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Sabedoria

O Encontro Com a Solidão

Clara sempre se sentiu deslocada, uma sombra que caminhava solitária por entre as cores vibrantes de um mundo que ela parecia não compreender.
Esta viagem começa quando ela descobre um livro enigmático que a leva à Nova Acrópole, uma escola de filosofia fundada por ÁNGEL.
Guiada por ÁNGEL, Clara mergulha nas profundezas de sua alma e começa a perceber que a solidão que sempre temeu é, na verdade, um portal para o autoconhecimento e o propósito de sua vida.
No entanto, a influência sutil e silenciosa de seu Pai, um homem enigmático que parecia conhecer o caminho da sabedoria sem nunca falar sobre ele, continua a guiá-la em silêncio.
Ele, que conheceu a Nova Acrópole antes dela, deixou para Clara um legado de mistério e procura, plantando sementes da filosofia que agora floresciam em sua mente.
Inspirada por pensadores como Kafka e Hesse, Clara descobre que as respostas que tanto procurava estavam nas perguntas que a vida lhe apresentava — e que a verdadeira jornada estava em viver essas perguntas com coragem.
Através de sua solidão, Clara aprende a observar o infinito e a compreender que o propósito da vida não está em chegar a um destino, mas em abraçar o caminho que se abre diante de si.
Ao meu Pai, que em seu silêncio foi o guardião das primeiras sementes de sabedoria em minha vida, sempre guiando-me com paciência e amor, mesmo nas horas em que a luz parecia se esconder.
À minha Mãe, cuja força ensinou que, mesmo nas tempestades, há sempre um porto seguro.
À Nova Acrópole, por ser o farol que ilumina os caminhos da alma, dissipando as sombras e trazendo clareza à busca pelo conhecimento.
Com eterna gratidão e Amor.

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O Diamante e o Homem

Delia Steinberg Guzmán 0 409

O diamante é a joia mais preciosa do mundo. A sua dureza, transparência e brilho resplendente não têm comparação. O seu nome deriva da palavra adamas que significa invencível. É muito difícil quebrar um diamante: são necessários 4.000 graus Celsius para fundi-lo, duas vezes e meia mais do que o necessário para fundir o aço. A sua composição, no entanto, é muito simples: moléculas de carbono.
A sua dureza deve-se à sua estrutura interna, ordenada em forma piramidal: se pomos qualquer um dos seus lados como base, podemos contar os átomos de carbono em camadas, tendo a primeira um, a segunda quatro, a terceira nove e a quarta dezasseis, o que faz uma sucessão de quadrados 1^2, 2^2, 3^2 e 4^2.

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O Meu Amigo Inseto

Carlos Adelantado 2 533

Uma noite qualquer, como na maioria das noites, estava lendo recostado na cama. Era um livro de conferências do professor Jorge A. Livraga.

O fim do dia, a obscuridade ao redor, o silêncio…

À luz da pequena lâmpada na mesa de cabeceira, a minha atividade intelectual prolongava-se nos momentos prévios ao sono.

A leitura, a reflexão, a paz no coração… Tudo era perfeito.

De repente, ele apareceu, um pequeno inseto. Perturbador, insensível à minha presença e incapaz de ficar quieto.

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O Dia em que Mary Poppins foi Egoísta e o Dia em que Walt Disney Salvou a sua Alma

José Carlos Fernández 0 344

“Disney disse a ela [Pamela L. Travers, a autora da personagem Mary Poppins] que era muito arrogante. Ela respondeu, “Sou?”, “Sim” , reafirmou ele. “Pensas que sabes mais sobre Mary Poppins do que eu sei.” “Bem, arrogante ou não”, respondeu ela, sorrindo, “penso que sei mais do que tu.” Disney destacou, triunfal, “não, não sabes mais”.

As muitas aventuras desta ama mágica foram geradas na infância de Pamela – a solidão da sua infância, sonhando acordada com Allora, o carácter dominante da sua tia materna, nas regras e preceitos de viver que lhe deram – e no seu amor por AE e os mistérios da criação que ouviu dos seus lábios e leu nos poemas de Yeats e Blake”.

Mary Poppins foi chamada “Deusa Mãe”, uma bruxa, uma fada boa, uma mulher sábia, uma “Mãe extática”, exemplificada como Artemis e como Sofia, Maria Magdalena ou a Virgem Maria. Diz-se que contém segredos Zen ou que compendia o Zen. [1]

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A Responsabilidade

Carlos Adelantado Puchal 0 361

Perguntaram-me sobre a responsabilidade, e à minha memória acudiu a longa viagem de Ulisses de regresso à sua pátria. Estou convencido de que, entre as múltiplas chaves em que podemos interpretar a narrativa de Homero, uma delas é a responsabilidade.
No sentido de cumprir com as suas obrigações, Ulisses acudiu à guerra de Troia. E não foi sozinho. Junto com ele navegaram os homens da sua pequena ilha, e junto com ele embarcaram, após dez anos de batalhas, para regressar à sua terra.
Homero conta-nos as aventuras extraordinárias que viveram, os perigos que sortearam, as tristezas e as alegrias que todos compartilharam. Através das grandes vicissitudes que os atingiram, destaca sempre o grande sentido de responsabilidade que Ulisses sente em relação aos seus companheiros.
Num dos episódios, sabemos que chega a solicitar que o amarrem ao mastro do navio, pois pretende escutar o canto das sereias sem cair na tentação de sucumbir a elas. É um momento crucial da odisseia.

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Gilgamesh e a Roda dos Astros

Laura Winckler 0 494

Sumérios, babilónios, hurritas e hititas conheciam esse mito, e podemos estimar que a poesia épica grega antiga o tomou como modelo, uma vez que o personagem de Héracles é semelhante a Gilgamesh em vários aspetos. As suas marcas sobreviverão até à Idade Média europeia, onde o encontraremos sob a forma de São Jorge e do dragão, o que lembra uma das obras do herói sumério.
A versão suméria parece hoje ser mais pobre que a versão babilónica, devido à perda das tábuas mais antigas. Restam apenas 35.000 versos do épico sumério. A seguir apresentaremos a versão de Kramer, tentando encontrar as correspondências astrológicas do relato.
Na verdade, o mito de Gilgamesh é um mito solar; razão pela qual, poderá em determinado momento, vencer os escorpiões, símbolos da consumação da vida, que deverão ceder-lhe o lugar. Igualmente, o seu caráter é confirmado por sua oposição à deusa lunar Inana. A passagem pelos doze signos do Zodíaco, refletem-se nos trabalhos de Gilgamesh e, na realidade, em toda a sua existência. Isto confirma o parentesco entre o mito de Gilgamesh e o de Hércules.

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A Sabedoria de Ptahhotep – Um Ideal de Autorrealização e Serviço aos Outros

Julien Scott 0 588

De acordo com a lenda medieval, do Egito, o filósofo grego Parménides inventou a lógica enquanto sentado numa rocha no Egito. Isto indica a crença de que a filosofia grega foi muito inspirada pela sabedoria do Egito, e isso revela que isto não é somente uma lenda. Pitágoras – o grande inventor da palavra filosofia na Grécia – foi avisado pelo seu professor Thales para viajar para o Egito, onde o próprio Thales tinha sido ensinado. E Platão ele mesmo passou vários anos estudando com sacerdotes egípcios em Heliópolis.

Porque, então, a maior parte dos livros nos dizem que a filosofia começou na antiga Grécia? Porque, de acordo com a nossa atual visão do mundo, herdada dos séculos XVIII e XIX, é impossível acreditar que um povo como os egípcios, que acreditavam em magia, pudessem ter tido uma filosofia. E ainda agora, de acordo com o recente livro do antigo sábio Egípcio Ptahhotep1, os antigos egípcios tinham uma palavra para filosofia: merut nefret, que significa desejar sabedoria ou desejar um ideal, que é praticamente idêntico à palavra grega filosofia, ou amor à sabedoria. O filósofo é a pessoa que ama a sabedoria e quer tornar-se sábio, ou alguém que ama o ideal e pretende alcançá-lo na sua vida. Ptahhotep torna isto ainda mais explícito na seguinte afirmação: A pessoa educada é aquela que alimenta a sua alma realizando na terra o ideal nele contido. Por outras palavras, todos nós temos um ideal no eu interior e aquele que tem o sentido desse ideal esforça-se por trazê-lo à realidade. Este é o significado original de filósofo em ambas as tradições da Grécia e do Egito.

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Filosofia: Um Modo de Vida

Delia Steinberg Guzmán 1 712

Estou convencida de que todos os seres humanos, mesmo que não o saibam e não tenham um título, são filósofos. Estou convencida de que qualquer ser humano que questiona as coisas e quando está sozinho consigo mesmo, quer saber quem é, deu nascimento a um filósofo.
O que é a filosofia? Não gosto de definições, talvez porque tive que estudar muitas, porque percebi que nesses casos a memória pouco serve, e o que tem servido é o que nos vai ficando na Alma. A filosofia, para além dos muitos conceitos que se têm explicado ao longo da história, para além do equilíbrio de finalidades que lhe têm dado, é a Grande Arte, a Grande Ciência. É uma atitude perante a vida. É uma atitude que requer uma Ciência; se alguém se faz perguntas, necessita respondê-las. E é uma atitude que implica uma arte porque essas palavras não se podem responder de qualquer forma.
O que é atitude perante a vida? É… ir por ela com os olhos abertos; é não ter medo de indagar os grandes mistérios; é não ter medo de olhar para o Universo e perguntar-se por ele, sobre si mesmo, sobre o Ser humano. E é ali onde coincidem todos os povos, porque, em todos os momentos, quando o homem se perguntou como se une com o Universo, encontrou Deus e refletiu-O de mil maneiras.

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Profecias sobre o Fim do Mundo. Segunda Parte

Jorge Ángel Livraga 0 664

São várias perguntas. Vamos tentar solucioná-las. Uma delas é sobre os registos akáshicos. Existe um plano total que se vai cumprindo, parte por parte, de forma inexorável? Vamos supor que isso existe. Se existe esse plano inexorável que vai levar cada um de nós a algum lugar, há um problema; um problema não apenas ético, mas também científico. Então, onde está o livre-arbítrio? Onde está a virtude e onde está a maldade? Porque se já está escrito que um homem vai ser assassino, vai matar outro, que culpa tem esse homem? Então, esse homem não seria realmente mau. E um homem que dedicou a sua vida à santidade, à oração, à generosidade, se já estivesse escrito, absolutamente, que deveria dedicar-se à oração, à generosidade, à pureza, que virtude haveria em fazê-lo? Porque seríamos simples marionetas, penduradas numa espécie de fios que tornam inexorável tudo o que temos que fazer.

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A Conquista Interior

Delia Steinberg Guzmán 0 128

Fazemos esta publicação como uma pequena homenagem a Delia Steinberg Guzmán, trata-se de um dos seus inúmeros artigos, sempre iluminado por uma clareza extraordinária e um sentido prático que, além disso, demonstrou claramente com o exemplo da sua própria vida. Neste caso, é um dos textos que integra o seu livro Filosofia para vivir (Editorial Nueva Acropolis. Madrid, 2019), e que transmite ensinamentos tão inspiradores como este: «A vida é um tesouro de sabedoria quando se aprende a vencer o medo em cada passo. Trata-se da tua vida, dos teus passos. Não tenhas medo».

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Paz: Onde, Quando, Como e Porquê

José Carlos Fernández 0 892

É paradoxal, uma ironia, ou mesmo um sarcasmo, que no mesmo Dia Mundial da Paz, o governante da Rússia esteja ordenando uma mobilização de todos os reservistas quer eles o queiram ou não, atirando-os nas garras de uma guerra que quase ninguém no seu país deseja, uma guerra nascida sabe-se lá de que pesadelos e loucuras. ou pior, de fuga para a frente, ou filha de que interesses obscuros e indizíveis («follow the Money», já sabemos), em que veremos vários países que irão lucrar com o sofrimento dos povos, vendendo, por exemplo, os seus stocks de armas no mais puro estilo de O Padrinho… e dentro do direito internacional. Platão já o disse há dois mil e quatrocentos anos, no seu livro sobre a imortalidade da alma, o Fédon. Disse assim:
«De onde vêm as guerras, as sedições e os combates? Do corpo com todas as suas paixões. Na verdade, todas as guerras não procedem apenas do desejo de acumular riquezas e somos forçados a acumulá-las em prol do corpo, para servir de escravos às suas necessidades.»

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Plotino e os Degraus da Virtude

Henrique Cachetas 4 1964

De acordo com a tradição deixada por Platão, as virtudes cívicas são quatro: a sabedoria, a coragem, a moderação e a justiça. Estas são as virtudes que fazem o nosso eu terreno assemelhar-se tanto quanto é possível a um reflexo do mundo inteligível. Isto é possível pois todas resultam da aplicação de uma mesma Medida, ou seja, de um sentido ético profundo da alma humana, proveniente da Inteligência, que assim consegue conduzir todos os pensamentos, emoções e ações pelo caminho medido, isto é, o caminho reto e virtuoso.

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Platão Mais Perto

Miguel Ángel Padilla 1 3511

Ao iniciar este trabalho sobre Platão perguntava-me se não seria mais um livro das dezenas de milhares que foram escritos sobre o divino filósofo ao longo da história, e talvez o seja, mas, para dizer a verdade, o mero prazer de caminhar com ele, falar sobre assuntos tão bonitos e profundos durante estes anos, e partilhá-lo com aqueles que o leram, valeu a pena. Imagem: Platão. Biblioteca Nueva Acrópolis

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