Oppenheimer e a Bomba Atómica: Reflexões Filosóficas
A teoria atómica deve ter sido revolucionária para o pensamento humano. Quão difícil deve ser para a mente aceitar que tudo o que nos rodeia, os sucessos infinitos, os seres e coisas infinitas, as qualidades infinitas se devem a esferas em movimento que se chocam, se aderem e formam unidades mais complexas (que hoje chamamos moléculas), de estruturas muito precisas em 3D que determinam os infinitos adjetivos e a exuberância da vida e da natureza! O filósofo Demócrito de Abdera chegou a dotá-los de uma espécie de ganchos que lhes permitem ter afinidades entre si e que hoje denominaríamos de “valência” para assim compor estruturas maiores.
Adotar esta imagem do real na mente como certamente real, já é um mérito para o audaz. Mas começar a investigar seriamente, ano após ano, uma geração após outra desde Dalton, para apenas um século e meio depois, abrir a caixa de Pandora das interioridades do átomo e libertar a sua poderosíssima energia, é um milagre da ciência e da vontade humana, para o bem e para o mal. As explosões em Trinity, como teste, e Hiroshima e Nagasaki como objetivos de guerra, e as mais de mil explosões experimentais sobre a terra e debaixo dela, no ar e no mar, são prova disso.