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Joseph Campbell

Filosofia: Um Modo de Vida

Delia Steinberg Guzmán 1 538

Estou convencida de que todos os seres humanos, mesmo que não o saibam e não tenham um título, são filósofos. Estou convencida de que qualquer ser humano que questiona as coisas e quando está sozinho consigo mesmo, quer saber quem é, deu nascimento a um filósofo.
O que é a filosofia? Não gosto de definições, talvez porque tive que estudar muitas, porque percebi que nesses casos a memória pouco serve, e o que tem servido é o que nos vai ficando na Alma. A filosofia, para além dos muitos conceitos que se têm explicado ao longo da história, para além do equilíbrio de finalidades que lhe têm dado, é a Grande Arte, a Grande Ciência. É uma atitude perante a vida. É uma atitude que requer uma Ciência; se alguém se faz perguntas, necessita respondê-las. E é uma atitude que implica uma arte porque essas palavras não se podem responder de qualquer forma.
O que é atitude perante a vida? É… ir por ela com os olhos abertos; é não ter medo de indagar os grandes mistérios; é não ter medo de olhar para o Universo e perguntar-se por ele, sobre si mesmo, sobre o Ser humano. E é ali onde coincidem todos os povos, porque, em todos os momentos, quando o homem se perguntou como se une com o Universo, encontrou Deus e refletiu-O de mil maneiras.

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O Herói de Mil Faces. Segunda Parte

Alfredo Aguilar 0 553

Neste livro, Joseph Campbell explora a ideia de que as narrativas mitológicas geralmente compartilham uma estrutura fundamental. Daí o nome que escolheu, o monomito, já que os mitos são basicamente resumidos num, que contém todas essas características essenciais. Para explicar a jornada do herói, Campbell recorreu, além de alguns elementos de Freud, aos arquétipos de Jung, às forças do inconsciente e à estrutura dos ritos de passagem de Arnold van Gennep. Lembremos que a jornada do herói começa neste mundo normal e quotidiano, do qual parte à chamada da aventura, cruzando um umbral que o leva a um mundo sobrenatural onde não se rege a ordem e as leis do quotidiano. Embarca num caminho de provas, que tem de passar, até alcançar a vitória final e regressar vitorioso para conceder os seus dons aos seus semelhantes. Devemos considerar também que estas provas, apesar de serem simbólicas, podem aparecer na vida normal ou quotidiana de qualquer indivíduo e, uma vez chegado o caso, temos de reconhecê-las primeiro e depois superá-las. Ninguém está isento de provas nesta vida e, o ideal seria que o simbolismo dos mitos nos sirva de pauta, guia e orientação para poder enfrentá-las.

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O Herói de Mil Faces. Primeira Parte

Alfredo Aguilar 0 796

Este é o título de uma obra publicada em 1949 pelo mitólogo, escritor e professor americano Joseph Campbell, onde analisa a partir da mitologia comparada a estrutura mitológica da jornada do herói arquetípico que podemos encontrar nos mitos de diferentes povos ao longo da história da humanidade. O professor Campbell constata que as narrativas mitológicas geralmente compartilham uma estrutura fundamental, o que ele chamará de monomito ou jornada do herói, que poderia ser resumida da seguinte forma: “O herói começa a sua aventura a partir do mundo conhecido, recebe o chamado à aventura que o leva a uma região de maravilhas sobrenaturais, ele enfrenta forças fabulosas num caminho de provações, onde evidentemente será testado e em algumas ocasiões receberá a ajuda de um aliado, e obtém uma vitória decisiva. Então o herói retorna da sua misteriosa aventura com a capacidade de conceder dons a seus irmãos.” Este processo tem fundamentalmente três etapas: a partida ou separação, que é quando o herói parte perante o chamado à aventura (ou à desventura conforme o caso); a iniciação, isto é, as aventuras que o testarão ao longo do caminho; e o regresso, a volta a casa e ao mundo quotidiano, transformado pela experiência.

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As Perguntas de Göbekli Tepe

Paulo Alexandre Loução 0 1526

Quando chegamos ao campo arqueológico de Göbekli Tepe é o seu próprio espaço com a linguagem simbólica dos seus Ts que nos desafia a esquecer a nossa forma de pensar baseada na preponderância do externo, a fim de nos sintonizarmos com as suas perguntas que são, de algum modo, também respostas, ou indicações face ao grande mistério da Vida. Do ponto de vista externo, deparamos com uma arte e arquitectura muito evoluídas realizada por caçadores-recolectores do epipaleolítico, estamos no X milénio a. C. , ou seja, há cerca de doze mil anos. No momento do nível III de Göbekli Tepe, o mais antigo até agora conhecido, e o mais impressionante pela sua qualidade técnica, não havia ainda nem agricultura, nem domesticação de animais. Estes caçadores-recolectores deixaram a sua marca de eternidade em assombrosos menires-T com relevos de grande qualidade escultórica nos chamados recintos B, C e D – que estão integrados num monte artificial com quinze metros de altura e trezentos de diâmetro. Os altos-relevos seja em 2D ou 3D são impressionantes, representam sobretudo serpentes, raposas e javalis, mas também aves, escorpiões, predadores, e outros animais. Os menires-T são eles próprios antropomórficos estilizados. Não há um antes e não há um depois, directo, a esta cultura dos Ts, só se atingiria este nível de arte e arquitectura uns seis mil anos depois, seguindo a matriz cronológica actual da arqueologia. Note-se que os Ts do local, às dezenas, são monólitos de calcário trabalhados com um peso de várias toneladas, sendo que os mais altos do recinto D pesam mais de quinze toneladas.

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Star Wars, Cinema Comercial ou Mito?

Manuel Benítez Bolorinos 0 1258

Além das cenas de acção em ritmo acelerado, além dos efeitos especiais espectaculares, e do fascinante “sentido de maravilha” que revolucionou o cinema no final dos anos 70, Star Wars tem uma variedade infinita de leituras, mensagens e influências culturais que ampliam o seu conteúdo e permitem que o espectador treinado nessas chaves compreenda a profundidade do iceberg, apreciando a natureza espectacular da organização, sem ficar cego por ela. Imagem: A luta de Luke Skywalker, Darth Vader e o Imperador no Madame Tussauds. Creative Commons

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