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Éliphas Lévi

Jakob Böhme: o Príncipe dos Obscuros

Françoise Terseur 0 399

A Teosofia alemã dos séculos XVI e XVII está impregnada de naturalismo e de um panteísmo híbrido, alicerçado numa mistura de misticismo e teologia, utilizando três fontes de inspiração: Deus, o Homem e a Natureza.
A Teosofia de Jakob Böhme surgiu da conjunção entre o hermetismo, representado por Paracelso, e o misticismo alemão, que juntos prefiguraram o sistema de Baader. Podem também ser traçadas algumas analogias entre a Cabala judaico-cristã, frequentemente associada à Teosofia, e a sua cosmogonia mística. Os escritos de Böhme contêm muitas semelhanças com as teorias filosóficas da Alemanha do século XIX, sendo ele considerado um precursor de Espinosa e Schelling. A sua influência foi significativa no pensamento alemão, particularmente em Franz von Baader. Böhme exerceu um verdadeiro fascínio sobre Hegel e toda a geração romântica, tendo a sua influência também chegado ao campo religioso, tanto na Holanda como na Alemanha, através do pietismo.

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O Mundus Imaginalis
Na Prática da Imaginação Ativa e Visualização1

Agostinho Dominici 0 392

A razão porque a imaginação é um conceito tão poderoso e importante para compreender é que sem ela a criatividade humana seria dramaticamente diminuída. Mas este conceito está sujeito a várias interpretações (psicológicas, filosóficas, espirituais, etc.) e por isso muito difícil para uma simples definição. De momento será suficiente dizer que a imaginação é a faculdade da mente de gerar imagens . Com esta definição, posso também concentrar a atenção da nossa discussão perante um outro conceito chave, o da mente. É um outro conceito que ainda é mais difícil determinar, na verdade um grande mistério, algo que está na base da atividade humana e cósmica. E, estou aqui acrescentando o adjetivo cósmico porque todas as cosmogonias da antiguidade postuladas como primeiro ato de criação, um ato de ideação. O Demiurgo (i.e., A Mente Cósmica) primeiro imaginou o universo e depois trouxe-o para a manifestação. Da mesma forma a miríade de objetos que enchem (e muitas desarrumam!) as nossas vidas, eram primeiro imaginadas nas nossas mentes e só depois dada uma forma física tangível.

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Terão as Propriedades da Matéria a Mesma Origem?

João Porto 0 480

As partículas fermiónicas, os quarks e os electrões, aquelas constituintes das bases da matéria ordinária, manifestam as suas características porque lhe são conferidas incontornavelmente pelos Campos Quânticos. São elas a manifestação resumida da existência desses campos ou a forma que estes utilizam para conferir a existência e a realidade conhecidas. Na dimensão dos acontecimentos quânticos, todas as partículas do Modelo Padrão, os fermiões e os bosões, emergem de flutuações verificadas num campo que poderemos definir por uma região do espaço delimitada onde existem grandezas matemáticas, vectoriais e escalares, distribuídas e mensuráveis que estabelecem relações íntimas com aquele espaço por uma função de onda. Ou seja, nesta dimensão todas as partículas no estado fundamental não excitado são ondas que emergem do vazio como partículas quando transferem a sua energia. É o que faz o Grande Colisionador de Hadrões, o maior instrumento concebido pelo Homem.

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A Função Mágica dos Rituais e Cerimónias

Julian Scott 0 613

De um ponto de vista esotérico, um ritual depende da existência da dimensão invisível. Esta dimensão invisível é constituída por um aspeto espiritual-mental, que é o domínio dos arquétipos ou seres vivos de ideias de que falam os platonistas; e por um aspeto astral, que é um mundo intermédio entre o espírito e a matéria, tal como a imaginação é a ligação entre o mundo das ideias e o mundo físico. Nesta visão, o mundo invisível existe, o mundo material reflete. O visível é a sombra do invisível.
Um ritual ou uma cerimónia é uma reconstituição da criação do mundo, uma oportunidade para se ligar às forças criadoras das origens e, assim, recomeçar, regenerar-se e emergir renovado. Um exemplo disto é o rito do batismo, que consiste em ser imerso nas águas primordiais, sofrer o Dilúvio e ressurgir no monte primordial de uma nova criação. Uma outra forma de encarar o ritual é vê-lo como uma porta para a dimensão invisível, um meio de acesso ao sagrado. E é por isso que os rituais são necessários, porque o invisível é, pela sua própria natureza, de difícil acesso para nós, prisioneiros como somos da carne e da matéria. Por isso, precisamos de ferramentas e dispositivos especiais para nos ajudar a alcançá-lo. Essas ferramentas são os símbolos, os mitos e os rituais.

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A Inevitabilidade da Luz Astral

Carlos Neves 0 729

Muitas vezes, ouvimos e lemos sobre os conceitos mais diversos, havendo alguns que nos perseguem, na busca do seu mais profundo entendimento. A escolha deste título parece complicar ainda mais as coisas, mas é a nossa proposta para iniciarmos uma pequena viagem filosófica, em redor de um conceito, nem sempre devidamente assimilado, no quadro da nossa condição evolutiva. As dinâmicas da nossa natureza septenária são tão intensas, enredadas e complexas, que nos impelem de focalizar grandes estados de discernimento, para contemplarmos de facto a conquista do Céu. Encontramos imensos obstáculos no caminho para alcançar esse desiderato, reconhecendo que vivemos mergulhados numa corrente cármica de múltiplas existências, cujos registos interferem, sem nos darmos conta, com a existência atual. Confrontamo-nos então, com o conceito de Luz Astral (purificada ou corrompida), conscientes por um lado, de que não nos podemos evadir da sua presença, humildemente sagazes, por outro, quanto à necessidade de afastar a sua idolatria. Segundo o dicionário teosófico, a Luz Astral é uma região invisível que rodeia o nosso globo, e que corresponde ao Linga Sharira ou ao Duplo Astral no Ser Humano, no qual as emanações repugnantes da Terra, das quais a Luz Astral se alimenta, são todas convertidas numa essência mais subtil, que irradiam de volta uma energia congruente com a geração de epidemias, morais, psíquicas e físicas.

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