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Klaus Schmidt

As Perguntas de Göbekli Tepe

Paulo Alexandre Loução 0 1444

Quando chegamos ao campo arqueológico de Göbekli Tepe é o seu próprio espaço com a linguagem simbólica dos seus Ts que nos desafia a esquecer a nossa forma de pensar baseada na preponderância do externo, a fim de nos sintonizarmos com as suas perguntas que são, de algum modo, também respostas, ou indicações face ao grande mistério da Vida. Do ponto de vista externo, deparamos com uma arte e arquitectura muito evoluídas realizada por caçadores-recolectores do epipaleolítico, estamos no X milénio a. C. , ou seja, há cerca de doze mil anos. No momento do nível III de Göbekli Tepe, o mais antigo até agora conhecido, e o mais impressionante pela sua qualidade técnica, não havia ainda nem agricultura, nem domesticação de animais. Estes caçadores-recolectores deixaram a sua marca de eternidade em assombrosos menires-T com relevos de grande qualidade escultórica nos chamados recintos B, C e D – que estão integrados num monte artificial com quinze metros de altura e trezentos de diâmetro. Os altos-relevos seja em 2D ou 3D são impressionantes, representam sobretudo serpentes, raposas e javalis, mas também aves, escorpiões, predadores, e outros animais. Os menires-T são eles próprios antropomórficos estilizados. Não há um antes e não há um depois, directo, a esta cultura dos Ts, só se atingiria este nível de arte e arquitectura uns seis mil anos depois, seguindo a matriz cronológica actual da arqueologia. Note-se que os Ts do local, às dezenas, são monólitos de calcário trabalhados com um peso de várias toneladas, sendo que os mais altos do recinto D pesam mais de quinze toneladas.

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