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Hititas

Gilgamesh e a Roda dos Astros

Laura Winckler 0 207

Sumérios, babilónios, hurritas e hititas conheciam esse mito, e podemos estimar que a poesia épica grega antiga o tomou como modelo, uma vez que o personagem de Héracles é semelhante a Gilgamesh em vários aspetos. As suas marcas sobreviverão até à Idade Média europeia, onde o encontraremos sob a forma de São Jorge e do dragão, o que lembra uma das obras do herói sumério.
A versão suméria parece hoje ser mais pobre que a versão babilónica, devido à perda das tábuas mais antigas. Restam apenas 35.000 versos do épico sumério. A seguir apresentaremos a versão de Kramer, tentando encontrar as correspondências astrológicas do relato.
Na verdade, o mito de Gilgamesh é um mito solar; razão pela qual, poderá em determinado momento, vencer os escorpiões, símbolos da consumação da vida, que deverão ceder-lhe o lugar. Igualmente, o seu caráter é confirmado por sua oposição à deusa lunar Inana. A passagem pelos doze signos do Zodíaco, refletem-se nos trabalhos de Gilgamesh e, na realidade, em toda a sua existência. Isto confirma o parentesco entre o mito de Gilgamesh e o de Hércules.

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Os Hititas e o Caminho Que Faz Com Que Tudo Desapareça, Transformado Em Luz

jose-carlos-fernandez 0 1199

“Tudo dorme, o boi, as ovelhas, o próprio Céu e a Terra, [porque chegou o momento da morte]. E onde está a alma nesse momento? [Pois a alma está “perdida” e deve ser trazida para o lugar e ato mágico do cerimonial.] Se está na montanha, na planície ou num campo arado, que a abelha faça uma viagem de três ou quatro dias e a traga para o seu lugar. Se está no mar, que a traga um pato-bravo [migratório]. Se está no rio, que a traga o cisne. Mas o que está no céu, que traga a águia. Que a desejada [alma] seja golpeada com as suas garras, que o bode a agrida com seus chifres, que a mãe ovelha lhe bata com o focinho [Para lhe dizer que este já não é o seu lugar, que deve seguir o caminho do invisível]. A Deusa Mãe chora, chora e sofre. As coisas boas abrem-se nas nove partes do corpo, deixam que ela [a Deusa Mãe? a Terra?] seja agredida [ou seja, que se abram nela estas portas da morte que permitem a liberdade das diferentes almas]. A alma está-se a abrir e avançar em todas as suas partes [como uma flor]. Que não se faça nenhum oráculo sobre isso! [porque já não está na Terra onde os oráculos anunciam felicidade, infortúnio ou recomendações, a alma viaja para a Luz?] A alma é grande! A alma é grande! De quem é grande a alma? A alma do mortal [a alma humana] é grande. A alma é grande! Tem o grande caminho, o caminho que faz com que as coisas desapareçam. O homem do caminho [o equivalente ao Anúbis egípcio?] preparou-a para o caminho. Um bem sagrado da Deusa do Sol é a alma. A alma pertence aos deuses. Porque devo ir para onde os mortais perdem-se. [Por quê seguir o caminho da morte, aquele que leva novamente aos mortais se a minha condição é divina?] A alma dos mortos deve comer argila e também beber lodo. Porque devo ir para dasanata [termo intraduzido]. Se caio no rio, caio no poço. Deveria ir ao tenawa [termo intraduzido]? Não me deixe ir. O tenawa é o mal. Deixa-me ir rápido para o prado. Que não seja derrubado por um Deus.”

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Hieróglifos Hititas e Luvitas. Notas filosóficas

capital do império hitita, é uma experiência única.
O grande reformador da Turquia moderna, o magnífico Ataturk (que significa “Pai dos Turcos”, já que o verdadeiro nome deste personagem é Ghazi Mustafa Kemal) quis ir às raízes mais profundas desta terra e do seu povo e não se ficar pela tradição islâmica, que já na sua época estava degradada e fechada a todo o tipo de progresso, mas inspirar-se nos grandes impérios que floresceram neste país: os Lídios, os Cários e mais especialmente os Hititas. Quem visitar o mausoléu deste herói da civilização, ficará impressionado com a semelhança à arquitetura hitita, mas ainda mais colossal.

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O canto de Ullikummi

José Carlos Fernández 2 2279

Talvez nunca tenha sido tão claro como hoje, com as comunicações globais e o conhecimento atual da história, até que ponto a conduta das pessoas é governada pelos mitos. Outrora, os mitos eram narrações sagradas, as ações dos Deuses in illo tempore, ou seja, num tempo sem tempo, pois mais que sucessivo, era alfa e ómega da realidade, o arkhé ou origem imaculada de tudo o que acontecia.

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