Pressione ESC para fechar

Luz

Filosofia da Ciência na Doutrina Secreta: Complementos Bibliográficos

Carlos Paiva Neves 0 698

Realizando um estudo mais circunspecto à componente da ciência, na obra de Helena Blavatsky, conhecida por Doutrina Secreta, damos conta de um manancial científico que não passou, de qualquer forma, despercebido à autora, se por um lado, nos abstrairmos da sua densidade esotérica, e por outro, se focalizamos nos conteúdos do domínio da ciência. Porém, ao aprofundarmos um pouco mais esse estudo, constatamos que nas edições da Doutrina Secreta após a morte de Blavatsky, são identificadas muitas obras que foram publicadas no primeiro terço do século XX, que versam as diversas temáticas científicas, mais emergentes para a época, que merecem ser motivo de análise. Podemos mesmo afirmar que tais obras, que designamos por complementos bibliográficos da Doutrina Secreta, têm um amplo interesse para quem estuda a Filosofia da Ciência. Estamos assim a reportarmo-nos a obras, que na sua maior parte, têm mais de cem anos.

Continue lendo

A Poética de Guerra Junqueiro

É muito difícil traduzir Guerra Junqueiro (1850-1923) e trazer para a língua espanhola, embora próxima, os seus ritmos de puro fogo. Este poeta, um verdadeiro Hércules lusitano em todos os aspetos – político, filosófico, científico, destruidor de sofismas e de todo o tipo de engendros monstruosos – foi considerado pelo seu amigo Miguel de Unamuno, o melhor poeta ibérico do seu tempo. Foi amigo e camarada de lutas políticas e literárias, das mais excelentes almas de Portugal do seu tempo: Antero de Quental, Eça Queiroz, Oliveira Martins, Camilo Castelo Branco e muitos outros; e um dos personagens mais polémicos e revolucionários da sociedade portuguesa em que viveu.
Filho de um camponês proprietário, estudante de Teologia e posteriormente licenciado em Direito, deputado nas Cortes, jornalista, embaixador na Suíça, colecionador de antiguidades e, mais tarde, poeta-lavrador e eremita na sua quinta vinícola, em Barca d’Alva, junto ao Douro, é talvez o filósofo lírico, da natureza mais insigne, das terras e das gentes lusas. A sua Velhice do Pai Eterno foi um golpe para o clericalismo católico medieval; Os Simples, um retorno à alma das pessoas singelas, com uma fé vital e uma harmonia com a natureza e os seus poderes invisíveis, agora impossíveis de alcançar em cidades sacudidas pelo materialismo, pelo ceticismo moral e pela ausência de valores. E a sua Oração à Luz é um verdadeiro hino religioso, filosófico e científico, à quintessência mãe de tudo o que vive, a presença do próprio Deus na alma e na carne e no sangue humanos, como energia solar, como vida ardente.

Continue lendo

O Diamante e o Homem

Delia Steinberg Guzmán 0 409

O diamante é a joia mais preciosa do mundo. A sua dureza, transparência e brilho resplendente não têm comparação. O seu nome deriva da palavra adamas que significa invencível. É muito difícil quebrar um diamante: são necessários 4.000 graus Celsius para fundi-lo, duas vezes e meia mais do que o necessário para fundir o aço. A sua composição, no entanto, é muito simples: moléculas de carbono.
A sua dureza deve-se à sua estrutura interna, ordenada em forma piramidal: se pomos qualquer um dos seus lados como base, podemos contar os átomos de carbono em camadas, tendo a primeira um, a segunda quatro, a terceira nove e a quarta dezasseis, o que faz uma sucessão de quadrados 1^2, 2^2, 3^2 e 4^2.

Continue lendo

O Meu Amigo Inseto

Carlos Adelantado 2 533

Uma noite qualquer, como na maioria das noites, estava lendo recostado na cama. Era um livro de conferências do professor Jorge A. Livraga.

O fim do dia, a obscuridade ao redor, o silêncio…

À luz da pequena lâmpada na mesa de cabeceira, a minha atividade intelectual prolongava-se nos momentos prévios ao sono.

A leitura, a reflexão, a paz no coração… Tudo era perfeito.

De repente, ele apareceu, um pequeno inseto. Perturbador, insensível à minha presença e incapaz de ficar quieto.

Continue lendo

Jakob Böhme: o Príncipe dos Obscuros

Françoise Terseur 0 501

A Teosofia alemã dos séculos XVI e XVII está impregnada de naturalismo e de um panteísmo híbrido, alicerçado numa mistura de misticismo e teologia, utilizando três fontes de inspiração: Deus, o Homem e a Natureza.
A Teosofia de Jakob Böhme surgiu da conjunção entre o hermetismo, representado por Paracelso, e o misticismo alemão, que juntos prefiguraram o sistema de Baader. Podem também ser traçadas algumas analogias entre a Cabala judaico-cristã, frequentemente associada à Teosofia, e a sua cosmogonia mística. Os escritos de Böhme contêm muitas semelhanças com as teorias filosóficas da Alemanha do século XIX, sendo ele considerado um precursor de Espinosa e Schelling. A sua influência foi significativa no pensamento alemão, particularmente em Franz von Baader. Böhme exerceu um verdadeiro fascínio sobre Hegel e toda a geração romântica, tendo a sua influência também chegado ao campo religioso, tanto na Holanda como na Alemanha, através do pietismo.

Continue lendo

Outras Dimensões

João Porto 0 1567

A Física ensina-nos que o Presente é, entre o fluxo contínuo do Futuro e o Passado, a unidade de tempo mais ínfima que não podendo ser mais dividida pode ser resolvida a 10-43 segundos. Esta ínfima parte indivisível é conhecida como o tempo de Planck.

Continue lendo

As Idades do Medo

Carlos Adelantado Puchal 0 1177

Todas as coisas que existem, objetivas e subjetivas, têm o seu momento e o seu lugar para se manifestar, e assim o fazem. Se o interiorizamos, encontraremos um ponto de apoio para construir as nossas ações e reações. E num mundo tão mutante não é supérfluo ter uma referência inicial que coloque a nossa consciência num presente aceito. Não é absurdo pensar, então, que percorremos a vida na companhia de inseparáveis companheiros ​​na forma de medos e esperanças.

Continue lendo

Luz, Sombra e Escuridão das Ideias. Traços do Picatrix em Giordano Bruno

Carlos Paiva Neves 0 747

A luz natural procede das estrelas por meio de uma linguagem eletromagnética que é sensível à visão dos humanos e dos seres vivos em geral. É um fogo permanente produzido a partir de transformações termonucleares de fusão que proliferam pelo universo infinito. A luz física natural é o primeiro fundamento para a interação de movimento de todos os elementos do universo. É o principal objeto de trabalho de investigação astronómica, capaz de alcançar fontes luminosas tão longínquas, que transcende a noção de espaço, inconvertível para a inteligência humana. O universo é luz, sombra e escuridão. Em todos os seres universais há luz, sombra e escuridão. As sombras físicas são diferentes das sombras das ideias. As sombras físicas tal como as das ideias não existem sem a luz. Onde há luz há sombra, onde há sombra há luz, sendo impossível discernir uma sombra na escuridão. A sombra não é o mesmo que a escuridão, mas se é um vestígio dessa escuridão em presença da luz ou um vestígio de luz na escuridão, podendo ser uma mistura de luz e escuridão, então a luz é apenas um vestígio daquilo que é verdadeiro ou falso.

Continue lendo

Reflexões sobre a Doutrina Secreta

George Arundale 0 790

A Doutrina Secreta faz os seus leitores pensarem em si próprios. É um vai comigo para a consciência maior, em cada um de nós, e esta é uma das razões porque muitos não veem utilidade – as suas consciências maiores estão adormecidas e não estão em condições de despertar. É assim tão menos importante ler A Doutrina Secreta, e muito mais importante senti-la. Arriscaria duvidar se H.P. Blavatsky ela própria sabia sempre o que estava escrevendo, ou no mínimo compreendia muitas das implicações das palavras que escrevia. Duvido igualmente se ela estaria sempre preparada para dizer o seu significado. Certamente não podia, tendo em conta as imensas limitações de linguagem comparativamente mais jovens, e, no caso das línguas ocidentais, mais ou menos com o estágio particular que o mundo tinha alcançado. Inevitavelmente, ela vivia tempos obscuros.

Continue lendo

Porquê a Dor?

Jorge Angel Livraga 0 1299

Hoje, perante esta realidade da existência, vamos tocar numa das suas facetas: a dor, o porquê da dor.

Teríamos primeiro de definir o que é a dor. Definir algo, especialmente quando não é físico, mas metafísico, insubstancial, mesmo quando nos afeta profundamente, é sempre difícil. Definir um objeto material é fácil, basta dar as suas medidas, as suas proporções, a sua cor, as suas diferentes qualidades visíveis. Falar do que é invisível, como a dor, o prazer, o amor, o ódio, é muito difícil. De um modo geral, falamos dos seus resultados.

Continue lendo