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Matemática

O Indescritível

João Porto 2 247

Indescritível é aquilo que não é passível de descrever ou de descrição, considerando que descrição é achada aqui como a falta de palavras ou de linguagem, que conduz ao desconhecimento que não permite caracterizar ou resolver um evento ou fenómeno nos seus constituintes intrínsecos. Normalmente partimos de um estado inicial ou encontramo-nos num estado final, mas o processo que medeia os dois poderá ser indescritível por falta de recursos técnicos de análise, por sua vez, nascidas de teorias que suportem a evolução entre os dois estados. As limitações da linguagem e das palavras para descrever um fenómeno levou a matemática a elaborar construções simbólicas cujo aprofundamento nos aproxima da sua resolução, mas paradoxalmente nos leva a uma crescente dimensão desconhecida. Como diria Goethe, “Todo o perto se afasta”.

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A Ética de (Bento, Baruch, Benedictus) Espinosa

Teresa Álvarez Santana 0 126

A vida de Espinosa foi muito singela. A sua família tinha vindo de Portugal para a Holanda para escapar à Inquisição. O próprio Espinosa foi educado no ensino judaico, mas achou impossível manter-se ortodoxo. Ofereceram-lhe cem florins por ano para que mantivesse as suas dúvidas escondidas; quando os recusou, tentaram assassiná-lo. Apesar de tudo, viveu tranquilamente, primeiro em Amesterdão e depois em Haia, ganhando a vida a polir lentes. As suas necessidades eram poucas e singelas e, durante toda a sua vida, mostrou uma rara indiferença pelo dinheiro. O governo holandês, com o seu habitual liberalismo, tolerava as suas opiniões sobre questões teológicas, embora, a certa altura, tenha sido mal visto politicamente, por se ter aliado aos Witts contra a Casa de Orange. Na idade precoce dos 44 anos de idade, morreu de tuberculose.

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O Movimento dos Astros e das Ideias, entre o Céu e a Convicção, na Busca pela Verdade

Inês Campos 1 958

A Ciência é uma construção humana que tem como propósito explicar o funcionamento do mundo. A vaidade e o ego humanos criam a ilusão de que estamos a desvendar, aos poucos, as leis da Natureza. No entanto, todas as leis descobertas, mesmo que sejam extraordinárias, tais como as Leis de Newton ou a Teoria da Relatividade de Einstein são válidas dentro de determinados limites. Haverá sempre algo sem resposta com as nossas teorias e que levará a outras teorias.
A visão que temos do mundo depende daquilo que podemos ver e/ou medir. A teoria geocêntrica é prova disso. Na verdade, devemos admitir que existirão sempre aspetos da Natureza inalcançáveis com os nossos instrumentos. Basta pensar que estando nós dentro da Natureza, haverá sempre algo no seu exterior que será desconhecido.
A história da Ciência está repleta de avanços significativos, contudo registaram-se atrasos provocados por equívocos, preconceitos, abordagens inadequadas, ideias fixas, resistência à mudança ou ainda pela influência social e cultural. De facto, as crenças culturais ou religiosas, quando profundamente enraizadas, são difíceis de erradicar. Também um número de evidências insuficiente ou pouco convincentes pode conduzir a uma estagnação das ideias. Na verdade, vencer a inércia das ideias é um desafio.

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A Ciência e as Suas Chaves Simbólicas

Juan Martín Carpio 0 775

Parece não haver distância maior do que há entre o simbolismo tradicional e a ciência, mas é exatamente o contrário. O pensamento científico avançado fundamenta-se em leis que muitas vezes se expressam com «símbolos» matemáticos, estranhos para o profano, esotéricos para o não iniciado. Como exemplo, consideremos a famosa equação de Schrödinger dependente do tempo, onde se descreve um sistema físico em evolução. Poder-se-ia objetar que o «esotérico» aqui se limita ao desconhecimento duns símbolos matemáticos, que uma vez bem explicados… nos deixam tão confusos como no início, porque a menos que sejamos «iniciados» nos seus segredos, não apenas da matemática, mas do significado profundo da física, não entenderemos nada sobre conceitos como tempo, espaço, matéria, evolução e transformação. Para o profano é tão fantástico ou ilusório como pode ser o mais simples dos símbolos numéricos maçónicos.

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Leonardo e o Valor da Tradição

Henrique Cachetas 0 1342

Verrocchio, discípulo de Donatello, foi o mestre de Leonardo, assim como de Perugino e de Botticelli. O destino, responsável pela reunião de tão grandes talentos na mesma cidade, e até na mesma casa, sabia bem a importância da continuidade na transmissão dos conhecimentos através das gerações. Imagem: O Batismo de Cristo, Verrocchio e Leonardo. Creative Commons

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