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Futuro

A Contaminação Ideológica

Jorge Ángel Livraga 0 99

É evidente para todos que a utilização aberrante dos recursos em prol do consumo indefinido, para o qual nos têm precipitado os romanticismos políticos, sociais e económicos dos séculos XVIII e XIX, precipitaram-nos no abismo obscuro e fétido de uma poluição contaminante em que a Humanidade se espreme, manchando a pureza das águas, a diafanidade do céu, a fertilidade da terra; e transtornando o equilíbrio ecológico que, talvez demasiado tarde, temos descoberto como imprescindível para a nossa vida. O sacrifício irracional das zonas verdes, dos espelhos de lagos, das manchas verdes dos bosques, reduz a beleza do planeta e, na procura do conforto, agoniza a vitalidade que permitiu o desenvolvimento das espécies e a convivência harmoniosa dos seres.

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Tradição ou Progresso?

Estudando o passado e refletindo sobre o presente, deparei-me com um par de características semelhantes. Aquilo a que se chamava milenarismo no ano 1000 – embora se chamasse assim depois do ano 1000 – é algo semelhante ao que está a acontecer agora depois do ano 2000. Antes do ano 1000, as pessoas tinham convicções muito fortes sobre a chegada do fim do mundo. Isto estava baseado no Apocalipse de João, por causa de uma frase que diz que a cada mil anos a besta desperta. Esta era a base da ideia do milenarismo sobre a extinção do mundo, apoiada pela autoridade religiosa da época.

No nosso tempo, influenciado neste caso pela autoridade científica, as pessoas voltam a pensar num tempo de catástrofes, de cataclismos, ou pelo menos no desaparecimento do nosso estilo de vida, o que para muitos seres humanos significa “o fim do mundo”, porque não concebem que possa haver outros estilos de vida.

A colapsologia diz-nos hoje que o colapso ecológico – se assim lhe quisermos chamar – coincidirá com o colapso económico. Segundo os seguidores destas teorias, tudo acontecerá ao mesmo tempo: um colapso económico, um colapso geopolítico, um colapso energético, quer dizer, vários colapsos ao mesmo tempo. Não sabemos o que desencadeará toda esta catástrofe: pode ser um terramoto na bolsa, uma doença global ou um movimento violento e destrutivo do planeta Terra.

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A Revolução do Século XXI

Carlos Adelantado Puchal 1 429

No panorama humano do nosso novo milénio, parece necessária uma revolução para o positivo. Uma revolução que envolva diferentes gerações e que a sustente no tempo, capaz de semear uma ética profunda e de colher no futuro, frutos mais conformes à dignidade humana do que os oferecidos pelo nosso presente. O futuro é sempre incerto. A única coisa certa é que ele é condicionado pelo passado. Desde a China antiga, com os pensadores da era pré-Han (séculos V-III a.C.), o conceito de revolução foi definido como mudança violenta. No pensamento de Confúcio, o conceito implicava uma transformação do espaço e, mais tarde, ao abranger também o tempo, chegamos à revolução sem tempo, da qual Mao Tsé-Tung teria esboçado alguns elementos e que Ho Chi Ming (aquele que ilumina) teria expressado melhor. Trata-se de fazer com que a revolução não se limite a um lugar, mas seja transferida para muitos outros lugares com a participação de diferentes gerações que prolongam o seu tempo de vida. E hoje, no dealbar do século XXI, volta-se a falar de revolução: social, política, económica, artística, etc., mas num ambiente bastante obscurecido e confuso.

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A Conquista Interior

Fazemos esta publicação como uma pequena homenagem a Delia Steinberg Guzmán, trata-se de um dos seus inúmeros artigos, sempre iluminado por uma clareza extraordinária e um sentido prático que, além disso, demonstrou claramente com o exemplo da sua própria vida. Neste caso, é um dos textos que integra o seu livro Filosofia para vivir (Editorial Nueva Acropolis. Madrid, 2019), e que transmite ensinamentos tão inspiradores como este: «A vida é um tesouro de sabedoria quando se aprende a vencer o medo em cada passo. Trata-se da tua vida, dos teus passos. Não tenhas medo».

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Outras Dimensões

João Porto 0 1548

A Física ensina-nos que o Presente é, entre o fluxo contínuo do Futuro e o Passado, a unidade de tempo mais ínfima que não podendo ser mais dividida pode ser resolvida a 10-43 segundos. Esta ínfima parte indivisível é conhecida como o tempo de Planck.

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A História em Crise

Jorge Ángel Livraga 0 1001

Penso que a humanidade, e nós como parte dela, estamos um pouco cansados de coisas pré-fabricadas. Não só obtemos as lentilhas enlatadas, mas também as ideias, os conceitos; tudo é pré-fabricado, tudo é pré-pensado. Na Nova Acrópole acreditamos em algo um pouco diferente: que devemos regressar à natureza, mas isto não significa beber a água com as mãos, mas sim regressar ao diálogo, falar, ser filósofos – é assim que nos designamos a nós próprios que humildemente procuramos sabedoria – com todos aqueles que também são filósofos. Já dissemos muitas vezes que a palavra filosofia significa “amor ao conhecimento”. Todos os homens e mulheres que têm amor pelo conhecimento querem saber as respostas às perguntas que muitas vezes nos fazemos em privado: de onde venho, para onde vou, por que estou aqui, porque é que o universo é como é, porque é que existem injustiças sociais, económicas ou políticas, porque é que existem erros históricos, porque é que eu sou como sou e não sou diferente, porque é que nasci homem e não mulher? Estas questões tornam cada um de nós naturalmente filósofos, uma vez que os filósofos nascem, não são feitos. Como um grande filósofo e médico disse há muito tempo: “Só Deus faz médicos e só Deus faz filósofos”. Isso é verdade.

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O Tempo – a Aliança com Cronos-Saturno

Os dicionários dizem do tempo que é “a duração das coisas sujeitas à mutação”. É evidente, portanto, que o que está sujeito à mudança é influenciado pelo Tempo, ao qual se deve adicionar que a partir da sua manifestação, ou seja, desde o seu ponto de partida, as coisas existentes estão sujeitas a uma permanente mutação. Imagem: Relevo que representa o trono velado de Saturno, Louvre. Obra romana do século I dC ou uma cópia renascentista. Creative Commons

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O Ser Humano como coisa

Henrique Cachetas 1 1894

Ver o Homem como coisa, como um pedaço de matéria animada, alterável, reprogramável, melhorável através do acrescento de peças ou da remoção e troca de partes, físicas ou psicológicas, é castrá-lo daquilo que realmente o faz humano: um ser com vontade, amor e inteligência, com um potencial infinito dentro de si, ainda por descobrir. Essa dimensão desconhecida, nas profundezas da sua subjectividade, esse mistério é aquilo que, tornado consciente, nos pode elevar desde sermos um pedaço de terra que olha o céu numa noite escura, até um pedaço céu que olha a terra para a iluminar.

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La historia universal con un propósito cosmopolita

Henrique Cachetas 0 851

La unión de esfuerzos voluntarios podría suscitar, en todos los interesados en un mundo mejor, un sentido del todo que, después de muchas revoluciones transformadoras, aliente la esperanza de que se realizará lo que “la Naturaleza presenta como propósito supremo: un estado de ciudadanía mundial como el seno en el que se desarrollarán todas las disposiciones originarias del género humano.”

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