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A Ética de (Bento, Baruch, Benedictus) Espinosa

Teresa Álvarez Santana 0 200

A vida de Espinosa foi muito singela. A sua família tinha vindo de Portugal para a Holanda para escapar à Inquisição. O próprio Espinosa foi educado no ensino judaico, mas achou impossível manter-se ortodoxo. Ofereceram-lhe cem florins por ano para que mantivesse as suas dúvidas escondidas; quando os recusou, tentaram assassiná-lo. Apesar de tudo, viveu tranquilamente, primeiro em Amesterdão e depois em Haia, ganhando a vida a polir lentes. As suas necessidades eram poucas e singelas e, durante toda a sua vida, mostrou uma rara indiferença pelo dinheiro. O governo holandês, com o seu habitual liberalismo, tolerava as suas opiniões sobre questões teológicas, embora, a certa altura, tenha sido mal visto politicamente, por se ter aliado aos Witts contra a Casa de Orange. Na idade precoce dos 44 anos de idade, morreu de tuberculose.

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Às Portas de Uma Nova Idade Média

Jorge Angel Livraga 0 346

Antes de mais, devo dizer-vos que a Idade Média é algo completamente natural. Todas as coisas são pautadas por um sistema de ritmo. Há Verões, há Invernos, há dias e há noites. Há momentos felizes e há momentos infelizes. Todas as coisas continuam como elos de uma corrente, umas com as outras. As montanhas com os vales, os vales com as montanhas. Assim, ao longo do passado humano, encontramos muitas vezes idades médias.
Que significado se dá a uma Idade Média? É algo que está entre uma coisa e outra, que está na metade; uma espécie de “mergulho” ou depressão no que consideraríamos um nível civilizacional; chamamos a isso Idade Média. Como já mencionámos várias vezes, a China, por exemplo, que é milenar e não sabemos exatamente quando começou a sua civilização, pois em épocas longínquas já a encontramos trabalhando os metais, fazendo filosofia, tendo religião, tratados de arte militar, etc., sofreu várias idades médias.

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Um Improvável Diálogo entre a Fé e a Razão

José Antunes 0 641

Esta história que vamos contar ocorreu há muito, muito tempo, tanto que o seu final ficou escondido pelas brumas dos séculos. Deambulavam pelos caminhos do mundo a Fé e a Razão num incessante, ininterrupto e constante movimento para chegarem a todos os recantos humanos. Passavam nos mais diversos locais habitados e demoravam-se ora aqui, ora ali, com variada intensidade de tempo. Como tinham de passar em imensos lugares, viajavam ligeiras, nunca a par ou ao lado uma de outra, antes uma após outra, primeiro uma depois outra, e primeiro a outra e depois a primeira, não juntas mas sempre perseguindo-se, ora uma, ora outra. Umas vezes estavam mais próximas entre si e outras, alongando-se os caminhos, ficavam muito distanciadas. Nunca se perdiam e até pareciam que competiam entre si. Quem chega primeiro? Quem prevalece mais tempo? Qual o caminho mais curto?

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O Mês de Abril

Abril é o mês por excelência da primavera. Embora tenha nascido em março, é em Abril que ela se manifesta na sua delicada plenitude.
Abril é o mês da vida. Embora, para a existência eterna, não haja vida nem morte, mas extremos visíveis e invisíveis da mesma cadeia, em Abril, essa corrente perpétua torna-se evidente para os seres, e assume o significado penetrando através dos sentidos humanos.

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