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Carlos Adelantado Puchal

A Revolução do Século XXI

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No panorama humano do nosso novo milénio, parece necessária uma revolução para o positivo. Uma revolução que envolva diferentes gerações e que a sustente no tempo, capaz de semear uma ética profunda e de colher no futuro, frutos mais conformes à dignidade humana do que os oferecidos pelo nosso presente. O futuro é sempre incerto. A única coisa certa é que ele é condicionado pelo passado. Desde a China antiga, com os pensadores da era pré-Han (séculos V-III a.C.), o conceito de revolução foi definido como mudança violenta. No pensamento de Confúcio, o conceito implicava uma transformação do espaço e, mais tarde, ao abranger também o tempo, chegamos à revolução sem tempo, da qual Mao Tsé-Tung teria esboçado alguns elementos e que Ho Chi Ming (aquele que ilumina) teria expressado melhor. Trata-se de fazer com que a revolução não se limite a um lugar, mas seja transferida para muitos outros lugares com a participação de diferentes gerações que prolongam o seu tempo de vida. E hoje, no dealbar do século XXI, volta-se a falar de revolução: social, política, económica, artística, etc., mas num ambiente bastante obscurecido e confuso.

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O Paraíso das Utopias

A personalidade humana não pode deixar de projectar a visão de si mesma ao longo do tempo, e assim aparecem os planos, projectos e objectivos. Quando crianças vivemos condicionados pelos planos dos nossos pais e familiares, os que traçam para eles e também para nós. Mais tarde, entramos num círculo de amigos cujos planos partilhamos. E quando o amor chama os nossos corações, os nossos planos mútuos ocupam praticamente todo o nosso tempo. Dir-se-ia que estamos perante uma condição do ser humano: a capacidade de sonhar e tentar concretizar esses sonhos que, se não realizados, tornam-se em utopias. A utopia pertence ao futuro. O paraíso, por outro lado, pertence ao passado. Tínhamo-lo no princípio, mas, como todos sabemos, perdeu-se.

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A Linguagem dos Símbolos

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Em várias ocasiões costumamos referir-nos à Filosofia como uma busca do conhecimento que nos falta. Essa busca implica a acção de movimento em determinada direcção, e assim consultamos livros que outros escreveram, escutamos coisas que outros dizem e submetemos a nosso critério os pensamentos e raciocínios dos outros. É certo que no mundo exterior a nós próprios podem-se encontrar muitas respostas interessantes, porque é um mundo no qual se pode experimentar e, de maneira racional, estabelecer relações que nos levam a conclusões lógicas. É um mundo partilhado por milhões de seres humanos, basicamente com os mesmos problemas e as mesmas necessidades, embora seja forçoso reconhecer que varia muitíssimo o grau de intensidade de problemas e necessidades para uns e outros. Mas também é certo que no mundo interno, íntimo e privado de cada um de nós, também se pode experimentar e chegar a resultados válidos. Aqui nos encontramos mais sós, embora estejamos rodeados por milhões de seres humanos. Nesse âmbito interno, os nossos problemas e necessidades parecem-nos únicos, as nossas ideias as melhores e as nossas emoções fazem-nos crer que são intransferíveis. Estes dois mundos, o externo e o interno, são absolutamente reais para cada indivíduo e não podemos estar totalmente certos de saber e conhecer algo se não o experimentámos nestes dois planos da existência.

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