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Sacrificio

Druidas, Bardos e Escaldos “Influenciadores” e Guardiões da Sabedoria Nórdica

Franco P. Soffietti 0 692

Em grande parte das culturas conhecidas, os poetas caracterizavam-se pela sua eloquência e a sua maneira bela de traduzir ideias mediante palavras, geralmente cantadas. No mundo celta existiam dois tipos de poetas, duas classes diferentes: bardos e druidas, cujo papel ia muito mais além do mero entretenimento, já que eram guardiões da sabedoria, da história, dos mitos, dos valores e das tradições do seu povo.
Se bem que os druidas eram líderes religiosos, sábios, juristas e frequentemente considerados mediadores entre os deuses e as pessoas, nos seus atributos também se destacava o de poetas. Tanto druidas como bardos eram os educadores dos povos e pais da cultura. Numa cultura onde a escrita não era a principal forma de registo, os poetas desempenharam um papel crucial na preservação da história e da mitologia. A sua habilidade para memorizar e recitar extensos relatos, era essencial para manter viva a memória coletiva e a identidade dos povos.

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A Função Mágica dos Rituais e Cerimónias

Julian Scott 0 655

De um ponto de vista esotérico, um ritual depende da existência da dimensão invisível. Esta dimensão invisível é constituída por um aspeto espiritual-mental, que é o domínio dos arquétipos ou seres vivos de ideias de que falam os platonistas; e por um aspeto astral, que é um mundo intermédio entre o espírito e a matéria, tal como a imaginação é a ligação entre o mundo das ideias e o mundo físico. Nesta visão, o mundo invisível existe, o mundo material reflete. O visível é a sombra do invisível.
Um ritual ou uma cerimónia é uma reconstituição da criação do mundo, uma oportunidade para se ligar às forças criadoras das origens e, assim, recomeçar, regenerar-se e emergir renovado. Um exemplo disto é o rito do batismo, que consiste em ser imerso nas águas primordiais, sofrer o Dilúvio e ressurgir no monte primordial de uma nova criação. Uma outra forma de encarar o ritual é vê-lo como uma porta para a dimensão invisível, um meio de acesso ao sagrado. E é por isso que os rituais são necessários, porque o invisível é, pela sua própria natureza, de difícil acesso para nós, prisioneiros como somos da carne e da matéria. Por isso, precisamos de ferramentas e dispositivos especiais para nos ajudar a alcançá-lo. Essas ferramentas são os símbolos, os mitos e os rituais.

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O Fogo

Delia Steinberg Guzmán 0 600

A Terra move-se com base em transformações que, embora não alterem a sua essência, modificam as suas apresentações. Mudanças químicas, físicas, fervilham continuamente no coração do planeta, e em conjugação com a água, o ar e mesmo o fogo, a Terra altera-se sem mudar o seu lugar no espaço. A água mostra-se dotada de uma maior mobilidade; para ela não há segredos no que diz respeito ao movimento horizontal; rios e mares deslocam-se, com maior ou menor ímpeto, e percorrem as suas bacias de um extremo ao outro, ainda que sempre apoiados na terra-mãe, no suporte necessário para poder mover-se. Só a água das chuvas assume uma atitude vertical, a que se aproxima de outro movimento de espiritualização vertical, como veremos a seguir. E o ar? Este movimenta-se na horizontal e na vertical, varrendo a superfície da terra, e sem necessidade de apoiar-se totalmente nela; não tem a sua origem nas bacias dos mares nem no leito dos rios. O fogo necessita apenas de um ponto de apoio na sua base, e daí em diante, todos os seus movimentos são verticais, uma eterna dança com aspirações à altura, o símile mais acabado da espiritualidade humana que busca o seu Deus acima, apoiando-se apenas no corpo que tem para se expressar.

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