A Sabedoria de Ptahhotep – Um Ideal de Autorrealização e Serviço aos Outros
De acordo com a lenda medieval, do Egito, o filósofo grego Parménides inventou a lógica enquanto sentado numa rocha no Egito. Isto indica a crença de que a filosofia grega foi muito inspirada pela sabedoria do Egito, e isso revela que isto não é somente uma lenda. Pitágoras – o grande inventor da palavra filosofia na Grécia – foi avisado pelo seu professor Thales para viajar para o Egito, onde o próprio Thales tinha sido ensinado. E Platão ele mesmo passou vários anos estudando com sacerdotes egípcios em Heliópolis.
Porque, então, a maior parte dos livros nos dizem que a filosofia começou na antiga Grécia? Porque, de acordo com a nossa atual visão do mundo, herdada dos séculos XVIII e XIX, é impossível acreditar que um povo como os egípcios, que acreditavam em magia, pudessem ter tido uma filosofia. E ainda agora, de acordo com o recente livro do antigo sábio Egípcio Ptahhotep1, os antigos egípcios tinham uma palavra para filosofia: merut nefret, que significa desejar sabedoria ou desejar um ideal, que é praticamente idêntico à palavra grega filosofia, ou amor à sabedoria. O filósofo é a pessoa que ama a sabedoria e quer tornar-se sábio, ou alguém que ama o ideal e pretende alcançá-lo na sua vida. Ptahhotep torna isto ainda mais explícito na seguinte afirmação: A pessoa educada é aquela que alimenta a sua alma realizando na terra o ideal nele contido. Por outras palavras, todos nós temos um ideal no eu interior e aquele que tem o sentido desse ideal esforça-se por trazê-lo à realidade. Este é o significado original de filósofo em ambas as tradições da Grécia e do Egito.
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