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Filosofia moral

Ubuntu, a Filosofia Africana do Respeito

Ubuntu é um dos melhores presentes que a África deu à humanidade, disse o desaparecido Desmond Tutu (1931-2021). É uma norma ética baseada na crença de que existe um vínculo humano universal nos conecta a todos e nos permite superar qualquer desafio que tenhamos que enfrentar, tanto individual como coletivamente. É uma filosofia moral, uma ideia integradora de fraternidade, solidariedade e lealdade que nasceu na África do Sul e que influenciou muitos outros países, não só africanos – como o Senegal ou o Congo –, mas também em todo o mundo. O seu objetivo é que toda a comunidade esteja protegida, que ninguém deve ser deixado sozinho ou isolado, pois estão convencidos de que se um só membro da tribo sofre de uma injustiça, os afeta a todos. Esta filosofia do respeito, nasce em primeiro lugar, do respeito por si mesmo, pois se o sagrado que existe é negado em cada um de nós, vamos também negar o sagrado que está nos demais. Ubuntu é o fio dourado com o qual se tece a concórdia e a unidade da alma dos diferentes povos, criando uma comunhão entre todos que os irá defender sempre, não só de si mesmos, senão também das ameaças do depredador estrangeiro.

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Séneca: A Filosofia como Terapia

Assunção Soria 0 1919

Personagem multifacetada, Lúcio Aneu Séneca (4 a. C.- 65 d. C.) viveu uma das épocas mais controversas do Império Romano. Foi filósofo, político, advogado, escritor de prestígio no seu tempo e preceptor do imperador Nero. É um dos maiores expoentes do estoicismo romano. A sua filosofia é uma autêntica terapia para a alma e um conforto para os momentos difíceis da vida. Mais de dois milénios se passaram e os seus ensinamentos adquirem uma tremenda relevância pela sua profunda compreensão das fontes psicológicas do ser humano. Séneca pretendia que a filosofia realmente ajudasse o ser humano a ser mais feliz, conhecer-se a si mesmo e viver mais de acordo com a natureza. Portanto, ele não considerava filosofia o que era ensinado por outras personagens que se chamavam a si mesmos filósofos e que se dedicavam a fazer jogos de sofismas ou silogismos cujo único propósito era aguçar o engenhoso. Cícero chamava aos sofismas “Reflexões” ou “interrogações subtis”, que são inúteis para a vida.

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