Pressione ESC para fechar

Água

ALQUIMIA

Delia Steinberg Guzmán 0 327

Quando a Alquimia é recuperada na nossa Idade Média – e digo recuperada porque vem de muito mais atrás – reaparece com os seus elementos metafísicos bastante dissimulados, com os conhecimentos teóricos perdidos em grande parte, e com noções práticas que devem ser reexecutadas para comprovar a sua autenticidade e efetividade.

É assim que na Idade Média encontramos um grande número de experiências. Houve alquimistas na Idade Média (e refiro-me a eles porque são deles os que temos mais notícias históricas), que levaram a cabo a sua obra, o seu processo, conseguindo o que nos parece uma utopia: a conquista de ouro; há menções de reis e príncipes que recompensaram alquimistas por terem obtido ouro, e também há relatos de nobres e reis que não os trataram tão bem, apesar das suas promessas e de toda a boa vontade do mundo, não o haviam logrado. Também há relatos dos que voaram, com laboratórios incluídos! E, por se tratar precisamente de uma ciência prática, o perigo que se corria, por seu desconhecimento, era muito grande.

Continue lendo

Os Mil Reflexos da Água

Françoise Terseur 0 888

Mãe de todas as mães, fonte inesgotável do plasma universal, a água é o berço da vida. Em cada ser humano permanece uma memória oceânica, tão profunda e misteriosa como a nossa alma, sempre em suspenso entre dois mundos: o consciente e o inconsciente, o visível e o invisível. Nas profundezas do Oceano permanecem os vestígios do passado e os sonhos do amanhã. Entre a Terra sólida que nos sustém e o mistério do Além está o Oceano, espelho movediço de todos os horizontes possíveis da alma peregrina. O passado e o futuro dormem nas suas águas ainda intocadas pela luz solar da plena consciência e, em cada travessia por essas águas insondáveis, ansiamos pela terra firme, onde vamos poder construir futuras plataformas para novas experiências.

Continue lendo

O Fogo

Delia Steinberg Guzmán 0 515

A Terra move-se com base em transformações que, embora não alterem a sua essência, modificam as suas apresentações. Mudanças químicas, físicas, fervilham continuamente no coração do planeta, e em conjugação com a água, o ar e mesmo o fogo, a Terra altera-se sem mudar o seu lugar no espaço. A água mostra-se dotada de uma maior mobilidade; para ela não há segredos no que diz respeito ao movimento horizontal; rios e mares deslocam-se, com maior ou menor ímpeto, e percorrem as suas bacias de um extremo ao outro, ainda que sempre apoiados na terra-mãe, no suporte necessário para poder mover-se. Só a água das chuvas assume uma atitude vertical, a que se aproxima de outro movimento de espiritualização vertical, como veremos a seguir. E o ar? Este movimenta-se na horizontal e na vertical, varrendo a superfície da terra, e sem necessidade de apoiar-se totalmente nela; não tem a sua origem nas bacias dos mares nem no leito dos rios. O fogo necessita apenas de um ponto de apoio na sua base, e daí em diante, todos os seus movimentos são verticais, uma eterna dança com aspirações à altura, o símile mais acabado da espiritualidade humana que busca o seu Deus acima, apoiando-se apenas no corpo que tem para se expressar.

Continue lendo

As Quatro Rainhas do Mito Artúrico e a Ascensão da Alma Humana

Trinta anos depois, li novamente, com grande satisfação, o livro de John Steinbeck “Os feitos do Rei Artur e seus nobres cavaleiros”, uma obra infelizmente inacabada e que é um tributo à chamada “Morte de Artur” de Thomas Mallory (1415-1471), livro de referência da literatura inglesa.

No capítulo de Lancelot, este primeiro cavaleiro da Távola Redonda enfrenta uma prova onde deve vencer a magia e as tentações de quatro rainhas. Como Lancelot é o símbolo da alma humana, sendo o cavaleiro mais sublime nesta obra artúrica, as quatro rainhas simbolizam, talvez, as quatro grandes ambições horizontais que arrastam a consciência, fragmentando-a.

Continue lendo