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Imaginação

Para Que Te Cresça a Alma

Jorge Ángel Livraga 0 273

Não me refiro ao seu Espírito Divino, que por sê-lo, não pode crescer nem decrescer, nascer nem morrer, mas àquela parte mais elevada em nós que comumente chamamos de Alma.
É sabido de todos que o exercício físico, por exemplo, desenvolve os músculos, e que qualquer aprendizado deve basear-se na tenacidade em exercitar aquilo que queremos fazer crescer, seja o domínio de um idioma ou de uma máquina qualquer.
Da mesma forma, se queres fazer a tua Alma crescer, deves exercitá-la incansavelmente, todos os dias. E, para isso, não são imprescindíveis exercícios especiais, mas basta ter uma atenção focada, naturalmente orientada para o espiritual. Ao observar o fototropismo das folhas de uma planta ou a casca das árvores, trata de captar aquilo que está mais interiormente colocado, aquilo que é o motor e a causa do que vês superficialmente. Acostuma-te a sentir as mãos de Deus ao teu redor, estudando cuidadosamente e com a pureza e a inocência de uma criança pequena, todas as coisas.

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A Metafísica de Kant – Alma, Universo e Deus. Primeira Parte

Henrique Cachetas 0 282

Na obra Crítica da Razão Pura, Immanuel Kant trata de encontrar o alcance e as possibilidades do conhecimento racional. Neste processo, depara-se com a necessidade de estabelecer quais são os limites da razão pura, afirmando que esta apenas pode gerar conhecimento em contacto com a experiência.
Isto não significa, no entanto, que todos os conhecimentos racionais venham da experiência. Existem certas intuições puras da sensibilidade (o espaço e o tempo) e categorias do entendimento (de qualidade, quantidade, relação e modo) que são dados à priori no contacto com toda a experiência. Para além destes conceitos puros, todos os outros conceitos que nos são possíveis pensar e, portanto, todo o conhecimento, advém de uma análise da experiência possível.
Vamos dar um exemplo:
Quando olhamos o Sol, o que vemos? Uma luz, um brilho, uma esfera radiante.
Sabemos, entretanto, que a luz que vemos foi emanada do Sol oito minutos antes de chegar aos nossos olhos. O que vemos, então, não é o Sol, mas apenas a sua luz que chegou aos nossos olhos. O Sol, em si mesmo, é invisível, está oculto aos nossos sentidos. Aquilo que chamamos Sol é à causa daquilo que produziu o efeito na nossa sensibilidade.

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Filosofia da Ciência na Doutrina Secreta: Complementos Bibliográficos

Carlos Paiva Neves 0 698

Realizando um estudo mais circunspecto à componente da ciência, na obra de Helena Blavatsky, conhecida por Doutrina Secreta, damos conta de um manancial científico que não passou, de qualquer forma, despercebido à autora, se por um lado, nos abstrairmos da sua densidade esotérica, e por outro, se focalizamos nos conteúdos do domínio da ciência. Porém, ao aprofundarmos um pouco mais esse estudo, constatamos que nas edições da Doutrina Secreta após a morte de Blavatsky, são identificadas muitas obras que foram publicadas no primeiro terço do século XX, que versam as diversas temáticas científicas, mais emergentes para a época, que merecem ser motivo de análise. Podemos mesmo afirmar que tais obras, que designamos por complementos bibliográficos da Doutrina Secreta, têm um amplo interesse para quem estuda a Filosofia da Ciência. Estamos assim a reportarmo-nos a obras, que na sua maior parte, têm mais de cem anos.

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A Filosofia do Livro

Jose Ruiz Rojas 0 565

Seshat, “a senhora dos livros”, é a deusa egípcia da escrita e da leitura, protetora das bibliotecas. Ela também é a deusa da arquitetura e do destino. Como deusa do destino, estava sentada aos pés da árvore cósmica, onde o céu superior e o inferior se uniam; como deusa da arquitetura, era encarregada de calcular e dar a orientação precisa na hora de construir e elaborar os planos dos templos. Muitas vezes é retratada como escriba dos faraós anotando os logros do seu reinado nas folhas da Árvore da Vida, uma função mágica, a de cuidar da imortalidade do faraó na Terra.
Para aqueles que amamos os livros, para aqueles que sentimos admiração ao percorrer as prateleiras de bibliotecas antigas e também novas, repletas de saberes antigos e não tão antigos, certamente Seshat é nossa fonte de inspiração. Ela é a emoção que assalta o nosso coração quando encontramos, entre as prateleiras de uma biblioteca, um livro que levamos buscando há muito tempo ou quando a descoberta é inesperada. É também o que desencadeia a nossa imaginação na leitura.

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Jakob Böhme: o Príncipe dos Obscuros

Françoise Terseur 0 501

A Teosofia alemã dos séculos XVI e XVII está impregnada de naturalismo e de um panteísmo híbrido, alicerçado numa mistura de misticismo e teologia, utilizando três fontes de inspiração: Deus, o Homem e a Natureza.
A Teosofia de Jakob Böhme surgiu da conjunção entre o hermetismo, representado por Paracelso, e o misticismo alemão, que juntos prefiguraram o sistema de Baader. Podem também ser traçadas algumas analogias entre a Cabala judaico-cristã, frequentemente associada à Teosofia, e a sua cosmogonia mística. Os escritos de Böhme contêm muitas semelhanças com as teorias filosóficas da Alemanha do século XIX, sendo ele considerado um precursor de Espinosa e Schelling. A sua influência foi significativa no pensamento alemão, particularmente em Franz von Baader. Böhme exerceu um verdadeiro fascínio sobre Hegel e toda a geração romântica, tendo a sua influência também chegado ao campo religioso, tanto na Holanda como na Alemanha, através do pietismo.

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O Mundus Imaginalis
Na Prática da Imaginação Ativa e Visualização1

Agostinho Dominici 0 453

A razão porque a imaginação é um conceito tão poderoso e importante para compreender é que sem ela a criatividade humana seria dramaticamente diminuída. Mas este conceito está sujeito a várias interpretações (psicológicas, filosóficas, espirituais, etc.) e por isso muito difícil para uma simples definição. De momento será suficiente dizer que a imaginação é a faculdade da mente de gerar imagens . Com esta definição, posso também concentrar a atenção da nossa discussão perante um outro conceito chave, o da mente. É um outro conceito que ainda é mais difícil determinar, na verdade um grande mistério, algo que está na base da atividade humana e cósmica. E, estou aqui acrescentando o adjetivo cósmico porque todas as cosmogonias da antiguidade postuladas como primeiro ato de criação, um ato de ideação. O Demiurgo (i.e., A Mente Cósmica) primeiro imaginou o universo e depois trouxe-o para a manifestação. Da mesma forma a miríade de objetos que enchem (e muitas desarrumam!) as nossas vidas, eram primeiro imaginadas nas nossas mentes e só depois dada uma forma física tangível.

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Nikola Tesla. Visionário na eletrotécnica (Parte I)

Attila Barta 0 1649

Nasceu à meia-noite de 10 para 11 de Julho de 1856 na vila de Smiljan, na actual Croácia, então integrada no Império Austro-Húngaro.

Tesla apreciava e respeitava muito os seus pais, especialmente o seu pai Milutin, que se havia formado no exército, bem como seus antecessores, embora trocasse a espingarda pela toga. Como todos os sacerdotes da época, tinha um nível cultural muito alto, e uma biblioteca extensa. Tinha uma memória excepcional e muitas vezes recitava de memória longos textos em várias línguas. Dizia, como piada, que poderia reconstruir os clássicos antigos se as suas obras se perdessem. Ensinou ao seu filho várias habilidades úteis para a vida, como adivinhar os pensamentos dos outros, repetir longas frases ou fazer cálculos mentalmente. Eram exercícios diários para reforçar a memória, o discernimento e também desenvolver a imaginação. Por outro lado, Tesla atribuía o seu dom como inventor à sua mãe Duka, uma dona de casa analfabeta, mas com a vocação e ascendência de inventora.

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A Criança Enquanto Mistério Espiritual

Rafael Zamith Pereira 1 2189

Parece existir hoje alguma compreensão, se bem que parcial, sobre a importância da educação da criança para o futuro e para a saúde de uma sociedade. No entanto, não parece haver uma compreensão generalizada e clara sobre o que é a criança, a sua natureza profunda e o mais valoroso e legítimo contributo que pode dar ao mundo. Imagem: Detalhe da obra de Murillo “San Buenaventura e San Leandro”. Domínio Público

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Reflexões sobre Videojogos e o Mais Além da Morte

José Carlos Fernández 0 1412

Há uns dias vi um documentário da BBC que me impressionou muito . É a história de uma família com um filho, que tem uma doença degenerativa que o impede progressivamente de fazer uso dos músculos, e que vive quase confinado em casa até que morre com 25 anos. Salvo umas amizades familiares que o visitavam de muito em muito tempo, a sua vida social era quase nula. Imagem: Fantasia. Pixabay

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Pedra Filosofal

José Carlos Fernández 2 3217

Aos mais jovens o título deste artigo evocar-lhes-á a obra de Harry Potter, o primeiro da heptalogia editado em 1997. A outros, aficionados das ciências herméticas, o Lapis Philosophorum, o fim e o segredo da Alquimia, capaz de transformar o chumbo em ouro e de com ela obter o elixir da imortalidade ou da eterna juventude.

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