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Ciência

Filosofia da Ciência na Doutrina Secreta: Complementos Bibliográficos

Carlos Paiva Neves 0 12

Realizando um estudo mais circunspecto à componente da ciência, na obra de Helena Blavatsky, conhecida por Doutrina Secreta, damos conta de um manancial científico que não passou, de qualquer forma, despercebido à autora, se por um lado, nos abstrairmos da sua densidade esotérica, e por outro, se focalizamos nos conteúdos do domínio da ciência. Porém, ao aprofundarmos um pouco mais esse estudo, constatamos que nas edições da Doutrina Secreta após a morte de Blavatsky, são identificadas muitas obras que foram publicadas no primeiro terço do século XX, que versam as diversas temáticas científicas, mais emergentes para a época, que merecem ser motivo de análise. Podemos mesmo afirmar que tais obras, que designamos por complementos bibliográficos da Doutrina Secreta, têm um amplo interesse para quem estuda a Filosofia da Ciência. Estamos assim a reportarmo-nos a obras, que na sua maior parte, têm mais de cem anos.

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Os Substitutos de Deus

Delia Steinberg Guzmán 0 201

Confesso que este tema, que à primeira vista pode parecer polémico, não o é para mim, posto que não posso fazer menos que partir da base de uma realidade de Deus, de uma existência de Deus.

Para mim, não há polémica nesta questão; em todo o caso, pode haver polémica em tratar os distintos substitutos e o valor que eles podem ter. Pode haver polémica em repassar as mudanças históricas que temos registado ao longo dos séculos, e as mudanças que nos foram impostas a nós, os seres humanos.

Mas como falar de substitutos de Deus se não admitirmos previamente esse Deus que se tentou substituir de tantas maneiras? Como não admitir uma realidade de algo “Superior” que, isso sim, é difícil de pensar e de raciocinar? Porque por mais que tentemos raciocinar, sempre termina por se resolver num mistério, numa coisa enorme, numa coisa intangível; em algo que se pode admirar ou desprezar – cada qual com a postura que queira colocar-se – mas que está.

De modo, que se nos considerarmos essa essência, essa realidade, esse “Deus” que foi substituído de mil maneiras; se partirmos desta base, daremos ao nosso tema um enfoque que irá passando pelos seguintes pontos: O que é ou quem é este Deus que se pode admitir ou que estamos a tentar substituir? Porque é que Deus é um mistério para nós, humanos? E porque é substituído, porque é mudado ou porque é negado?

Assim, pois, temos de começar por aquilo: “o quê ou quem é Deus”? Sei que em pleno século XX, ou melhor dito, no final do século XX, numa época de substituições (milhares), é muito difícil enfocar este tema. Somos impedidos de o fazer por todas as modas, pelas ideias que circulam atualmente. Falar de Deus ou tentar referir-se a Ele, para o bem ou para o mal, é piroso, ridículo, é coisa de velhos, é “conservador”, está fora de moda, etc. Há tantas coisas que se dizem a respeito, que só de tentar pronunciar esta palavra já nos trava a língua.

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A Trindade do Tempo, Espaço e Matéria

Anton Musulin 0 265

Os problemas vinculados com o espaço, o tempo e a matéria têm sido tradicionalmente centrais na filosofia e na ciência, desde os pré-socráticos até Kant, Bergson e Heidegger, assim como Newton, Einstein, Heisenberg e Prigogine.
Ao investigar o espaço, o tempo e a matéria, podemos colocar uma grande quantidade de perguntas que ocupam filósofos e cientistas:
O que é o tempo? É independente do sujeito e pode existir sem eventos? O tempo é circular ou linear, é homogéneo, universal, infinito? Como estão relacionados o passado, o presente e o futuro e como explicar a flecha do tempo? Porque é que o calor passa dos objetos quentes para os frios e não o contrário? E mais além é espaço ou é o tempo? O espaço é finito ou infinito e, se for finito, o que está para além das suas paredes? O espaço físico é feito de quantas (grânulos espaciais)? O que é a matéria? De que é feito o universo e porque é que as constantes universais e as leis físicas são como são? O que é que existia antes do universo? Como é que podemos conhecer o universo? As coisas são realmente como as percebemos? Porque é que existe algo em vez de nada, e qual é a causa para que o universo exista?

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Filosofia: Um Modo de Vida

Delia Steinberg Guzmán 1 593

Estou convencida de que todos os seres humanos, mesmo que não o saibam e não tenham um título, são filósofos. Estou convencida de que qualquer ser humano que questiona as coisas e quando está sozinho consigo mesmo, quer saber quem é, deu nascimento a um filósofo.
O que é a filosofia? Não gosto de definições, talvez porque tive que estudar muitas, porque percebi que nesses casos a memória pouco serve, e o que tem servido é o que nos vai ficando na Alma. A filosofia, para além dos muitos conceitos que se têm explicado ao longo da história, para além do equilíbrio de finalidades que lhe têm dado, é a Grande Arte, a Grande Ciência. É uma atitude perante a vida. É uma atitude que requer uma Ciência; se alguém se faz perguntas, necessita respondê-las. E é uma atitude que implica uma arte porque essas palavras não se podem responder de qualquer forma.
O que é atitude perante a vida? É… ir por ela com os olhos abertos; é não ter medo de indagar os grandes mistérios; é não ter medo de olhar para o Universo e perguntar-se por ele, sobre si mesmo, sobre o Ser humano. E é ali onde coincidem todos os povos, porque, em todos os momentos, quando o homem se perguntou como se une com o Universo, encontrou Deus e refletiu-O de mil maneiras.

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O Movimento dos Astros e das Ideias, entre o Céu e a Convicção, na Busca pela Verdade

Inês Campos 1 1025

A Ciência é uma construção humana que tem como propósito explicar o funcionamento do mundo. A vaidade e o ego humanos criam a ilusão de que estamos a desvendar, aos poucos, as leis da Natureza. No entanto, todas as leis descobertas, mesmo que sejam extraordinárias, tais como as Leis de Newton ou a Teoria da Relatividade de Einstein são válidas dentro de determinados limites. Haverá sempre algo sem resposta com as nossas teorias e que levará a outras teorias.
A visão que temos do mundo depende daquilo que podemos ver e/ou medir. A teoria geocêntrica é prova disso. Na verdade, devemos admitir que existirão sempre aspetos da Natureza inalcançáveis com os nossos instrumentos. Basta pensar que estando nós dentro da Natureza, haverá sempre algo no seu exterior que será desconhecido.
A história da Ciência está repleta de avanços significativos, contudo registaram-se atrasos provocados por equívocos, preconceitos, abordagens inadequadas, ideias fixas, resistência à mudança ou ainda pela influência social e cultural. De facto, as crenças culturais ou religiosas, quando profundamente enraizadas, são difíceis de erradicar. Também um número de evidências insuficiente ou pouco convincentes pode conduzir a uma estagnação das ideias. Na verdade, vencer a inércia das ideias é um desafio.

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A Metafísica no Caminho da Ciência

Carlos Paiva Neves 0 737

A construção da ciência não se pode dissociar do momento histórico que está sempre impregnado de ignorância, preconceito e conjuntura, fatores estes que são continuamente interferentes na formulação da sabedoria epistemológica, a qual deverá ter como objetivo primordial, o conhecimento da humanidade. Desde o tempo dos construtores da filosofia natural até à contemporaneidade científica que existe a necessidade de renovação do epistema, num processo complexo e reiterado de confrontação com a doxa do momento. Sem a evidência de opiniões isoladas, supostamente verdadeiras, não se consegue alcançar a endoxa (as opiniões geralmente aceites pela sociedade), que consequentemente, venha a transformar-se num epistema. Este processo obedece a uma lei de continuidade, de reverificação, redefinição e revalidação do sistema dinâmico «doxa-endoxa-epistema», geralmente circunscrito aos fenómenos do domínio da matéria, esporadicamente intensificado na prospeção das ciências do espírito. A matéria e o espírito são indissociáveis e complementares, uma vez que ambos convergem no engrandecimento do conhecimento da humanidade. Para tal, chegamos ao momento de incrementar a construção de um epistema metafísico, capaz de fornecer respostas à transcendência sensível que caracteriza o binómio espírito e matéria.

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O coração Interface do Âkâza e da Memória kármica?

João G. F. Porto 0 826

Segundo o catolicismo a palavra “coração” aparece cerca de 400 vezes na Bíblia. A Igreja Católica tem como prática devocional o Sagrado Coração de Jesus por inspiração ou revelação de vários santos, entre os quais podemos citar Bernardo de Claraval, fundador da Ordem Templária, Gertrudes de Helfta, padroeira dos místicos, Francisco de Sales cujo coração acabou por ser levado para Veneza durante a Revolução Francesa e ainda lá permanece objecto de veneração, João Eudes, que desenvolveu a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e de Maria, ou ainda Margarida Maria Alacoque que em 1675, durante a oitava do Corpo de Deus, Jesus manifestou-se-lhe com o peito aberto e, que segundo a mesma, apontando com o dedo o seu coração, exclamou: “Eis o Coração que tem amado tanto aos homens a ponto de nada poupar até exaurir-se e consumir-se para demonstrar-lhes o seu amor. E em reconhecimento não recebo senão ingratidão da maior parte deles”.

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Hipnose

Jorge Ángel Livraga 0 744

Etimologicamente, a palavra hipnose advém do grego, de Hipnos, o sonho, irmão mais novo de Tanatos, a morte.

O estado de sono artificial, com a sequência de fenómenos psicológicos e parapsicológicos que se englobam nesta denominação, é conhecido pela Humanidade há muitos milénios, mas a sua imbricação noutras disciplinas mais gerais, como a magia, a feitiçaria e as antigas e modernas formas religiosas, torna impossível fixar o início da sua prática, podendo dizer-se que, tanto os homens pertencentes às altas culturas como aqueles em estado tribal e ainda nómada, a conheceram desde sempre, ainda que o primeiro dado concreto que possuímos é o atribuído à escola hipocrática, que a utilizava para combater os espasmos ou contrações nervosas. Também sabemos que as curas por meio do sono artificial por imposição da vontade do praticante, com ou sem ajuda de drogas, eram utilizadas por médicos chineses em épocas anteriores à dinastia Han, inclusivamente para intervenções cirúrgicas e em alguns casos de parto.

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Ciência sem Consciência É a Ruína da Alma

Manuel J. Ruiz Torres 0 2232

A Academia Real Espanhola define a palavra consciência com vários significados que têm a ver com a perceção do que está bem ou está mal ou com a capacidade de conhecer e refletir sobre algo. E ambos os sentidos serão usados ao relacionar ciência e consciência.
A frase «ciência sem consciência é ruína da alma» aparece na obra Pantagruel, do humanista, médico e escritor francês François Rabelais, no século XVI, e nela encontra-se a consciência como ponto de vista ético ou moral.

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Perguntas de Natureza Filosófica e Científica

Anton Musulin 0 1136

Neste número do boletim, colocamos uma série de perguntas importantes de natureza filosófica e científica e tentamos dar algumas respostas que possam colocar ainda mais perguntas. A ideia principal é esclarecer que há muito que não sabemos sobre o Universo e destacar a necessidade de reconhecer e aceitar as limitações do nosso próprio conhecimento. Ao contrário da natureza monológica dos textos e ensinamentos dogmáticos, a filosofia e a ciência são dialógicas e sugerem a busca de respostas aceitáveis e mais verdadeiras para as perguntas difíceis.

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Um Novo Modelo de Civilização

Gilad Sommer 0 1199

Uma das coisas mais surpreendentes sobre civilizações antigas é a unidade do seu modo de vida. No Instituto de Artes de Chicago, por exemplo, há uma bela estela das ruínas maias de Calakmul, no México. Essa estela apresenta um governante na sua tarefa como sumo sacerdote, vestido com trajes cerimoniais, segurando objetos rituais e executando claramente um ritual importante. O ritual em questão, nós acreditamos que está relacionado com o fecho de um ciclo de dez anos no calendário maia, que foi medido com tal precisão, que hoje podemos determinar a data exata do ritual.

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Aristóteles

Manuel Stelzl 0 1431

Durante dois mil anos valia tudo aquilo que Aristóteles (384-322 a.C.) afirmou como dogma incontestável – escreve o autor italiano Luciano de Crescenzo. Mesmo que isto não seja totalmente correcto é difícil desvalorizar o significado científico de Aristóteles. Ainda no início da idade moderna cada tentativa séria de obter um progresso científico tinha de começar com um ataque às doutrinas individuais de Aristóteles. Imagem: Aristóteles, Ceuta (Espanha). Creative Commons

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Leonardo e o Valor da Tradição

Henrique Cachetas 0 1363

Verrocchio, discípulo de Donatello, foi o mestre de Leonardo, assim como de Perugino e de Botticelli. O destino, responsável pela reunião de tão grandes talentos na mesma cidade, e até na mesma casa, sabia bem a importância da continuidade na transmissão dos conhecimentos através das gerações. Imagem: O Batismo de Cristo, Verrocchio e Leonardo. Creative Commons

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Necessidade de Ecologia Política

Jorge Angel Livraga 0 1575

Nos últimos anos comprovamos um interesse, a nível mundial, sobre a necessidade de harmonizar o Homem com a Natureza. Antigos preconceitos “religiosos”, unidos ao crescimento deformado da nossa civilização materialista degenerada, numa adoração aberrante do técnico–artificial e de um subjetivismo desumanizado, levaram-nos a este momento histórico altamente conflituoso e asfixiante, sumamente perigoso e com pressentimentos de um futuro apocalíptico. Imagem: Palácio de São Bento, Lisboa. Casa do Parlamento Português. Creative Commons

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Amanhecer e Ocaso do Homem Tecnológico

Jorge Angel Livraga 1 1258

Que importância teve a técnica no devir da Humanidade? Nos nossos dias, estamos imbuídos num culto à técnica, de tal maneira que calibramos os graus e excelências das civilizações com base nas suas técnicas mais ou menos avançadas. Nem todos os povos deram a mesma importância à técnica e é um erro observar as diferentes civilizações do ponto de vista do desenvolvimento, somente neste aspeto.

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Pedra Filosofal

José Carlos Fernández 2 3134

Aos mais jovens o título deste artigo evocar-lhes-á a obra de Harry Potter, o primeiro da heptalogia editado em 1997. A outros, aficionados das ciências herméticas, o Lapis Philosophorum, o fim e o segredo da Alquimia, capaz de transformar o chumbo em ouro e de com ela obter o elixir da imortalidade ou da eterna juventude.

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O Ser Humano como coisa

Henrique Cachetas 1 1891

Ver o Homem como coisa, como um pedaço de matéria animada, alterável, reprogramável, melhorável através do acrescento de peças ou da remoção e troca de partes, físicas ou psicológicas, é castrá-lo daquilo que realmente o faz humano: um ser com vontade, amor e inteligência, com um potencial infinito dentro de si, ainda por descobrir. Essa dimensão desconhecida, nas profundezas da sua subjectividade, esse mistério é aquilo que, tornado consciente, nos pode elevar desde sermos um pedaço de terra que olha o céu numa noite escura, até um pedaço céu que olha a terra para a iluminar.

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A vida extraordinária das plantas

José Ramos 0 1723

Conheça as descobertas científicas sobre a inteligência e comunicação no mundo vegetal. Para nós as árvores não têm olhos, ouvidos, coração, voz, nervos, pulmões, intestinos, sangue, cérebro, no entanto isso não é totalmente certo. As árvores são mais parecidas a nós do que pensamos, mas não do modo que poderíamos esperar.

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