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Amor

Jakob Böhme: o Príncipe dos Obscuros

Françoise Terseur 0 141

A Teosofia alemã dos séculos XVI e XVII está impregnada de naturalismo e de um panteísmo híbrido, alicerçado numa mistura de misticismo e teologia, utilizando três fontes de inspiração: Deus, o Homem e a Natureza.
A Teosofia de Jakob Böhme surgiu da conjunção entre o hermetismo, representado por Paracelso, e o misticismo alemão, que juntos prefiguraram o sistema de Baader. Podem também ser traçadas algumas analogias entre a Cabala judaico-cristã, frequentemente associada à Teosofia, e a sua cosmogonia mística. Os escritos de Böhme contêm muitas semelhanças com as teorias filosóficas da Alemanha do século XIX, sendo ele considerado um precursor de Espinosa e Schelling. A sua influência foi significativa no pensamento alemão, particularmente em Franz von Baader. Böhme exerceu um verdadeiro fascínio sobre Hegel e toda a geração romântica, tendo a sua influência também chegado ao campo religioso, tanto na Holanda como na Alemanha, através do pietismo.

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Dello Amore de Ficino e o Caminho para a Alma se Unir ao Divino

José Ramos 0 93

Marsilio Ficino nasceu em Florença, em outubro de 1433. Em 1451, recebeu a consagração como clérigo, dedicando-se simultaneamente ao estudo e divulgação do Neoplatonismo, inspirado em fontes antigas como Platão, Dionísio Areopagita, Avicena, Alfarabi, Avicebron, Cícero, Santo Agostinho, Apuleio, Plotino, Calcídio e Macróbio.

Em 1456, iniciou a redação das suas primeiras obras filosóficas: Libri quattuor Institutionum ad Platonicam disciplinam; De laudibus medicinae; De voluptate; De virtutibus moralibus; Compendium de opinionibus philosophorum circa Deum et animam; De furore divino; e De quattuor sectis philosophorum.

Em 1458, o seu pai enviou-o à Universidade de Bolonha para estudar medicina. No ano seguinte, dedicou-se ao estudo do grego, traduzindo várias obras, incluindo os Hinos Órficos e as obras de Hesíodo e Homero.

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Resgate da Pureza da Infância

Patrícia Oliveira 0 452

Valeria a pena conhecer a versão original deste versículo, para melhor compreender o seu sentido. Ainda assim, a aventura de procurar compreendê-lo, tal como tem sido traduzido recentemente, vale por si mesma. O fascínio deste versículo encontra-se na antítese em que ele se constitui. Aparentemente, Jesus contrapõe a inocência (dos pequeninos) e a pena capital (a morte, a violência entre a violência); ou seja, para Jesus, aquele que atenta contra a inocência é réu de morte.

O que haverá de tão importante na inocência, que quem o ponha em causa deva morrer, antes que o faça? O que haverá de tão fulcral na inocência da infância, para que em outras passagens Jesus diga se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus (Jo. 3, 3) e deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas (Mt. 19, 14)? A idade da inocência termina, sensivelmente, com o início do Estádio das Operações Concretas, de Piaget (por volta dos 7 anos). Até esta idade, a criança não mente. Não sabe mentir, não vê interesse em mentir, não reconhece qualquer valor à mentira. Até esta idade, a criança conhece apenas a Verdade. Sente, pensa, vive e relaciona-se na Verdade.

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Mística e Mistério

E como começar para referirmo-nos a essas ideias que, embora singelas, são tão profundas que nos escapam das mãos? O que acontece connosco, seres humanos do final do século XX, que nos é tão difícil entender o que é singelo, que nos tornamos tão cheios de complexidades e laços que nos amachucam e prejudicam? Acontece que não só o nosso século XX está a terminar, mas de alguma maneira, como muitos filósofos e pensadores começam a assinalar cada vez mais, uma forma de vida, um ciclo civilizacional, está a terminar.

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Do que é feito o Espaço?

Franco Soffietti 1 506

O firmamento noturno tem sido uma fonte inesgotável de inspiração para artistas, filósofos e cientistas ao longo da história. A observação e o estudo do céu transcendem tempos e culturas. Não só determinou tradições, influenciando até mesmo o desenvolvimento da vida quotidiana, mas também levantou questões fundamentais para a humanidade: onde estamos neste vasto universo? O que está além do que os nossos olhos podem ver, tanto ao longe quanto no mais profundo?

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Ibn Arabí e os Caminhos do Amor

José Carlos Fernández 0 516

Todos os místicos de todas as eras ensinaram que existem tantos caminhos quanto caminhantes. Mas, como na lenda do Graal, só alguns são escolhidos para viver esta aventura espiritual que une as experiências de um modo tão misterioso, «elétrico» e definitivo.
Nos textos tibetanos – os livros de Dzyan -, fala-se destas sendas como as Sendas da Felicidade, sete em número. Para cada alma, a estrela ou Deus interior estende um raio de luz que é projetado sobre a terra em que essa alma está de pé: esta é a senda. Mas assim como a lua traça infinitos rastros de prata sobre o mar, tantos como os olhos que observam, para cada buscador a senda é uma: desce como um raio de luz e é projetada no karma de cada um, dando-lhe um significado, uma teleologia; estruturando-o sob a forma de uma escada interna; pois «UM SÓ SER NÃO PODE AMAR MAIS QUE UM E ÚNICO PRINCÍPIO».

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As Idades do Medo

Carlos Adelantado Puchal 0 1073

Todas as coisas que existem, objetivas e subjetivas, têm o seu momento e o seu lugar para se manifestar, e assim o fazem. Se o interiorizamos, encontraremos um ponto de apoio para construir as nossas ações e reações. E num mundo tão mutante não é supérfluo ter uma referência inicial que coloque a nossa consciência num presente aceito. Não é absurdo pensar, então, que percorremos a vida na companhia de inseparáveis companheiros ​​na forma de medos e esperanças.

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Voltar a Casa

Joana Simões 0 963

Quando chegamos a este mundo, esquecemos tanto as maravilhosas como as tenebrosas memórias vividas em outras vidas. Contudo, não esquecemos a experiência, o ensinamento. É esse ensinamento que se torna instinto ou intuição, dependendo do que estejamos a falar. Mas o que significa encarnar e voltar aqui? O que significa ter de voltar a conhecer o mundo maravilhoso que desabrocha perante os nossos olhos, sem que o possamos totalmente influenciar ou impedir? O que significa voltar para esta realidade, virtual ou não, em que existem tantos desafios, tantas provas, tanta dor? De onde vimos? Onde estamos? Para onde caminhamos? Que mais não é a vida que perguntas e respostas?

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Da Poesia e do que É um Poeta

Antony Capitão 0 716

A poesia é um mistério, uma clarividência, uma sombra e uma ascese – é um degrau, uma tentativa, um exercício. Toda a verdadeira poesia deixa em nós um toque muito leve de algo longínquo e esquecido, de algo que se sente e se sabe e quase não se expressa; é uma pegada angelical que marca o mundo com o fogo da mais alta Beleza que lhe imprime. O que haverá no som e no ritmo que tanto parece extasiar-nos como elevar-nos aos poucos a regiões mais claras e luminosas? O poeta, claro está, é uma espécie de sacerdote; por vezes um pontífice desarranjado, com um grande apelo claro e sem clareza.

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Coisas Minhas. O Conflito que Dá Origem ao Projeto Bélico

Ana Fernandes 0 362

Esta é a história de 2 personagens que se manifestam no interior de uma forma qualquer, raramente se separam e vivem em aparente harmonia. A história começa na descoberta de que, na língua dos Índios Kogis (Colômbia) não existe a palavra inimigo nem adversário. Uma ideia muito interessante, pensar que num momento conturbado em que as ideologias se confrontam, poder percecionar com clareza de que não nos deparamos com um inimigo, mas sim com um “outro sistema de pensamento”, que na verdade não há um adversário, mas alguém com valores diferentes.

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Os Animais

Delia Steinberg Guzmán 0 661

Estranho é este reino da Natureza, de onde a primazia do sentimento, acima de outras características, faz com que nos homens surjam as mais diversas emoções, no que respeita aos animais. Assim, temem-se, amam-se, são-nos indiferentes… mas dificilmente os admiramos, para o qual bastaria apercebermo-nos do destaque que Maya pôs à disposição desta especial forma de vida.

Quando julgamos os animais, colocamo-nos em dois pontos de vista extremos: ou são feras nocivas das quais há que escapar, ou até tentar matar, ou são seres inferiores (aos homens, entenda-se) que podemos submeter e utilizar sem maiores escrúpulos. No intermédio cabem todos os matizes possíveis: já não está só o que caça para comer, mas também o que goza afiando a pontaria sobre um corpo vivo; e não falta o que tortura animais porque a sua cobardia especial o impede de se confrontar com outros humanos mais fortes que ele.

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Plotino e os Degraus da Virtude

Henrique Cachetas 4 1791

De acordo com a tradição deixada por Platão, as virtudes cívicas são quatro: a sabedoria, a coragem, a moderação e a justiça. Estas são as virtudes que fazem o nosso eu terreno assemelhar-se tanto quanto é possível a um reflexo do mundo inteligível. Isto é possível pois todas resultam da aplicação de uma mesma Medida, ou seja, de um sentido ético profundo da alma humana, proveniente da Inteligência, que assim consegue conduzir todos os pensamentos, emoções e ações pelo caminho medido, isto é, o caminho reto e virtuoso.

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Séneca e a Educação dos Príncipes

José Carlos Fernández 0 1561

Há muitos anos, numa aula com o professor Jorge Ángel Livraga (1930-1991), surgiu uma questão sobre a natureza do programa escolástico que seguíamos na Nova Acrópole, que não é só intelectual, mas também de desenvolvimento de valores morais. E ele respondeu, com toda a naturalidade, “claro, porque vós (…) estão a receber uma educação de príncipes”. Essa afirmação, com a espontaneidade e total convicção com que o disse, impressionou-me vivamente…

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O Anjo Negro da Melancolia. Parte II

Françoise Terseur 0 560

Os planetas que na astrologia tradicional interagem com a vida na Terra, influenciam todos os processos de desenvolvimento da matéria cósmica que, no laboratório da ciência alquímica, é associada ao chumbo ou matéria negra. Esta pedra filosofal sofre as dores do parto para resgatar a sua essência espiritual, pura Luz incolor que irá insuflar a alma caída na negrura da terra saturnina, o esplendor da sua coroa solar.

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Comentários à Monarquia de Dante – Livro I

Carmen Morales 0 1284

Em 1311, o escritor Dante Aligheiri, também conhecido como “o poeta supremo”, escreveu De Monarchia, um tratado no qual exporia as suas ideias políticas e que é um reflexo da sua filosofia, a cavalo entre o pensamento medieval e o florescente Renascimento. Apesar de que normalmente escrevesse em italiano – não é em vão que é considerado o pai deste idioma – esta obra foi escrita em latim, talvez com a intenção de promover a sua divulgação e fazer chegar o seu conteúdo a uma grande parte dos intelectuais da época.

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A Criança Enquanto Mistério Espiritual

Rafael Zamith Pereira 1 2056

Parece existir hoje alguma compreensão, se bem que parcial, sobre a importância da educação da criança para o futuro e para a saúde de uma sociedade. No entanto, não parece haver uma compreensão generalizada e clara sobre o que é a criança, a sua natureza profunda e o mais valoroso e legítimo contributo que pode dar ao mundo. Imagem: Detalhe da obra de Murillo “San Buenaventura e San Leandro”. Domínio Público

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Triunfar na vida

Henrique Cachetas 2 985

Ao passar os olhos pelo mostruário do mundo, onde vemos perfilar os tipos e os percursos de vida, não se mostra fácil decidir sobre quais serão os melhores exemplos de quem triunfou na vida.

Talvez o futebolista que ganhou o maior número de troféus, talvez o de baixa origem social que soube criar grande riqueza, talvez o estudante dedicado que conseguiu a melhor nota do curso, talvez o político que ganhou muitas eleições, talvez o cientista que descobriu mais um mistério da natureza… Talvez todos estes tenham tido algum tipo de êxito, mas podemos dizer com segurança que triunfaram na vida?

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