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Deus

A Metafísica de Kant – Alma, Universo e Deus. Primeira Parte

Henrique Cachetas 0 376

Na obra Crítica da Razão Pura, Immanuel Kant trata de encontrar o alcance e as possibilidades do conhecimento racional. Neste processo, depara-se com a necessidade de estabelecer quais são os limites da razão pura, afirmando que esta apenas pode gerar conhecimento em contacto com a experiência.
Isto não significa, no entanto, que todos os conhecimentos racionais venham da experiência. Existem certas intuições puras da sensibilidade (o espaço e o tempo) e categorias do entendimento (de qualidade, quantidade, relação e modo) que são dados à priori no contacto com toda a experiência. Para além destes conceitos puros, todos os outros conceitos que nos são possíveis pensar e, portanto, todo o conhecimento, advém de uma análise da experiência possível.
Vamos dar um exemplo:
Quando olhamos o Sol, o que vemos? Uma luz, um brilho, uma esfera radiante.
Sabemos, entretanto, que a luz que vemos foi emanada do Sol oito minutos antes de chegar aos nossos olhos. O que vemos, então, não é o Sol, mas apenas a sua luz que chegou aos nossos olhos. O Sol, em si mesmo, é invisível, está oculto aos nossos sentidos. Aquilo que chamamos Sol é à causa daquilo que produziu o efeito na nossa sensibilidade.

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Os Substitutos de Deus

Delia Steinberg Guzmán 0 344

Confesso que este tema, que à primeira vista pode parecer polémico, não o é para mim, posto que não posso fazer menos que partir da base de uma realidade de Deus, de uma existência de Deus.

Para mim, não há polémica nesta questão; em todo o caso, pode haver polémica em tratar os distintos substitutos e o valor que eles podem ter. Pode haver polémica em repassar as mudanças históricas que temos registado ao longo dos séculos, e as mudanças que nos foram impostas a nós, os seres humanos.

Mas como falar de substitutos de Deus se não admitirmos previamente esse Deus que se tentou substituir de tantas maneiras? Como não admitir uma realidade de algo “Superior” que, isso sim, é difícil de pensar e de raciocinar? Porque por mais que tentemos raciocinar, sempre termina por se resolver num mistério, numa coisa enorme, numa coisa intangível; em algo que se pode admirar ou desprezar – cada qual com a postura que queira colocar-se – mas que está.

De modo, que se nos considerarmos essa essência, essa realidade, esse “Deus” que foi substituído de mil maneiras; se partirmos desta base, daremos ao nosso tema um enfoque que irá passando pelos seguintes pontos: O que é ou quem é este Deus que se pode admitir ou que estamos a tentar substituir? Porque é que Deus é um mistério para nós, humanos? E porque é substituído, porque é mudado ou porque é negado?

Assim, pois, temos de começar por aquilo: “o quê ou quem é Deus”? Sei que em pleno século XX, ou melhor dito, no final do século XX, numa época de substituições (milhares), é muito difícil enfocar este tema. Somos impedidos de o fazer por todas as modas, pelas ideias que circulam atualmente. Falar de Deus ou tentar referir-se a Ele, para o bem ou para o mal, é piroso, ridículo, é coisa de velhos, é “conservador”, está fora de moda, etc. Há tantas coisas que se dizem a respeito, que só de tentar pronunciar esta palavra já nos trava a língua.

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Às Portas de Uma Nova Idade Média

Jorge Angel Livraga 0 490

Antes de mais, devo dizer-vos que a Idade Média é algo completamente natural. Todas as coisas são pautadas por um sistema de ritmo. Há Verões, há Invernos, há dias e há noites. Há momentos felizes e há momentos infelizes. Todas as coisas continuam como elos de uma corrente, umas com as outras. As montanhas com os vales, os vales com as montanhas. Assim, ao longo do passado humano, encontramos muitas vezes idades médias.
Que significado se dá a uma Idade Média? É algo que está entre uma coisa e outra, que está na metade; uma espécie de “mergulho” ou depressão no que consideraríamos um nível civilizacional; chamamos a isso Idade Média. Como já mencionámos várias vezes, a China, por exemplo, que é milenar e não sabemos exatamente quando começou a sua civilização, pois em épocas longínquas já a encontramos trabalhando os metais, fazendo filosofia, tendo religião, tratados de arte militar, etc., sofreu várias idades médias.

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Jakob Böhme: o Príncipe dos Obscuros

Françoise Terseur 0 579

A Teosofia alemã dos séculos XVI e XVII está impregnada de naturalismo e de um panteísmo híbrido, alicerçado numa mistura de misticismo e teologia, utilizando três fontes de inspiração: Deus, o Homem e a Natureza.
A Teosofia de Jakob Böhme surgiu da conjunção entre o hermetismo, representado por Paracelso, e o misticismo alemão, que juntos prefiguraram o sistema de Baader. Podem também ser traçadas algumas analogias entre a Cabala judaico-cristã, frequentemente associada à Teosofia, e a sua cosmogonia mística. Os escritos de Böhme contêm muitas semelhanças com as teorias filosóficas da Alemanha do século XIX, sendo ele considerado um precursor de Espinosa e Schelling. A sua influência foi significativa no pensamento alemão, particularmente em Franz von Baader. Böhme exerceu um verdadeiro fascínio sobre Hegel e toda a geração romântica, tendo a sua influência também chegado ao campo religioso, tanto na Holanda como na Alemanha, através do pietismo.

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A Alegria, a Dor e a Graça, de Leonardo Coimbra

Débora Ferrage 0 676

Leonardo Coimbra foi um filósofo português do início do século XX com ideias que, creio eu, merecem ser conhecidas de todos nós, e que tornam inevitável a rendição ao que pensa. A propósito de uma oportunidade de contactar, pela primeira vez, com a filosofia preconizada por Leonardo Coimbra, surge este texto como resposta à reflexão que foi espoletada pela sua obra A Alegria, a Dor e a Graça cuja leitura foi realizada sempre com um lápis na mão, pronto fazer anotações e comentários a cada linha, tornando a partilha deste contacto, imperiosa.

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Profecias sobre o Fim do Mundo. Segunda Parte

Jorge Ángel Livraga 0 720

São várias perguntas. Vamos tentar solucioná-las. Uma delas é sobre os registos akáshicos. Existe um plano total que se vai cumprindo, parte por parte, de forma inexorável? Vamos supor que isso existe. Se existe esse plano inexorável que vai levar cada um de nós a algum lugar, há um problema; um problema não apenas ético, mas também científico. Então, onde está o livre-arbítrio? Onde está a virtude e onde está a maldade? Porque se já está escrito que um homem vai ser assassino, vai matar outro, que culpa tem esse homem? Então, esse homem não seria realmente mau. E um homem que dedicou a sua vida à santidade, à oração, à generosidade, se já estivesse escrito, absolutamente, que deveria dedicar-se à oração, à generosidade, à pureza, que virtude haveria em fazê-lo? Porque seríamos simples marionetas, penduradas numa espécie de fios que tornam inexorável tudo o que temos que fazer.

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Uma Arqueologia da Noite. Segunda Parte

Ricardo Martins 0 1015

O nosso laboratório, ou melhor, o nosso museu interior deve ser um museu tendencialmente vazio de peças, que se aprofunda na noite e se engrandece para o dia, mas vazio, digno da presença de Deus apenas. Mas para isso, temos de aproveitar este tempo nocturno e não ter medo de fazer perguntas ao seu interior, não temer cair pela frágil escada do crescimento hipócrita, e não temer arrancar a mais identitária das máscaras. Mais vale espreitar-se timidamente por uma cara de pecador que se deseja arrancar do que fechar os olhos dentro de uma máscara de virtudes que se quer manter, por maiores que sejam estas virtudes, porque, por não serem nossas, quando se forem, arrancar-nos-ão a insubstituível face, e o peso que sentiremos depois não desaparece. Com a experiência, a noite interior há-de converter-se numa metodologia, num conjunto de técnicas para a prospecção, escavação e análise, no mais real e brutal dos métodos invasivos, doloroso, é certo, porque pressupõe sempre a destruição do sítio arqueológico. O próprio frio da noite congela-nos, endurece-nos, só para nos estilhaçar depois, mas faz parte do processo de identificação e de levantamento de dados, se somos feitos disto ou daquilo, quantos pisos temos, o que o habita, onde e há quanto tempo, o que é passivo, organizado, perturbado, resoluto e até divino.

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As Estrelas e os Ensinamentos

Carlos Adelantado 0 1290

Acabo de ler um livro que me foi oferecido, onde se diz que os pitagóricos pensavam que para restaurar o ser humano como “imagem de Deus” era necessária, entre outras coisas, a epoptéia (a visão mística da verdade).
Contemplar Deus era contemplar as suas Ideias, porque essa é a Forma que a Mente Universal assume, e a palavra usada pelos egípcios para designar “estrela” está foneticamente relacionada à palavra que significa “ensino”.

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Manifestação ao “Horror Vacui” e Necessidade

João Porto 0 922

Ao contrário da suposição de Isaac Newton, a natureza tem horror ao vazio ou ao ”horror vacui” postulado por Aristóteles.
Se entendermos por vazio o que está para além do Universo conhecido, revelado de forma ténue pela Constante Cosmológica de Einstein, poderíamos considerar que a criação de Universos corresponderia no micro cosmos às flutuações quânticas do vazio e as partículas aos sóis, planetas e outros corpos celestes.

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Filosofia ou Religião: Qual a Diferença?

Pierre Poulain 0 1952

Quando escrevo um artigo para esta revista, geralmente escolho um acontecimento do noticiário diário para comentar. Hoje não vou falhar neste hábito, mas optei por comentar não um acontecimento, mas uma experiência pessoal ocorrida numa aula, no Centro da Nova Acrópole, em Telavive.
Tivemos um seminário de um dia, com exercícios teóricos e práticos sobre filosofia e o caminho para a sabedoria, e durante esse seminário respondi a algumas perguntas. Uma das perguntas era: Qual é a diferença entre Filosofia e Religião?
Devo dizer que a princípio senti que a resposta devia ser óbvia… mas na verdade não foi. E quanto mais eu pensava nisso, mais achava que seria interessante desenvolver a resposta como um pequeno artigo… então aqui estamos.

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A Grande Fuga

Delia Steinberg Guzmán 0 673

Como em todos os períodos críticos da história – e dizemos críticos no sentido de mudança – grandes massas humanas se deslocam de um lugar para outro em busca de um bem-estar indefinível que nem sempre se resume ao plano económico.
Certamente, há grupos que fogem da miséria, da falta de trabalho e, portanto, de meios de subsistência, e viajam milhares de quilómetros tentando encontrar algum paraíso sonhado. O alvo está geralmente nos países mais ricos e desenvolvidos; e a esperança é alcançar esse mesmo padrão de vida quando se chegar ao fantástico território. Acrescente-se a isso a quantidade desproporcional de propaganda que mostra satisfação de forma idealizada, e não é à toa que se produzam fantasias do cinza e preto para o dourado e o brilho. É uma pena que a realidade não corresponda ao que se esperava e novos êxodos recomecem.

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Podem os Desígnios de Deus Ser Conhecidos?

Jorge Ángel Livraga 0 521

Este tema obriga-nos a estar atentos a um primeiro erro que habitualmente cometemos, mais ou menos cegos pelas religiões exotéricas que prevaleceram na nossa educação infantil. Um filósofo como amante da verdade que é, deve evitar personalizar Deus. “Aquilo” que, nós filósofos, chamamos de Deus, não tem propriedades nem podemos atribuir-Lhas. H.P. Blavatsky disse: “Se as vacas tivessem alguma forma religiosa e quisessem representar Deus, é evidente que o representariam com chifres. Não devemos esquecer que todas as religiões são formas exotéricas, adaptadas ao lugar e ao tempo, para beneficiar determinados homens. Assim, os indianos puseram a cabeça de elefante ao seu deus de sabedoria; os egípcios, cabeça de íbis. Assim também, Buda entra no Nirvana com os olhos semifechados, impoluto de toda a sujidade e adormecido; Cristo entra no Reino dos Céus, humanamente sujo e sangrando, depois de ter sofrido a última prova da dúvida, tendo como companheiros dois ladrões. Porém tudo isto é puro exoterismo; revestimento exterior de coisas mais profundas e misteriosas. Quando Platão disse que “jamais o que é vulgar será filósofo”, não cometeu nenhum erro social…; simplesmente disse a verdade. Há que deixar de ser “vulgar” – ou seja exotérico -, para alcançar a verdade do esoterismo.

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Hoje Vi Uma Estrela

Delia Steinberg Guzmán 0 1096

Hoje vi uma estrela…
Eu vi-a com outras estrelas que Deus colocou nos homens: os olhos. E assim, entre os meus olhos e a estrela celeste, estabeleceu-se uma estranha relação de simpatia e um mesmo anseio de luz.
De imediato, apagaram-se da minha mente todos os extensos ensinamentos sobre os sóis que brilham no firmamento; sobre os anos-luz de distância que separam um astro do outro; sobre a matéria inconcebível que compõe esses mundos espaciais, e a estrela que vi assumiu a nova dimensão da Beleza. A sua mensagem não foi o simples facto matemático da sua existência dentro do grande universo.

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Ibn Arabí e os Caminhos do Amor

José Carlos Fernández 0 673

Todos os místicos de todas as eras ensinaram que existem tantos caminhos quanto caminhantes. Mas, como na lenda do Graal, só alguns são escolhidos para viver esta aventura espiritual que une as experiências de um modo tão misterioso, «elétrico» e definitivo.
Nos textos tibetanos – os livros de Dzyan -, fala-se destas sendas como as Sendas da Felicidade, sete em número. Para cada alma, a estrela ou Deus interior estende um raio de luz que é projetado sobre a terra em que essa alma está de pé: esta é a senda. Mas assim como a lua traça infinitos rastros de prata sobre o mar, tantos como os olhos que observam, para cada buscador a senda é uma: desce como um raio de luz e é projetada no karma de cada um, dando-lhe um significado, uma teleologia; estruturando-o sob a forma de uma escada interna; pois «UM SÓ SER NÃO PODE AMAR MAIS QUE UM E ÚNICO PRINCÍPIO».

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Múmias do Egito Antigo III. Sokar, o Peixe Abdju e as Redes

Juan Martín Carpio 0 337

Continuamos com a descrição do arranjo mortuário do sacerdote Nesperennub, exposto na exposição em Madrid da Caixaforum em colaboração com o British Museum.
Uma pergunta que deve ser feita é por que se revestiam as múmias com um pano em forma de rede ou ligaduras externas com arranjo semelhante. Como já indicamos, nem sempre se cumprem todos os requisitos funerários em todas as ocasiões. Neste caso, apontamos no artigo anterior que este tecido que o cobre em forma de rede, é a mesma que cobre a representação do deus falcão Sokar, uma forma post-mortem de Osíris.

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Caminhos de Peregrinação

Carlos Paiva Neves 0 648

No contexto da doutrina espírita, a palavra “caminho” é bem reveladora da sua profundidade filosófica.

O caminho da alma e do espírito faz-se incessantemente, nos percursos das suas múltiplas existências. A experiência do caminho reflete momentos de grande recolhimento, de introspeção, de meditação, de predisposição interior, porque a alma fica mais desmaterializada e exposta às dádivas da Natureza.

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Fogo, Sol e Coração: sua Relação Simbólica

Javier Saura 0 520

Primeiro a ter presente é que vamos falar destes três elementos segundo o simbolismo, e que o simbolismo é a linguagem para falar do sagrado a partir da intuição e não da razão. E neste sentido, fogo, sol e coração são a mesma coisa refletida em três diferentes e complementares planos da realidade.
Quando à noite fazemos uma fogueira no acampamento, todos nos reunimos ao seu redor, tornando-se o fogo no centro dele mesmo, é o centro da união de todos. E isto é o que significam o fogo, o sol e o coração: a união em torno de um centro. Centro que no mundo simbólico é o espírito e os seus valores, que transcendem espaço e tempo.

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Porquê a Dor?

Jorge Angel Livraga 0 1357

Hoje, perante esta realidade da existência, vamos tocar numa das suas facetas: a dor, o porquê da dor.

Teríamos primeiro de definir o que é a dor. Definir algo, especialmente quando não é físico, mas metafísico, insubstancial, mesmo quando nos afeta profundamente, é sempre difícil. Definir um objeto material é fácil, basta dar as suas medidas, as suas proporções, a sua cor, as suas diferentes qualidades visíveis. Falar do que é invisível, como a dor, o prazer, o amor, o ódio, é muito difícil. De um modo geral, falamos dos seus resultados.

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Santo Agostinho e a sua Cidade Celeste

O saque de Roma pelos visigodos no ano 410 chocou o mundo antigo. As pessoas atribuíam-no a um castigo divino por terem sucumbido às doutrinas alucinantes, sectárias e excludentes dos cristãos, e por deixarem de render culto aos velhos Deuses. Seja isto certo ou não, a verdade é que a nova religião desfez completamente o tecido social e institucional do Império Romano com as suas fantasias do iminente Fim do Mundo e a rejeição dos antigos valores da Concórdia, do Comprometimento, da Fidelidade, do Culto da Pátria, etc., etc. Que sociedade se pode manter de pé crendo que dentro de alguns anos vamos presenciar o Fim dos Tempos? Como trabalhar assim para o futuro? E é evidente que quem mais vai sofrer esta ausência de futuro são os que vêm depois, os filhos e os netos que se vêm perante o vazio, com as instituições públicas jurídicas, educativas, militares, etc. em ruínas e sem nada para substituí-las.

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As Quatro Estações

Quando os cientistas tentam explicar o porquê das variações climáticas que periodicamente se produzem no nosso planeta, fazem referência à inclinação do eixo da Terra em relação ao plano que descreve à volta do sol. Isto, somado ao facto de haver momentos de maior ou menor proximidade ao Sol, faz com que haja diferentes mudanças ao longo de um ano, que agrupamos em quatro e que, tradicionalmente, denominamos estações.

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A Divina Comédia 700 Anos Depois

João Porto 0 1245

No ano de comemoração dos 700 anos do falecimento de Dante Alighieri, propus-me os 3 R`s, reler, reflectir e redigir sobre a Divina Comédia, deixando aqui algumas conjecturas desse esforço dantesco de tentar “digerir” 14.233 versos, acompanhado por consultas bibliográficas colaterais.

A Divina Comédia escrita no início do século XIV por Dante Alighieri (1265-1321), é considerada uma das epopeias clássicas da literatura ocidental e espelho de muitas inovações para o seu tempo, a começar pela escrita em italiano vulgar e não em latim como seria de esperar da alta literatura da época. E assim é, porque para Dante o conhecimento devia libertar o homem e fazê-lo chegar mais depressa ao reino de Deus e á sua contemplação eterna. A obra é dividida em três livros, nomeadamente Inferno, Purgatório e Paraíso, onde cada um está por sua vez dividido em Cantos de tercetos normalmente compostas por 3 versos de 33 sílabas (3 x 11).

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Spinoza: os Livros Escritos no Inferno

Juan Martín Carpio 0 958

Se revermos os filósofos mais conhecidos, lembrar-nos-emos facilmente de Platão, Aristóteles, Sócrates, Descartes… Há, contudo, um nome geralmente esquecido, embora a sua importância no mundo moderno aumente de dia para dia, ainda que muitas vezes seja mal compreendido por aqueles que se reconhecem como seus seguidores ou que foram influenciados pelo seu pensamento.

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O Sentido Heroico da Vida

Carlos Adelantado 2 5642

O sentido heroico da vida é um tema que se pode encarar de muitas maneiras, e devem existir milhares de livros escritos sobre este assunto, sobre o herói, sobre os mitos heroicos. Há muitas formas de encarar este assunto, mas nós vamos fazê-lo desde um ponto de vista filosófico: cada um dirige os seus assuntos quotidianos com o que tem à mão. Nós o que temos é a filosofia, pelo que vamos falar deste tema tão atemporal, desde um ponto de vista filosófico. Imagem: A vitória. Estátua em Bruxelas, Bélgica. Pxfuel

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A Outra Face de Isaac Newton: O Alquimista

João António Ramos Ferro 0 2417

Newton não se preocupou somente em querer conhecer as leis do mundo externo. Ele também procurou conhecer as leis do seu mundo interno, não limitou o seu campo de saber apenas àquilo que imprime os sentidos físicos; assim sendo, ele foi o cientista pleno e a ele se poderia atribuir o título que foi atribuído a tantos que, tal como ele, exerceram este magistério de unir o Céu e a Terra, um Mago.

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O idealismo da Teosofia

C. Jinarajadasa 0 1709

Para alcançar a serenidade da mente e torná-la consciente da verdade, o maior auxílio que se encontra, talvez, no mundo de hoje, é o estudo da Teosofia. Porque a Teosofia prova-se a si própria, período por período, nenhuma dúvida nos fica sobre as suas doutrinas e assim nos auxilia na elucidação das suas verdades mais profundas.

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