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Liberdade

Para a Liberdade: Dominando as Nossas Ferramentas

Yaron Barzilay 0 488

Ultimamente, parece-nos ver um crescente número de pessoas no mundo apelando para que se estreitem as ténues fronteiras entre a tecnologia utilizada para servir a humanidade, e aquela que parece tomar a nossa liberdade. Temos smartphones e relógios que tornam a nossa vida facilitada, ou muitas vezes mais complicada… deixando os utilizadores, muitas vezes, cada vez menos capazes, enquanto os dispositivos se tornam cada vez mais sofisticados. Basta notar a degradação do uso da nossa linguagem, e a total negligência da prática tradicional de escrever no papel, para perceber o preço que talvez estejamos a pagar. As redes sociais, como ironicamente são chamadas, têm vindo a ser fortemente condenadas nos últimos anos, muitas vezes por pessoas que estão no coração da indústria. Estas redes são muitas vezes antissociais, e facilmente reduzem a qualidade das nossas relações e os valores que partilhamos. Podem servir as agendas comerciais, enquanto alimentam a polarização e o extremismo, não é um segredo escondido.

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A Desintegração da Cultura

Jorge Ángel Livraga 0 462

O conceito de cultura poderia definir-se como o conjunto de valores permanentes, conhecimentos científicos, crenças e experiências que vão sendo acumuladas de geração em geração pela Humanidade. Sendo os componentes da Humanidade fisicamente efémeros, vencem, porém, o tempo e a morte, perpetuando-se na transmissão do melhor de si aos seus próprios descendentes, para que o homem, sempre renovado e jovem, seja “experiencialmente” cada vez mais velho e, portanto, mais apto e mais sábio.
A própria civilização não é mais do que a plasmação de uma cultura no plano concreto, tal como o vaso de barro é a plasmação da ideia que teve previamente o oleiro. Desta forma, sem cultura não há civilização. Pelo menos, não há uma civilização viva, capaz de reproduzir-se em tipos cada vez mais evoluídos. Uma civilização pode perdurar mesmo depois da dissolução da sua cultura, mas fá-lo-á como o cadáver o faz: só brevemente depois da morte. Logo virá o processo de putrefação, e a união harmónica que outrora regentara tudo, converte-se num caótico laboratório químico e físico, povoado de vermes e larvas, coberto apenas por uma mortalha fétida e pela fria lápide da recordação do que foi, mas não é mais.

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Construir o Futuro. Segunda Parte

Carlos Adelantado 0 668

Do ponto de vista filosófico, a história passada pode ser um pedestal sobre o qual nos apoiamos para nos lançarmos no futuro, pode ser um motor, algo que pode nos dar impulso, que pode nos ajudar a aprender … A nível coletivo, a história também nos mostra que todos os processos pelos quais a humanidade passou estão a permanecer em nós. Algo permanece em nós da rebelião de todas as revoluções que a humanidade sofreu. Algo permanece em nós, mesmo que não estivéssemos naquela época, ou naquele momento, ou naquele lugar, de todo o esforço que foi feito para erradicar a escravatura no mundo. Algo permanece em nós como nómadas, gostamos ir de um lugar para outro com os olhos fixos no horizonte. Algo permanece em nós de sedentários também, e gostamos ter um lugar para onde sempre voltar, onde possamos descansar das fadigas da vida.

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Epicteto. O Escravo Filósofo que Sempre Foi Livre

Maria Kokolaki 0 1156

É muito provável que este não fosse o seu nome, mas um apelido já que, Epicteto, Επίκτητος, em grego significa adquirido. Era costume denominar os escravos com um apelido ignorando os seus nomes, mais uma maneira de desprezá-los. É o caso deste filósofo, que nasceu em Hierápolis, uma antiga cidade helenística que se encontra na atual Pamukkale, província de Denizli, Turquia.

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Comentários à Monarquia de Dante – Livro I

Carmen Morales 0 1235

Em 1311, o escritor Dante Aligheiri, também conhecido como “o poeta supremo”, escreveu De Monarchia, um tratado no qual exporia as suas ideias políticas e que é um reflexo da sua filosofia, a cavalo entre o pensamento medieval e o florescente Renascimento. Apesar de que normalmente escrevesse em italiano – não é em vão que é considerado o pai deste idioma – esta obra foi escrita em latim, talvez com a intenção de promover a sua divulgação e fazer chegar o seu conteúdo a uma grande parte dos intelectuais da época.

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Spinoza: os Livros Escritos no Inferno

Juan Martín Carpio 0 737

Se revermos os filósofos mais conhecidos, lembrar-nos-emos facilmente de Platão, Aristóteles, Sócrates, Descartes… Há, contudo, um nome geralmente esquecido, embora a sua importância no mundo moderno aumente de dia para dia, ainda que muitas vezes seja mal compreendido por aqueles que se reconhecem como seus seguidores ou que foram influenciados pelo seu pensamento.

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Meditações sobre a Sabedoria

Henrique Cachetas 2 1658

É filósofo o que ama a sabedoria, o que leva a sua vida em torno desse amor. Amor, neste sentido, não é só o que nos faz querer algo para nós mesmos, algo que nos falta, algo que nos pode completar. É, além disso, o que nos faz encontrar o melhor de nós mesmos para o oferecer e o colocar ao serviço. Filósofo não é só o que procura a sabedoria, mas o que se predispõe a dar o melhor de si ao serviço da sabedoria. Amar a sabedoria é servi-la, é colocar todas as nossas melhores faculdades em ação, pois são os filósofos os agentes da sabedoria. Imagem: Símbolo, Nicholas Roerich (1915). Domínio Público

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O Caminho do Guerreiro Pacífico

José Carlos Fernández 0 2142

Os romanos disseram que “se você quer paz, prepare-se para a guerra” (Vix pacis para bellum), e filósofos de todos os tempos enfatizaram que a condição natural do ser humano é a paz, a cooperação, a ajuda mútua, a busca de compreensão, a paciência um com o outro e a concordância. No entanto, as escórias da mente animal tornam impossível essa “conduta correta”, de modo que, em vez de natural, ela torna-se ideal e dificilmente alcançável. Imagem: Dois mestres de Templos de Shaolin. Creative Commons

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