Podem os Desígnios de Deus Ser Conhecidos?
Este tema obriga-nos a estar atentos a um primeiro erro que habitualmente cometemos, mais ou menos cegos pelas religiões exotéricas que prevaleceram na nossa educação infantil. Um filósofo como amante da verdade que é, deve evitar personalizar Deus. “Aquilo” que, nós filósofos, chamamos de Deus, não tem propriedades nem podemos atribuir-Lhas. H.P. Blavatsky disse: “Se as vacas tivessem alguma forma religiosa e quisessem representar Deus, é evidente que o representariam com chifres. Não devemos esquecer que todas as religiões são formas exotéricas, adaptadas ao lugar e ao tempo, para beneficiar determinados homens. Assim, os indianos puseram a cabeça de elefante ao seu deus de sabedoria; os egípcios, cabeça de íbis. Assim também, Buda entra no Nirvana com os olhos semifechados, impoluto de toda a sujidade e adormecido; Cristo entra no Reino dos Céus, humanamente sujo e sangrando, depois de ter sofrido a última prova da dúvida, tendo como companheiros dois ladrões. Porém tudo isto é puro exoterismo; revestimento exterior de coisas mais profundas e misteriosas. Quando Platão disse que “jamais o que é vulgar será filósofo”, não cometeu nenhum erro social…; simplesmente disse a verdade. Há que deixar de ser “vulgar” – ou seja exotérico -, para alcançar a verdade do esoterismo.
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