Pressione ESC para fechar

Atmosfera

A Astronomia Planetária e as “Correntes de Vida”. Primeira Parte

João Porto 0 443

É consensual que a vida só é possível com a presença de um solvente universal conhecido como água, aquele que é um dos elementos principais considerados pela alquimia, mediador entre os elementos etéreos Fogo/Ar e a Terra, o elemento material. A água, quimicamente conhecida pela fórmula molecular H2O, tem uma estrutura constituída por dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio partilhando entre si os seus electrões e formando uma ligação geometricamente assimétrica de 104,50. A partilha faz-se entre o electrão do hidrogénio com um electrão do oxigénio, criando as denominadas ligações covalentes. No entanto os campos orbitais dos electrões dos átomos de hidrogénio encontram-se sempre deslocados pela forte atração do núcleo positivo do átomo de oxigénio o que cria uma polaridade molecular, apesar de globalmente a água ser uma molécula neutra. Este aspecto dipolar faz com que as moléculas de água se alinhem entre si formando as pontes de hidrogénio cuja presença permite à água funcionar como agregador de moléculas orgânicas mais complexas, como aquelas pertencentes à classe das proteínas, enzimas, nucleotídeos, açúcares e mesmo o próprio ADN, sendo que todas elas apresentam também polaridade (moléculas hidrófilas). São também estas pontes de hidrogénio que autorizam a água no seu estado sólido, quando congela, a assumir uma estrutura semi-cristalina hexagonal formada por 4 pontes de hidrogénio.

Continue lendo

É Imparável o Efeito Estufa?(1)

Jorge Ángel Livraga 0 419

O fenómeno de um progressivo aquecimento da atmosfera está a semear inquietude entre os cientistas e um princípio de pânico entre aqueles que estão sempre preparados para anunciar o fim do mundo, com o perigo de uma psicose coletiva que vem entristecer ainda mais a nossa angustiada civilização. A Agência de Estatísticas da Comunidade Económica Europeia faz-nos saber que 1988, 1987, 1983, 1981, 1980 e 1986, nesta ordem de prioridades, foram os anos mais quentes de todo o século XX. Em detalhe, é referido que os valores mais altos da última década ocorreram no hemisfério sul. Os dados assinalam que enquanto o aumento no hemisfério norte, nos últimos cem anos, não chegou a 1ºC, no sul alcançou 3ºC. Destacamos que estas cifras não devem ser levadas ao pé da letra, pois em boa parte são estimativas resultantes do facto de não ter existido, durante a primeira metade do século2, uma preocupação por este aquecimento; e não ter existido, até há poucos anos, várias estações fiáveis comparativas no hemisfério sul. Embora não tenhamos registado um acordo total entre os especialistas, devido à complexidade teórica das causas possíveis do fenómeno, predomina a opinião generalizada –e muito provável– de que a outrora tão louvada “sociedade de consumo”, com o auge de indústrias, aerossóis, desertificação, aumento demográfico e aeronaves que voam a grande altitude; seja a responsável por um futuro desastre a nível mundial.

Continue lendo