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Delia Steinerg Guzmán

Os Sentimentos

Delia Steinberg Guzmán 0 1525

Quando a esfera de ar se manifesta entre os humanos – e nos animais – surge a psique e a sua expressão característica: os sentimentos. É um mundo amplo, onde talvez Maya se encontre mais à vontade que em qualquer outro lugar. Nunca o homem é tão sensível nem tão falível, nunca é tão débil nem tão forte, nunca é tão grande nem tão pequeno, nunca é tão fácil de convencer como quando se encontra dentro do jogo dos sentimentos. Aqui tudo é ar: nada da solidez da terra onde apoiar-se, nem nada da profundidade racional do fogo da mente onde justificar-se. Os sentimentos movem-se, aéreos, oscilando geralmente entre os dois perigosos extremos: o prazer e a dor, o gosto e o desgosto. E à força de tanto pendular, o homem toma consciência do sofrimento: quando vive o prazer, teme perdê-lo, e então sofre; quando vive a dor, não tem outra coisa senão sofrimentos falíveis nesta esfera sentimental: porque, seja qual for o matiz afetivo que nos domina, temos sempre tendência para cair na dor.

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Os Animais

Delia Steinberg Guzmán 0 738

Estranho é este reino da Natureza, de onde a primazia do sentimento, acima de outras características, faz com que nos homens surjam as mais diversas emoções, no que respeita aos animais. Assim, temem-se, amam-se, são-nos indiferentes… mas dificilmente os admiramos, para o qual bastaria apercebermo-nos do destaque que Maya pôs à disposição desta especial forma de vida.

Quando julgamos os animais, colocamo-nos em dois pontos de vista extremos: ou são feras nocivas das quais há que escapar, ou até tentar matar, ou são seres inferiores (aos homens, entenda-se) que podemos submeter e utilizar sem maiores escrúpulos. No intermédio cabem todos os matizes possíveis: já não está só o que caça para comer, mas também o que goza afiando a pontaria sobre um corpo vivo; e não falta o que tortura animais porque a sua cobardia especial o impede de se confrontar com outros humanos mais fortes que ele.

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O Jogo

Delia Steinerg Guzmán 0 1055

Era uma vez uma criança muito séria, tão séria que sentia uma profunda pena das outras crianças que passavam os seus dias a brincar. Esta criança tinha notado que as bonecas, carrinhos, máscaras e outros brinquedos não tinham realidade e valor para os adultos. E assim, ele não quis ser menos e decidiu dispensar estes enganos.

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