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Infância

Resgate da Pureza da Infância

Patrícia Oliveira 0 435

Valeria a pena conhecer a versão original deste versículo, para melhor compreender o seu sentido. Ainda assim, a aventura de procurar compreendê-lo, tal como tem sido traduzido recentemente, vale por si mesma. O fascínio deste versículo encontra-se na antítese em que ele se constitui. Aparentemente, Jesus contrapõe a inocência (dos pequeninos) e a pena capital (a morte, a violência entre a violência); ou seja, para Jesus, aquele que atenta contra a inocência é réu de morte.

O que haverá de tão importante na inocência, que quem o ponha em causa deva morrer, antes que o faça? O que haverá de tão fulcral na inocência da infância, para que em outras passagens Jesus diga se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus (Jo. 3, 3) e deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas (Mt. 19, 14)? A idade da inocência termina, sensivelmente, com o início do Estádio das Operações Concretas, de Piaget (por volta dos 7 anos). Até esta idade, a criança não mente. Não sabe mentir, não vê interesse em mentir, não reconhece qualquer valor à mentira. Até esta idade, a criança conhece apenas a Verdade. Sente, pensa, vive e relaciona-se na Verdade.

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A Alegria, a Dor e a Graça, de Leonardo Coimbra

Débora Ferrage 0 344

Leonardo Coimbra foi um filósofo português do início do século XX com ideias que, creio eu, merecem ser conhecidas de todos nós, e que tornam inevitável a rendição ao que pensa. A propósito de uma oportunidade de contactar, pela primeira vez, com a filosofia preconizada por Leonardo Coimbra, surge este texto como resposta à reflexão que foi espoletada pela sua obra A Alegria, a Dor e a Graça cuja leitura foi realizada sempre com um lápis na mão, pronto fazer anotações e comentários a cada linha, tornando a partilha deste contacto, imperiosa.

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Alice no País das Maravilhas

Cláudio Fernando Brito 0 763

Este trabalho teve como base dois vetores: o primeiro foi o facto de o trabalho de Lewis Carrol ser, por si só, um corpo laboral envolto em mistério e simbologia, muito mais se o estendermos à vida do próprio autor – Charles Lutwidge Dogdson – que, por intermédio de charadas e contos nos fez descobrir uma das obras mais vendidas do mundo da fantasia e, igualmente, da literatura juvenil e adulta – Alice no País das Maravilhas. Contudo, considerar um mundo de maravilhas a vida do autor será apenas um sonho idílico, já que, por intermédio de uma análise cuidada (e um pouco freudiana, confessamos) do autor, descobrimos sonhos reprimidos, pulsões fortes, simbologias de desejos proibidos e uma grande dança entre o divino e o maligno. O segundo vetor foi a própria obra e a sua simbologia transcendental, muito pouco analisada e, por vezes, até negligenciada. Negligenciada, porque a análise freudiana e onírica do Eros e do Thanatos ocupa a maior parte das obras de análise do conto infantil e, por essa mesma razão, perdem-se outras análises, deixando apenas à vista a polémica e deixando a obra numa espécie de Maya, sala produtora de ilusões. Todavia, devo partir de um princípio empírico factual para depois o mergulhar numa análise simbólica transcendental, sem que para isso perca a lucidez. Analisarei a obra por aquilo que a obra se me apresenta, um conto baseado ora na imaginação ora na fantasia, uma obra com uma intensa ligação à realidade e uma obra que, ao contrário da maior parte das obras infantis, não tem uma moral direta, mas sim uma lição obscura, obscura não por ser negativa ou, de alguma forma, maligna, mas sim obscura por estar envolta em muitos véus. Todavia, eis que a vida de Lewis Carroll não é mais do que isso… uma vida envolta em véus.

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A Vida e a Morte

Delia Steinberg Guzmán 0 1017

– Alvíssaras, felicidade! Acaba de nascer um menino! O nosso filho chegou à vida!
Assim festejam os homens a aparição de um novo ser sobre a terra. Tudo parece pouco para este pequeno corpito que necessita da proteção mais absoluta e dos cuidados mais carinhosos. Beijos, presentes, lágrimas de alegria e emoção marcam o acontecimento da vida.

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O medo e as Etapas da Vida

Carlos Adelantado 0 1576

Vivemos no mundo do laser, dos aceleradores de partículas, da transmissão de imagens por satélite, dos grandes computadores e dos microchips e de outras muitas coisas tão particulares desta época.

Mas, ao mesmo tempo, vivemos com nossos desejos, paixões, defeitos e virtudes, com nossos medos universais e atemporais, próprios de todo ser humano e de toda época.

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