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Françoise Terseur

Os Mil Reflexos da Água

Françoise Terseur 0 879

Mãe de todas as mães, fonte inesgotável do plasma universal, a água é o berço da vida. Em cada ser humano permanece uma memória oceânica, tão profunda e misteriosa como a nossa alma, sempre em suspenso entre dois mundos: o consciente e o inconsciente, o visível e o invisível. Nas profundezas do Oceano permanecem os vestígios do passado e os sonhos do amanhã. Entre a Terra sólida que nos sustém e o mistério do Além está o Oceano, espelho movediço de todos os horizontes possíveis da alma peregrina. O passado e o futuro dormem nas suas águas ainda intocadas pela luz solar da plena consciência e, em cada travessia por essas águas insondáveis, ansiamos pela terra firme, onde vamos poder construir futuras plataformas para novas experiências.

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O Anjo Negro da Melancolia. Parte IV

Françoise Terseur 0 491

Nietzsche é um melancólico dionisíaco que acredita no poder libertador da vontade e do entusiasmo. O seu super homem é aquele que se recria a si mesmo, não espera o auxílio dos homens ou do céu, sobe sobre a sua própria cabeça para chegar mais alto. Este anseio de poder deixou-o de tal forma embriagado que sucumbiu à amargura da solidão e da incompreensão. No entanto, provocou um verdadeiro terramoto no seio das mentalidades vindouras. A influência de Nietzsche sobre a má consciência do Ocidente, tornou-se viral e deu lugar ao ceticismo moral e ao niilismo da modernidade.

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O Anjo Negro da Melancolia. Parte III

Françoise Terseur 0 460

Na Holanda, país predominantemente protestante, a melancolia assume a forma de suas famosas ”Vanitas”, pinturas muito populares  que representam o  vazio da existência terrena, considerada vã, precária e sem valor: MEMENTO MORI (lembre-se que todos iremos morrer).

De todos estes objetos, o crânio humano é um dos mais recorrentes. Mas também, frequentemente, encontramos a vela parcialmente consumida (a luz da vida que vai apagar-se), a ampulheta ou o relógio (o fim que chega de forma inexorável), a bolha de sabão (a futilidade da vida), as flores murchas (a decrepitude de tudo aquilo que nasce).

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O Anjo Negro da Melancolia. Parte II

Françoise Terseur 0 557

Os planetas que na astrologia tradicional interagem com a vida na Terra, influenciam todos os processos de desenvolvimento da matéria cósmica que, no laboratório da ciência alquímica, é associada ao chumbo ou matéria negra. Esta pedra filosofal sofre as dores do parto para resgatar a sua essência espiritual, pura Luz incolor que irá insuflar a alma caída na negrura da terra saturnina, o esplendor da sua coroa solar.

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O Anjo Negro da Melancolia. Parte I

Françoise Terseur 1 699

Vivemos tempos de incerteza e de vazio, tempos difíceis que anunciam profundas mudanças para os próximos séculos. Todos os dias nos cruzamos com esta sensação de insegurança e de mal estar, ainda mais acentuado com o difícil confinamento causado pela pandemia do coronavírus. A tomada de consciência da nossa vulnerável existência obriga-nos a parar o ritmo frenético das nossas fugas para a frente, sempre à espera da tão desejada felicidade temporal, ilusão reinventada pelo materialismo secular responsável pela alienação global do ter em desfavor do ser. Curiosamente, é nestes períodos de crise que volta a aparecer a sombria melancolia, companheira do taciturno planeta Saturno que, na astrologia tradicional, caracteriza o tempo que tudo desgasta. A visita cíclica nas nossas vidas deste gigante planetário, de movimento lento, aureolado de nebulosos anéis, convoca a tempos de reflexão e pausas para a realização das mudanças necessárias para a renovação estrutural do devir humano. A trajetória da vida não é linear, pelo contrário, tem avanços e recuos, momentos altos e baixos, em que a obscuridade e a luz auxiliam no movimento pendular do relógio cósmico. Na luta dos opostos, na fricção constante dos átomos que produzem todos os fenómenos, intercalam-se a vida e a morte, o bem e o mal, o prazer e a dor, a alegria e a tristeza, estados transitórios que, progressivamente, conduzem ao derradeiro ponto sem retorno do equilíbrio, embrião eterno e indestrutivo onde tudo converge.

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Uma Magnífica Carta

Antony Capitão 0 1340

Aproxima-se o Natal. 25 de Dezembro, data do nascimento de Jesus Cristo… dia do nascimento de Mitra, Agni… mês do nascimento de Hórus. Pouco importa, é Natal. É Natal e toda a atmosfera muda. Tudo se prepara para a chegada do Pai Natal – as coroas assomam às portas, as luzes alegram as casas pelas noites mais frias, enquanto ele já vai subindo, acolhedor e benevolente, pelas varandas extáticas e silenciosas, ao mesmo tempo que à entrada de uma casa um anjo parado e belo toca o seu violino.

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Agni – o Fogo do sacrifício

Françoise Terseur 0 1603

Desde dos primórdios da presença humana, o fogo exerce um fascínio, enquanto que todas as outras criaturas fogem na sua presença, o homem conseguiu ultrapassar o seu medo e reconheceu nele o símbolo do poder. O fogo reanima o corpo em hipotermia, o fogo ilumina a obscuridade e desperta o conhecimento das coisas, o fogo no olhar é símbolo do brilho da vida interior.

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Como a mente constrói e destrói a realidade

Françoise Terseur 0 2900

A Unidade é a presença do eterno em nós, o ponto de partida e o ponto de chegada da alma que regresse a casa. O mal e o sofrimento são a consequência da resistências do eu em colocar a sua luz sobre aquilo que permanece, o sofrimento nasce do contacto com o impermanente, o mérito e o desmérito são resultado das nossas acções pois a alegria segue o acerto e a dor a falta.

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Dionísio: o Deus que regressa

Françoise Terseur 0 1913

Os mitos gregos são um manancial de sabedoria e traduzem o desejo profundo do ser humano em conquistar a sua transcendência. Liberdade que Prometeu e Dionísio promovem na defesa e emancipação do fatum ou fatalidade derrotista. Dionísio assinala a porta de saída do labirinto, Ele é o arquétipo das futuras gerações.

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A Sabedoria dos Animais

Françoise Terseur 0 1515

Se conseguirmos desenvolver a união entre a inteligência e o amor, a ciência da Natureza e a sabedoria da vida, estaremos mais perto de recriar um novo paraíso na Terra; os nossos voluntários de quatro patas, de barbatanas ou de asas estão connosco nesta imperiosa mudança para a Nova Era, e com eles aprenderemos com certeza a tornarmo-nos mais humanos.

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A Arte Sagrada da India

Françoise Terseur 0 7921

Através da arte hindu, não só olhamos como também escutamos o canto das Apsaras feiticeiras que nos bosques dos sentidos sussurram-nos o amor à vida e à beleza sensual, os seus cantos de sereias assemelham-se ao choro de despedida para aqueles que se afastam do mundo.

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Os Druidas e a sabedoria dos Celtas

Françoise Terseur 0 4673

Os Druidas das regiões celto-bretãs também eram chamados serpentes. “Eu sou uma serpente, eu sou um druida” – exclamavam. “O Grande Dragão só respeita as Serpentes de Sabedoria, as serpentes cujas tocas se encontram hoje debaixo das pedras triangulares” ou, por outras palavras, “sob as pirâmides nos quatro cantos do mundo”.

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