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Egipto

O Ritual Funerário no Antigo Egito

Luis F. Ayala 0 263

O pensamento egípcio era profundamente religioso. Para aqueles homens, o universo não poderia ser produto do acaso nem uma consequência de simples estados da matéria. Da matéria em si não se poderiam formar as estrelas nem os rios nem nada da natureza e menos ainda os estados de consciência do homem. Era uma concepção deísta da vida. Se encontramos no Egito mostras de uma religiosidade simples e fetichista, também encontramos ali sinais da mais alta metafísica religiosa. Considerar esta religiosidade primitiva, é desconhecer nossa realidade presente, na qual todos os estados possíveis se dão a um mesmo nível e onde o símbolo prevalece desprovido do sentido tradicional.

Sem embargo, poderiam perguntar: porque havia tantas múmias de animais sagrados no Egito? A lista destes animais embalsamados seria imensa, embalsamaram bois, carneiros, gatos, crocodilos, íbis, peixes, falcões, etc.

Nesta base são considerados zoólatras. O egípcio não embalsamava os animais pelos animais em si. Não há aqui zoolatria. Faziam-nas porque assim representavam a manifestação vital de uma forma cósmica, o Neter.

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A Sabedoria de Ptahhotep – Um Ideal de Autorrealização e Serviço aos Outros

Julien Scott 0 272

De acordo com a lenda medieval, do Egito, o filósofo grego Parménides inventou a lógica enquanto sentado numa rocha no Egito. Isto indica a crença de que a filosofia grega foi muito inspirada pela sabedoria do Egito, e isso revela que isto não é somente uma lenda. Pitágoras – o grande inventor da palavra filosofia na Grécia – foi avisado pelo seu professor Thales para viajar para o Egito, onde o próprio Thales tinha sido ensinado. E Platão ele mesmo passou vários anos estudando com sacerdotes egípcios em Heliópolis.

Porque, então, a maior parte dos livros nos dizem que a filosofia começou na antiga Grécia? Porque, de acordo com a nossa atual visão do mundo, herdada dos séculos XVIII e XIX, é impossível acreditar que um povo como os egípcios, que acreditavam em magia, pudessem ter tido uma filosofia. E ainda agora, de acordo com o recente livro do antigo sábio Egípcio Ptahhotep1, os antigos egípcios tinham uma palavra para filosofia: merut nefret, que significa desejar sabedoria ou desejar um ideal, que é praticamente idêntico à palavra grega filosofia, ou amor à sabedoria. O filósofo é a pessoa que ama a sabedoria e quer tornar-se sábio, ou alguém que ama o ideal e pretende alcançá-lo na sua vida. Ptahhotep torna isto ainda mais explícito na seguinte afirmação: A pessoa educada é aquela que alimenta a sua alma realizando na terra o ideal nele contido. Por outras palavras, todos nós temos um ideal no eu interior e aquele que tem o sentido desse ideal esforça-se por trazê-lo à realidade. Este é o significado original de filósofo em ambas as tradições da Grécia e do Egito.

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O que a Medicina do Antigo Egipto nos Pode Ensinar

Khaled Elsayad 0 265

Como oncologista alemão de radiação, que cresceu no Egito e trabalhou num hospital universitário na Alemanha durante 12 anos, decidi ficar na minha terra natal com a minha família durante um ano para me aproximar da antiga Civilização Egípcia. Durante a minha estadia, aproveitei a oportunidade para aprender sobre a história da medicina egípcia.

Acredita-se que a medicina do Antigo Egipto seja a origem do conhecimento Copta e Grego, servindo como precursora da medicina baseada na ciência. Os documentos sobreviventes dessa época comprovam o conhecimento científico dos antigos egípcios sobre a medicina do cancro e o seu processo metódico e rigoroso de descoberta

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Fogo, Sol e Coração: sua Relação Simbólica

Javier Saura 0 280

Primeiro a ter presente é que vamos falar destes três elementos segundo o simbolismo, e que o simbolismo é a linguagem para falar do sagrado a partir da intuição e não da razão. E neste sentido, fogo, sol e coração são a mesma coisa refletida em três diferentes e complementares planos da realidade.
Quando à noite fazemos uma fogueira no acampamento, todos nos reunimos ao seu redor, tornando-se o fogo no centro dele mesmo, é o centro da união de todos. E isto é o que significam o fogo, o sol e o coração: a união em torno de um centro. Centro que no mundo simbólico é o espírito e os seus valores, que transcendem espaço e tempo.

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O que Relata o Livro Egípcio dos Mortos ou Livro da Morada Oculta?

Franco P. Soffietti 0 1584

Diz-se que o país de Kem ou Egipto (1) foi construído na terra, à imagem e semelhança das leis celestes. Para esta civilização milenar, tal como existiam planos para as cidades materiais, também existiam planos para chegar ao Amenti, o país de Amón, o lugar dos deuses, o mais além. Assim como os seres humanos encarnados habitavam as cidades terrestres, encontravam-se as cidades para a vida depois da morte física, como em Tebas (2), por exemplo.

Este limite entre um plano e outro estava demarcado pelo rio Nilo. No mundo manifestado era fonte de fertilidade e vida, e também separava a Tebas oriental (terrestre), da Tebas ocidental. Mas, como entendiam que ambos os planos da natureza estão vinculados estreitamente, o Nilo terrestre era o reflexo manifestado do Nilo celeste, vinculado às Águas Primordiais.

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Um Novo Modelo de Civilização

Gilad Sommer 0 1177

Uma das coisas mais surpreendentes sobre civilizações antigas é a unidade do seu modo de vida. No Instituto de Artes de Chicago, por exemplo, há uma bela estela das ruínas maias de Calakmul, no México. Essa estela apresenta um governante na sua tarefa como sumo sacerdote, vestido com trajes cerimoniais, segurando objetos rituais e executando claramente um ritual importante. O ritual em questão, nós acreditamos que está relacionado com o fecho de um ciclo de dez anos no calendário maia, que foi medido com tal precisão, que hoje podemos determinar a data exata do ritual.

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Constituição Interna do Homem no Antigo Egipto. O Aj

Juan Martín Carpio 0 1023

Antes de explicar o que é Aj, devemos esclarecer a imagem acima. Representa Aker, o leão, e embora apareçam representados dois é o mesmo em duas funções. O da esquerda, como o hieróglifo indica, é “Duaj”, que significa “Ontem”, e à direita está escrito “Sefer” que significa “Amanhã”. São representados de um lado e do outro por duas montanhas entre as quais aparece o Sol, nascendo ou se pondo. Este último, as montanhas e o sol, é chamado de Ajet, uma palavra relacionada com o Aj que estamos estudando. Ajet é o “Horizonte Luminoso”.

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A magia antiga na ciência moderna

Helena Blavatsky 1 1705

A magia é negada e apelidada de superstição do ignorante filósofo antigo. No entanto, encontramos magia em cada papiro; magia em todas as fórmulas religiosas; magia engarrafada num frasco com milhares de anos e fechado hermeticamente; magia em trabalhos modernos e encadernados com elegância; magia nos contos mais populares; magia em encontros sociais; magia – pior do que isso, FEITIÇARIA – em todo o ar que se respira na Europa, América, Austrália: quanto mais civilizada uma nação, mais formidável e efectivo o eflúvio de magia inconsciente que esta emite e é armazenado na sua atmosfera circundante…

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