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humanidade

Jogos Olímpicos – Paris 2024
Reflexão em Forma de Sopa de Letras

Cleto Saldanha 1 124

Os Jogos Olímpicos são sempre um grande fenómeno desportivo que capta a atenção de todo o mundo. São duas semanas de intensa competição, mas também de um conjunto especial de vivências, de superação, de alegrias e tristezas. Centenas de atletas vão competir, uns procurando a vitória, outros somente fazer parte do sonho que é participar de um tal evento.
Nessas duas semanas, muitas coisas ocorrem, que vão deixando uma marca por vezes forte nas consciências que gostam do desporto e veem nele uma forma de não só fomentar a saúde física, mas também, promover um conjunto de valores.
Este artigo procura singelamente aproveitar os acontecimentos que ocorreram em algumas das diversas provas que decorreram em Paris e fazer umas poucas reflexões.

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Ubuntu: Eu Sou porque nós Somos

Manjula Nanavati 0 453

Um dos fundamentos de como conceituamos o nosso senso de identidade hoje, talvez tenha vindo da máxima mais famosa do filósofo do século XVII René Descartes, cogito ergo sum ou penso, logo existo. Levado a um extremo que o próprio Descartes pode nunca ter querido dizer, somos condicionados a priorizar o interesse próprio, aplaudir a busca da nossa própria felicidade e promover liberdades pessoais ditadas pela própria moralidade. Hoje pensamos na sociedade como composta por uma coleção de seres humanos autónomos, separados do ambiente e, de muitas maneiras, independentes da sociedade, onde apenas os mais aptos sobrevivem, levando à competição e ao conflito numa tentativa de alcançar o sucesso protegendo a mim e aos meus.

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Outras Dimensões

João Porto 0 1411

A Física ensina-nos que o Presente é, entre o fluxo contínuo do Futuro e o Passado, a unidade de tempo mais ínfima que não podendo ser mais dividida pode ser resolvida a 10-43 segundos. Esta ínfima parte indivisível é conhecida como o tempo de Planck.

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Em Torno da Dignidade

Carlos Adelantado 0 720

Para nós, filosofia é, fundamentalmente, para fazermos uma série de perguntas e tentar encontrar, se possível, a resposta. Nesse sentido, a busca é o início de algo. É o princípio de um caminho que nos leva a abrir os olhos para o nosso interior e para o nosso exterior; é uma espécie de iniciação no mundo do pensamento, da observação contínua.
A figura do filósofo que estamos a defender aqui é a de um buscador. E onde estará o fim de toda essa busca? Não sei se há um fim. O que eu sei é que toda vez que encontramos algo que é válido para nós, isso, por sua vez, nos ajuda a continuar nos perguntando e continuar procurando. Por isso, o filósofo, como o entendemos, nunca será uma pessoa que diga possuir a verdade sobre as coisas. E como também é tradicional entre nós, filósofos acropolitanos, vamos abordar este tema com base num estudo comparativo de filosofias e filósofos do Oriente e do Ocidente.

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O Mito Persa de Yima

José Carlos Fernández 0 972

Trata-se de um dos mitos mais importantes da tradição avéstica. Aparece como tal no segundo Fargard de Vendidad Sade, o tratado do Militante. No entanto, ao não incluir um conjunto de preceitos morais, faz pensar os especialistas de que talvez se trate da interpolação de um mito antigo. Da Índia? Referente à humanidade primitiva, aquela que havia antecedido o Dilúvio Universal, o afundamento da Atlântida? As semelhanças com o mito bíblico de Noé ou do sumério Utnapishtin são evidentes. Neste hino Yima é o primeiro rei, o primeiro homem com que Ormuz, rei dos deuses, teria “conversado”. O primeiro que teria recebido a Lei de Ahura Mazda, a mesma que Zoroastro teria anunciado e içado como estandarte de ideias capaz de transformar a Humanidade sumida no caos da ignorância. Ahura Mazda encarrega Yima de ser o portador de uma “Revelação”, porém este se considera incapaz e aceita somente engendrar criaturas e governá-las com equidade. Compromete-se perante Ahura, “a proteger o mundo, alimentar e velar por ele”, mas não para ensinar, meditar e proclamar a Lei. Recebe de Deus os instrumentos mágicos, uma lança e um anel de ouro. Faz crescer tanto as criaturas na Terra, que esta não é suficiente para contê-las e alimentá-las, e por três vezes ele deve alargá-la com os presentes mágicos de Ormuz. Sobre esta terra renovada alargou a propagação de “gado, animais selvagens, homens, cães, pássaros e fogos vermelhos e ardentes”, até não haver mais sítio para eles e a Terra não poder aumentar mais o seu tamanho. Yima seguindo as instruções de Ormuz, vê-se obrigado a reduzir a superpopulação, fazendo uma seleção dos “germes” dos melhores exemplares. O resto é devastado por intermédio de um cataclismo em que as águas cobrem e dissolvem tudo o que pesava sobre Spendarmat (a Terra). As sementes de homens, animais e fogos são resguardadas num recinto (VARA) em que tudo cresce muito lentamente e os homens se reproduzem a cada 40 anos. Todas as criaturas selecionadas vivem em pares num reino isento de maldade e discórdia, ao abrigo das geladas águas do alto, das perigosas torrentes dos vales e da neve gelada das regiões intermédias. Yima elevou fortes e altas muralhas em torno do recinto sagrado e no seu centro, uma torre com janelas de onde se derrama um divino esplendor. Um pássaro chegado do céu, KARSHIPTA, ensina a Lei de Ahura a todas as criaturas.

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A Desintegração da Cultura

Jorge Ángel Livraga 0 440

O conceito de cultura poderia definir-se como o conjunto de valores permanentes, conhecimentos científicos, crenças e experiências que vão sendo acumuladas de geração em geração pela Humanidade. Sendo os componentes da Humanidade fisicamente efémeros, vencem, porém, o tempo e a morte, perpetuando-se na transmissão do melhor de si aos seus próprios descendentes, para que o homem, sempre renovado e jovem, seja “experiencialmente” cada vez mais velho e, portanto, mais apto e mais sábio.
A própria civilização não é mais do que a plasmação de uma cultura no plano concreto, tal como o vaso de barro é a plasmação da ideia que teve previamente o oleiro. Desta forma, sem cultura não há civilização. Pelo menos, não há uma civilização viva, capaz de reproduzir-se em tipos cada vez mais evoluídos. Uma civilização pode perdurar mesmo depois da dissolução da sua cultura, mas fá-lo-á como o cadáver o faz: só brevemente depois da morte. Logo virá o processo de putrefação, e a união harmónica que outrora regentara tudo, converte-se num caótico laboratório químico e físico, povoado de vermes e larvas, coberto apenas por uma mortalha fétida e pela fria lápide da recordação do que foi, mas não é mais.

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O Caminho Inverso

Jorge Ángel Livraga 1 902

Quando lemos os textos de História destacam-se as figuras de um Alexandre, um Júlio César, um Napoleão, um Bolívar, como que sobressaindo do seu fundo, de tal maneira, que somente os vemos a eles. É óbvio que não sonharam, trabalharam e lutaram sozinhos, mas isso pouco importa, e as suas silhuetas tremendas cobrem todo o horizonte dos feitos humanos, quase sem deixar lugar para outra coisa que não sejam eles mesmos. Inclusive, quando os seus colaboradores são mencionados, os seus inimigos, os seus amores, as suas amizades, todos estes parecem anões, e se os conhecemos é somente pelo cruzamento circunstancial com a figura do Herói. Se Xantipa não tivesse despejado em público um balde de água sobre a cabeça de Sócrates, o seu nome jamais nos teria chegado e dela sabemos – ou importa-nos saber – pouco mais do que essa historieta.

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É bom Recordar o Passado?

Carlos Adelantado 0 926

Os povos que esquecem a sua história estão condenados a repeti-la.
Esta é uma questão que, simplesmente jogada na arena da opinião, pode levar à adopção das mais variadas posições dialéticas, sejam de natureza pró-futurista ou de índole conservadora, passando por um presente palpável, avassalador e “real”.
Isso é inevitável.

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O Yggdrasil, o Nove Mundos e os Sete Seres da Mitologia Nórdica

Franco Soffietti 1 1502

Num artigo anterior (Um olhar filosófico a conceitos fundamentais da mitologia nórdica), tivemos comentando os fundamentos mitológicos das culturas nórdicas. Entre estes temas comentamos a origem do universo, a origem do ser humano e o Yggdrasil ou Árvore do Mundo onde todos os seres deste universo vivem e evoluem. Nesta oportunidade, aprofundaremos os diferentes mundos que estão contidos no Freixo Universal e nos diferentes seres que habitam cada um.

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Hipnose

Jorge Ángel Livraga 0 659

Etimologicamente, a palavra hipnose advém do grego, de Hipnos, o sonho, irmão mais novo de Tanatos, a morte.

O estado de sono artificial, com a sequência de fenómenos psicológicos e parapsicológicos que se englobam nesta denominação, é conhecido pela Humanidade há muitos milénios, mas a sua imbricação noutras disciplinas mais gerais, como a magia, a feitiçaria e as antigas e modernas formas religiosas, torna impossível fixar o início da sua prática, podendo dizer-se que, tanto os homens pertencentes às altas culturas como aqueles em estado tribal e ainda nómada, a conheceram desde sempre, ainda que o primeiro dado concreto que possuímos é o atribuído à escola hipocrática, que a utilizava para combater os espasmos ou contrações nervosas. Também sabemos que as curas por meio do sono artificial por imposição da vontade do praticante, com ou sem ajuda de drogas, eram utilizadas por médicos chineses em épocas anteriores à dinastia Han, inclusivamente para intervenções cirúrgicas e em alguns casos de parto.

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A Esfinge

Jorge Ángel Livraga 0 1001

Segundo uma remota tradição egípcia recolhida e poetizada pelos gregos, a esfinge é um monstro com corpo de animal e cabeça de homem, que existe e não existe.
Descartando desde já as efémeras formas de crença dos distintos povos, que atribuíram caráter objetivo e tangível a esta criatura, a esfinge é um símbolo. Um símbolo não é uma mera fantasia, mas uma realidade psicológica prenhe de significados.

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