus?

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