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Hegel

A Ética de (Bento, Baruch, Benedictus) Espinosa

Teresa Álvarez Santana 0 227

A vida de Espinosa foi muito singela. A sua família tinha vindo de Portugal para a Holanda para escapar à Inquisição. O próprio Espinosa foi educado no ensino judaico, mas achou impossível manter-se ortodoxo. Ofereceram-lhe cem florins por ano para que mantivesse as suas dúvidas escondidas; quando os recusou, tentaram assassiná-lo. Apesar de tudo, viveu tranquilamente, primeiro em Amesterdão e depois em Haia, ganhando a vida a polir lentes. As suas necessidades eram poucas e singelas e, durante toda a sua vida, mostrou uma rara indiferença pelo dinheiro. O governo holandês, com o seu habitual liberalismo, tolerava as suas opiniões sobre questões teológicas, embora, a certa altura, tenha sido mal visto politicamente, por se ter aliado aos Witts contra a Casa de Orange. Na idade precoce dos 44 anos de idade, morreu de tuberculose.

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Jakob Böhme: o Príncipe dos Obscuros

Françoise Terseur 0 403

A Teosofia alemã dos séculos XVI e XVII está impregnada de naturalismo e de um panteísmo híbrido, alicerçado numa mistura de misticismo e teologia, utilizando três fontes de inspiração: Deus, o Homem e a Natureza.
A Teosofia de Jakob Böhme surgiu da conjunção entre o hermetismo, representado por Paracelso, e o misticismo alemão, que juntos prefiguraram o sistema de Baader. Podem também ser traçadas algumas analogias entre a Cabala judaico-cristã, frequentemente associada à Teosofia, e a sua cosmogonia mística. Os escritos de Böhme contêm muitas semelhanças com as teorias filosóficas da Alemanha do século XIX, sendo ele considerado um precursor de Espinosa e Schelling. A sua influência foi significativa no pensamento alemão, particularmente em Franz von Baader. Böhme exerceu um verdadeiro fascínio sobre Hegel e toda a geração romântica, tendo a sua influência também chegado ao campo religioso, tanto na Holanda como na Alemanha, através do pietismo.

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O Espírito da Humanidade e o Absoluto em Georg Hegel

Carlos Paiva Neves 0 804

Georg Wilhelm Friedrich Hegel nasceu em Estugarda, no ano de 1770. Com 18 anos frequentou o seminário de Tübingen, com o objetivo de seguir uma carreira de pastor luterano. Em 1793 abandonou o seminário e procurou uma ocupação como preceptor numa família aristocrática na cidade de Berna. Após esta experiência, tudo indica que Hegel estava talhado para seguir uma carreira na docência da filosofia, iniciando as suas funções de professor não efetivo, com a ajuda de Wilhelm Schelling (1775-1854), um dos expoentes do idealismo alemão. Apesar deste auxílio, seria Schelling que, após a morte de Hegel em 1831, vítima de cólera, assumiu uma crítica muito forte à sua filosofia, designando o pensamento hegeliano como negativo, numa tentativa de demover a falange de discípulos que adotaram Hegel como seu mestre. Influenciado por aquele movimento filosófico, Hegel acreditava num Espírito da Terra e iria desenvolver o seu interesse na filosofia da Mente ou do Espírito, o que provavelmente levou Helena Blavatsky a citá-lo nas suas obras, sempre com o reconhecimento e admiração pelas ideias hegelianas. Segundo os relatos disponíveis, Georg Hegel não era dotado de grandes manifestações de oratória, mas o seu ar circunspeto, a profundidade das suas reflexões e a áurea que o envolvia, atraíam um elevado número de estudantes, que vinham ouvi-lo de toda a parte da Alemanha.

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Luz de Lisboa

José Carlos Fernández 0 963

Os cineastas vêm a Lisboa para filmar, porque sabem desta luz feiticeira. Assim como os publicitários, sendo usada para publicitar interesses menos sagrados do que ela. Os pintores, e os fotógrafos, querem desvendar os seus mistérios fazendo uso dos seus pincéis e do olho da sua câmara, os poetas dedicam-lhe versos e os escritores não se esquecem de incluí-la nos seus relatos e descrições, porque é uma das características mais distintas desta cidade. Os cientistas investigam os seus diferentes raios e frequências, estudam os ventos que formam e limpam o ar, as mini partículas em suspensão que a refletem e dispersam, o efeito diáfano das águas do Tejo que a devolve na face brilhante da sua linfa.

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