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Paz

Ubuntu, a Filosofia Africana do Respeito

Ubuntu é um dos melhores presentes que a África deu à humanidade, disse o desaparecido Desmond Tutu (1931-2021). É uma norma ética baseada na crença de que existe um vínculo humano universal nos conecta a todos e nos permite superar qualquer desafio que tenhamos que enfrentar, tanto individual como coletivamente. É uma filosofia moral, uma ideia integradora de fraternidade, solidariedade e lealdade que nasceu na África do Sul e que influenciou muitos outros países, não só africanos – como o Senegal ou o Congo –, mas também em todo o mundo. O seu objetivo é que toda a comunidade esteja protegida, que ninguém deve ser deixado sozinho ou isolado, pois estão convencidos de que se um só membro da tribo sofre de uma injustiça, os afeta a todos. Esta filosofia do respeito, nasce em primeiro lugar, do respeito por si mesmo, pois se o sagrado que existe é negado em cada um de nós, vamos também negar o sagrado que está nos demais. Ubuntu é o fio dourado com o qual se tece a concórdia e a unidade da alma dos diferentes povos, criando uma comunhão entre todos que os irá defender sempre, não só de si mesmos, senão também das ameaças do depredador estrangeiro.

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O Meu Amigo Inseto

Carlos Adelantado 2 405

Uma noite qualquer, como na maioria das noites, estava lendo recostado na cama. Era um livro de conferências do professor Jorge A. Livraga.

O fim do dia, a obscuridade ao redor, o silêncio…

À luz da pequena lâmpada na mesa de cabeceira, a minha atividade intelectual prolongava-se nos momentos prévios ao sono.

A leitura, a reflexão, a paz no coração… Tudo era perfeito.

De repente, ele apareceu, um pequeno inseto. Perturbador, insensível à minha presença e incapaz de ficar quieto.

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Paz: Onde, Quando, Como e Porquê

José Carlos Fernández 0 823

É paradoxal, uma ironia, ou mesmo um sarcasmo, que no mesmo Dia Mundial da Paz, o governante da Rússia esteja ordenando uma mobilização de todos os reservistas quer eles o queiram ou não, atirando-os nas garras de uma guerra que quase ninguém no seu país deseja, uma guerra nascida sabe-se lá de que pesadelos e loucuras. ou pior, de fuga para a frente, ou filha de que interesses obscuros e indizíveis («follow the Money», já sabemos), em que veremos vários países que irão lucrar com o sofrimento dos povos, vendendo, por exemplo, os seus stocks de armas no mais puro estilo de O Padrinho… e dentro do direito internacional. Platão já o disse há dois mil e quatrocentos anos, no seu livro sobre a imortalidade da alma, o Fédon. Disse assim:
«De onde vêm as guerras, as sedições e os combates? Do corpo com todas as suas paixões. Na verdade, todas as guerras não procedem apenas do desejo de acumular riquezas e somos forçados a acumulá-las em prol do corpo, para servir de escravos às suas necessidades.»

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Comentários à Monarquia de Dante – Livro I

Carmen Morales 0 1354

Em 1311, o escritor Dante Aligheiri, também conhecido como “o poeta supremo”, escreveu De Monarchia, um tratado no qual exporia as suas ideias políticas e que é um reflexo da sua filosofia, a cavalo entre o pensamento medieval e o florescente Renascimento. Apesar de que normalmente escrevesse em italiano – não é em vão que é considerado o pai deste idioma – esta obra foi escrita em latim, talvez com a intenção de promover a sua divulgação e fazer chegar o seu conteúdo a uma grande parte dos intelectuais da época.

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O Caminho do Guerreiro Pacífico

José Carlos Fernández 0 2206

Os romanos disseram que “se você quer paz, prepare-se para a guerra” (Vix pacis para bellum), e filósofos de todos os tempos enfatizaram que a condição natural do ser humano é a paz, a cooperação, a ajuda mútua, a busca de compreensão, a paciência um com o outro e a concordância. No entanto, as escórias da mente animal tornam impossível essa “conduta correta”, de modo que, em vez de natural, ela torna-se ideal e dificilmente alcançável. Imagem: Dois mestres de Templos de Shaolin. Creative Commons

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