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Mário de Sá-Carneiro

Miguel Torga e o Veneno de Sartre

José Carlos Fernández 1 81

Ao ler o V Diário de Miguel Torga (1907-1995) constatamos que este poeta transmontano estudava, em 1949, como milhares de jovens na Europa, os livros de Jean Paul Sartre. Estes milhares, então, à medida que iam passando os anos, converter-se-iam em milhões, e o efeito tangível da filosofia deste autor existencialista haveria de se notar, nos ventos de destruição, caos, angústia e dissolução que provocaram, inclusive, no que um escritor francês chamou: a encarnação do desastre cultural francês do pós-guerra. E sendo a França o coração da Europa, essa arritmia, gangrena ou náusea, a escuridão do puro nada ou morte moral, estenderam-se por todos os membros, chegando também, está claro, a Espanha e a Portugal, nosso país irmão.

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Carta à Tia Anica

Carlos Paiva Neves 1 1012

A obra do escritor e poeta Fernando Pessoa é indiscutivelmente uma referência da literatura mundial, que tem motivado inúmeros investigadores a analisarem os conteúdos literários, assim como sobre a sua personalidade multifacetada, presente nos heterónimos Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Alberto Caeiro e Bernardo Soares. Porém, não é vulgar encontrar nesses estudos sobre o poeta, mesmo nos trabalhos de crítica literária, a referência a uma carta de sua autoria, dirigida a sua tia Anica, escrita em Lisboa, no dia 24 de junho de 1916. Este documento da sua correspondência pessoal está publicado em «Escritos Íntimos, Cartas e Páginas Autobiográficas, Fernando Pessoa, Introduções, Organizações e Notas de António Quadros, Mem Martins: Publicações Europa-América, 1986, pág. 127», o qual constitui uma revelação do comportamento mediúnico narrado na primeira pessoa.

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